Desapego

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Menina Alegre
No PF desde: 25/01/2011

Li esse texto e achei muito interessante, por isso estou postando para vcs ler e refletir...


Abraços


Desapego

27 de janeiro de 2010 | Autor: psicobreve


Pipas, Cândido Portinari


“Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos que já se acabaram. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas possam ir embora. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará.

Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo – nada é insubstituível , um hábito não é uma necessidade. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira”.*


Comentários ao texto:


É preciso saber quando uma etapa chega ao final, minha experiência profissional demonstra que há uma grande dificuldade em saber quando(?) acontece tal momento. Quando nos perguntamos, se chegou ou não, se terminou ou não, acabamos por estar sempre em dúvida e a dúvida pode ser um elo tão forte e duradouro como a certeza.

A metáfora de nossas vidas como uma antiga mesa de telefonia (Aerts, 2008) é ótima para elucidar tal situação. Somos como essa antiga mesa, com várias linhas abertas para o mundo. A medida em que se vive, as linhas podem ser ocupadas por vários tipos de ligações, umas temporariamente importantes que, em algum momento, deixarão de sê-lo. O mais importante é saber liberar, saber deixar passar, soltar a linha para a próxima ligação. Se estivermos ocupados com o passado, com chamados antigos, as novas ligações não encontrarão espaço para serem percebidas.

Deixar o passado para trás, seja ele bom ou ruim, é fundamental para que tenhamos saúde mental. O desapego é a hora de nos reinventarmos. Mesmo um passado bom pode ser nocivo, quando fica retido como uma lembrança do perfeito, do ideal, do inatingível. Assim, torna-se muito árduo e difícil ser feliz. Podemos deixar para trás tudo porque, assim, escolhemos o hoje. Somos nossas escolhas.


Gabriela Pugliese Tombini

Psicóloga


AERTS, Denise e Christiane Ganzo – A vida como ela é para cada um de nós – em busca do eu-caleidoscópio. 2008

*Texto extraído da internet, cuja autoria é atribuída à Fernando Pessoa. Não foram encontradas outras referências.


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Nary
No PF desde: 20/08/2008

Esse texto diz tudoo Beijo