Ana, que pena que tu estejas te sentindo assim.

Nenhuma chance de fazer as pazes com o bebê?

Acho que a gente tem que tentar lidar com as coisas como elas se apresentam. Quando eu descobri que tava grávida, sei lá, despiroquei de um jeito que eu até então desconhecia. Levei um sacode violento da vida. Meu marido deprimiu tb, pq as coisas não saíram como havíamos planejado, e ele é super-hiper-mega metódico. Enfim... nossa filha nasceu e hoje é a estrela da nossa casa. Não tô te dizendo que depois que teu bebê nascer vá cair pirlimpimpim por cima de vcs três e vai virar um comercial de doriana; só acho que se os fatos são esses, de que adianta tanta revolta?

Além disso, só de tu demonstrar preocupação com a angústia transmitida ao teu filho já revela que os laços amorosos entre vocês já existem, não adianta tu negar.

Estar gorda é circunstancial. Depois tu corre atrás e emagrece.

O maridão estar navegando no site de putaria pode e não pode significar alguma coisa. Fala com ele. O cara não tá podendo transar, deve estar desesperado. Nem todos os homens se contentam em empinar pipa por tantos meses.

Calma, respira, conta até mil. Tudo na vida passa, até as coisas boas. Por que as ruins seriam permanentes?

Concordo com o que a nossa perua linda a Girlie disse !

Olha recomendaria algo mais além...

procure uma terapia vc é forte candidata a depressão pós parto !!!

E mantenha calma... fez os exames pra ver se as tentativas de aborto não afetaram a saude do bebe ?

Ana,

A Girlie disse muito do que eu gostaria de te dizer. Entendo tudo o que vc diz. Também surtei muito na minha primeira gravidez. Um filho não estava em meus planos naquele momento; era para ser algo mais adiante. E olha que não sou nada novinha como vc...Eu vinha de um processo doloroso de perda de pai, fim de pós graduação, desemprego, enfim...uma bola de neve que só foi crescendo durante a gravidez. Passava o dia deitada, se não estava dormindo estava surtada de preocupações.

Cansada disso tudo, resolvi procurar ajuda terapeutica e mais ao final da gravidez, lá pelo 8o mês meu gineco em comum acordo com meu psiquiatra entraram com medicação antidepressiva. Foi uma escolha dificil, mas entendi que tinha que decidir em ser uma mãe inteira e presente ou uma semi-mãe surtada. Não queria receber o bb do modo como estava. Olha, te digo com todas as letras: foi a melhor coisa que fiz! Foi um processo e tem sido ainda. Não é nada fácil. Mas as demandas da maternidade por outro lado, não te dão muito tempo para pensar. Vc vai ter que cuidar desse bb: esta é a única realidade. Ninguém fará isso por vc. Se puder contar com alguém ótimo. Mas não deposite em ninguém as responsabilidades do seu filho. Ele é seu, apenas. E é assim que vc vai se desprendendo de si mesma.

Se eu pudesse te dar um conselho agora seria:

Primeiro, procure ajuda terapeutica. É um dever neste caso! Vá ao posto, gestantes têm prioridade, abra seu coração! Peça para falar com a psicóloga, diga que é urgente!

Segundo, aceite a realidade. Nessas alturas do campeonato não existe outra alternativa. Vc tentou abortar o bb, não conseguiu. Agora, a única coisa que tem a fazer é ser mãe: recebê-lo, acolhe-lo, amamenta-lo. Ele precisa muito de vc!

Terceiro, não se antecipe. Ligue o fo***-se para as pessoas. Elas não tem nada a ver com sua vida.

Quarto, quanto a seu marido, tente nãos e importar com isso nesse momento. Foque as coisas no bb. O sexo fica uma droga durante a gravidez e vc não tem a obrigação de ser meiga, linda e sexy num momento tão delicado quanto este. Além do que vc está deprimida, poxa!

Quinto, mexa-se! Olhe para a realidade, tome as rédeas de sua vida: sei que é dificil pensar em planos agora, mas tente! se vc não fizer, as pessoas poderão tentar fazer por vc e o resultado pode ser desastroso. Escreva como quer que seja o parto, planeje, pesquise, pense na realidade mais imediata e não só após o nascimento do bb. Não pule etapas.

Querida, procure ficar bem, não se estressar e nem se culpar por nada.