De repente seus filhos podem passar a conviver com uma mulher mais jovem e menos experiente que você em relação à maternidade. Essa diferença de idade pode, sim, fazer barulho.

Uma das histórias preferidas dos meus filhos é aquela que conto como eu e pai deles nos conhecemos, sobre o dia do nosso casamento e o nascimento de cada um dos dois. Minha história termina com “e então nossa família ficou completa, e vivemos os quatro juntos e felizes pra sempre”. Não é só uma historinha pra dormir, principalmente porque eu acredito nela, mesmo, por isso casei e tive filhos. Mas também não é um conto de fadas, e sabemos que um dia, apesar de tanto amor, o final feliz pode ser outro, com uma madrasta e um padrasto no enredo.

Quando eu penso nisso, pra valer, me vem à mente a figura de uma moça mais jovem do que eu, educando os meus filhos – e, por mais que isso pareça ciúme de mulher, deve ser um sentimento bem comum pois os filmes a respeito sempre exploram esse estereótipo. Já assistiu ao ótimo Stepmon (Lado a Lado), em que a madrasta Julia Roberts só cai nas graças do público quando descobre-se que a mãe, Susan Sarandon, vai morrer? OK, um apelo clássico de Hollywood, mas que funciona porque explora o senso comum, sem dúvida.

Pra não me ater apenas à fantasia, fui conversar com várias mães separadas e também com as madrastas. Afinal, é um drama ou não a diferença de idade entre as duas? Queria saber também o que você acha a respeito... A minha conclusão é que existe, sim, o drama. Mas também pode acabar em final feliz. Pra isso acontecer, há um caminho de compreensão, respeito e boa vontade. Além de tempo, afinal a existência de uma madrasta indica que houve uma ruptura em uma história de amor anterior. Ou seja, corações partidos pela estrada e, por isso mesmo, é preciso andar com cuidado para não estilhaçar mais ainda a dor de ninguém.

Uma madrasta mais nova que a mãe das crianças assusta bastante essa mãe. Ainda mais se ela ainda não tiver filhos. Fica aquela pontinha de dúvida que os pequenos passem a ser meio que “cobaias”, e também que essa nova mulher do papai não tenha competência pra cuidar tão bem assim das crianças. A melhor forma de lidar com esse conflito, me disseram, passa pela participação do pai, mantendo regras e limites bem delimitados na relação. Para os dois lados: pra a madrasta que deve aceitar os valores da mãe, pra mãe que deve respeitar as regras da nova casa dos filhos dela.

Outra coisa que perturba na suposta “troca” de esposas é que a madrasta mais jovem seja mais legal, mais atualizada e menos mãe que pega no pé para estudar e manter o quarto arrumado, por exemplo. Nesse caso, está nas mãos de ambas as mulheres adultas da relação conversarem com as crianças, mostrando que as pessoas têm maneiras próprias de demonstrar amor e também têm responsabilidades diferentes nos relacionamentos. Com uma madrasta que só veja as crianças uma vez por semana, a relação é quase de hóspede – ainda que essa mulher esteja integrada e dedicada à educação dos filhos do marido. Uma mãe que está com o filho todo dia, vai cobrar muito mais a participação na rotina da casa, é natural, e também terá muito mais tempo e oportunidade para demonstrar amor e ser legal, não precisando aliviar uma bronca, por exemplo.

E as crianças, será que para elas essa diferença de idade entre a madrasta e a mãe traz prejuízo? Bom, até os 7 anos, acho, nossos filhos não contabilizam as pessoas por décadas. Mas sim por sorrisos, gestos delicados, abraços e diversão. Sobre uma madrasta companheira, carinhosa e que notoriamente deixa o pai deles feliz eles dirão que sim, é uma madrasta legal – não importando se tem a mesma idade da mãe deles ou não. Já uma madrasta ciumenta, possessiva, que compete com as crianças o amor e a atenção do homem da casa, essa não será tão agradável aos olhos dos filhos – parecendo mais a bruxa dos contos de fada mesmo.

Por Adriana Teixeira 20/fev/2013 08:38

Fonte:http://estilo.br.msn.com/demaepramae/blog/adriana-teixeira/post.aspx?post=5e3bb0f7-3f9d-42b8-8152-376dac9540d4

E aí, pessoal do pf, o que vcs acham sobre? Homens sejam bem-vindos a opinar!