Sabe Flor, às vezes nós criamos um ideal sobre o que é melhor para os nossos filhos, com o maior amor e a melhor das intenções, mas isso não quer dizer que estejamos certas. Não quer dizer que o que nos parece certo ou melhor seja de fato o ideal para eles. Seria bom se fosse uma equação exata, mas não é. Eu achei o depoimento da JanaMar muito bom e pertinente ao seu caso, e acho que pode valer mesmo como uma reflexão.

Há mães que se anulam profissionalmente. Outras se anulam como mulher. Outras se anulam por completo. Em prol do "dar o melhor para os filhos", surgem muitas "mortas-vivas" que depositam tudo o que têm e o que são eu seus pimpolhos. E via de regra, o desfecho não é dos mais animadores: os filhos crescem, seguem em frente - como deve ser -, e as mães de repente se encontram perdidas, sozinhas e vazias. Não se sentem mais fundamentais, úteis... Se dão conta que em algum momento do passado, por escolha ou acaso, se perderam de si mesmas - e se ressentem. Se ressentem com a prole, se ressentem com o companheiro, com a vida, com Deus... e consigo mesmas. E tudo fica ainda mais sem sentido.

Antes de ser mãe, Flor, você é um ser humano. Tem necessidades, sonhos, desejos... E também é uma mulher. Você só pôde ser mãe porque antes foi as duas coisas. Então tente não inverter a ordem de prioridades agora, porque isso pode abalar muitos dos seus alicerces.

Tenha certeza que no futuro, aos serem questionados, seus filhos responderão que preferiam mil vezes ter uma mãe realizada e feliz do que uma mãe acomodada, frustrada, com um imenso vazio... porque achou que manter um casamento falido iria fazê-los mais feliz. Seus filhos são uma dádiva que requer dedicação, responsabilidade e abdicação sim, mas nunca em detrimento de si mesma. Não nesse nível.

Reflita também se você não está usando isso como desculpa para não tomar a atitude que você gostaria de tomar, mas não tem coragem. As coisas que você elencou não passam de suposições. Você simplesmente não tem como saber como seus filhos reagirão. Você não tem como saber como será estabelecida a relação entre eles e o pai em uma eventual separação. Já vi pais separados serem mais presentes e participativos do que pais que moram na mesma casa. E isso, Flor, é uma escolha e responsabilidade do pai dos seus filhos, e não sua. Não se iluda acreditando que ele é um bom pai por sua causa ou por causa desse relacionamento de fachada. Ele é um bom pai porque ele quer e porque ele ama os filhos. O relacionamento deles é responsabilidade deles, não sua.

E por fim te digo que padrão de vida é algo muito relativo. Aposto que você também já viu crianças em famílias com menos recursos muito mais amadas e felizes do que crianças em lares abastados, de consumo fácil e imediato mas que em compensação viviam em clima de desarmonia ou em família infelizes. Sem contar que em caso de separação, a responsabilidade financeira, assim como a educação e criação, continua sendo dos dois.

Entenda que eu, sob nenhuma hipótese a estou aconselhando a se separar. Essa decisão somente você pode tomar. É importante refletir sobre a relação, sobre sentimentos soterrados... sobre possíveis reconciliações... Às vezes o tempo, a convivência e a rotina ofuscam o lado positivo da relação, os motivos que levaram o casal a querer ficar junto, se casar, constituir uma família... Enfim, o que estou sugerindo é que você olhe para si mesma com menos apatia e resignação. Se ame, se respeite, se priorize... talvez você descubra que seu filhos podem ser ainda mais felizes tendo uma mãe mais realizada, feliz e plena como pessoa e como mulher.

Boa sorte! =)

Flor

Sou mãe e sei que, em se tratando de filhos a coisa aperta, sempre iremos pensar neles primeiro. Mas sinceramente acho que tem um pouco de comodismo da sua parte. Toda atitude que tomamos normalmente gera algum tipo de sacrifício, e com você não será diferente. Um filho de 12anos consegue perceber e aceitar muitas coisas. Você precisa ter uma conversa extremamente franca com seu marido, se ele é um bom pai, vai se preocupar com o bem estar dos filhos, mesmo que não viva mais com você. Fale dos seus desejos, do que quer para sua vida e que ele não está mais nos seus planos e se não se amam, nem você nos dele. Tenta algo amigavél, como você mesma disse, não existe brigas apenas terminou o amor. Tenha mais coragem e BOA SORTE!!!!

Flor,

Não sou advogada. Mas a casa não é só dele, a casa é sua e principalmente dos seus filhos.

Pq vc não consulta um profissional? Vá averiguar os seus direitos. Você COM CERTEZA os têm. Não caia nessa dele falar não saio daqui, não dou isso, não faço aquilo. Se a justiça disser que é obrigação dele, ele faz SIM!

Acho que essa parte é a mais fácil. A mais difícil é que você acredite que pode ser feliz. Desculpe se o que vou dizer é muto duro, mas você é muito acomodada! Acomodada e ainda coloca o peso dessa inércia nos seus filhos.

Sinceramente eles não merecem. Com a desculpa de que eles não entenderão fica jogando anos da sua vida no lixo. Alguém já lhe disse que esses anos não voltarão jamais?

Pense nisso, seus filhos não são bebês, e mesmo que fossem, não justificaria. E não merecem o peso da sua infelicidade.

Passar trabalho? Pq eles haveriam de passar por isso se possuem um pai e uma mãe que lhes amam?

De novo, se o seu marido é tão cretino para colocar em risco a segurança financeira dos seus filhos em uma vingança pela separação, a justiça tratará de resolver isso.

Use do seus direitos Flor, e seja feliz. Dê aos seus filhos uma mãe segura, forte e que vai atrás da sua felicidade Ensine a eles que você é forte, e que eles sempre poderão contar com seu apoio, e isso só conseguirá quando estiver em paz com a sua consciência.

Sei perfeitamente bem que não é fácil. Qual o pai ou mãe que quer ver seus filhos tendo que dividirem seu tempo entre um e outro? Não é fácil para ninguém, Flor. Mas já pensou se todos os casais pensassem como você? Quantas famílias infelizes teríamos?

Crie seus filhos para enfrentar a vida e os problemas, e não em um mundo cor de rosa que uma hora desmoronará, é só uma questão de tempo.

Boa sorte. ( e procure a opinião de um advogado, pelo menos isso)

Flor d Pimenta,

Tem fases na vida que parece que estamos num quarto escuro e não enxergamos a saída, tudo ao nosso redor parece que nos oprime e tudo que queremos é uma rota de fuga, mas esses momentos são justamente para que haja uma mudança, seja qual for.

Muitas vezes nos acostumamos até com o que não é bom e vamos tocando a vida, adiando, jogando para debaixo do tapete, ate que chega um dia que não dá mais, temos que partir para ação e creio, pelo seu relato, que está na hora de vc ser corajosa, guerreira mesmo!

Vc já pesou, já chegou à conclusão que o seu relacionamento já deu o que tinha que dar para os dois, então por que não tentar ser felizes como amigos e remar em outros mares?

Ele é pai e creio também que não vá desamparar os filhos, então só falta trabalhar o desapego, que não é fácil, mas é preciso, e tomar uma decisão antes que a vida o faça de uma forma ou de outra.

Um novo emprego também, talvez vá te fazer muito bem.

Desejo-te sorte!