Como lidar com o LUTO

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Anahi giovana
No PF desde: 04/05/2011

Olá gente muitas pessoas passam por isso, espero que este texto consiga a ajudar alguns,


beijos Anahi.


Falar sobre a morte é sempre um tema difícil, principalmente em uma sociedade que sonha cada vez mais na juventude eterna (tratamentos estéticos), além é claro, das novas tecnologias na medicina. Lutamos e ignoramos a morte e esquecemos que ela é um processo natural da vida e que todos, sem exceção, irão passar.


Nas sociedades antigas a morte era algo comum, crianças morriam de doenças que hoje estão erradicadas e jovens adultos morriam de uma simples apendicite. É claro que as famílias eram mais numerosas, os vizinhos eram mais próximos e os velórios feitos em casa.


A família mudou e diminuiu, podemos usar os grandes centros como exemplo, onde casais optam por não terem filhos ou terem apenas um. Não temos mais tempo para sentar na calçada com nossos vizinhos para conversar, alias não temos tempo nem para conhecer nossos vizinhos. Assim, nosso amor é direcionado para poucos, e quanto menos temos, maior vai ser a dor da perda.


As 5 fases do luto

Perder alguém dói (muito), a sensação é de que nosso coração vai rasgar, vai parar e não vamos conseguir seguir em frente. Nesse momento estamos em choque e não é possível ver uma saída para tanto sofrimento e por isso é importante aceitar a dor e vivenciá-la (chorar, entristecer, gritar, etc) e não “esconder” ou “abafar” os sentimentos, pois em algum momento eles virão à tona. O choque é a primeira das 5 fases do luto, as demais são:


•Negação: É um mecanismo de defesa da pessoa que a leva a não acreditar ou a não querer acreditar no que aconteceu. Geralmente a pessoa usa expressões do tipo “Eu não acredito que isto me tenha acontecido”, “não pode ser possível”. A impressão é que a pessoa morta entrar a qualquer instante pela porta.

•Culpa: Trata-se de um sentimento muito comum. As pessoas começam a pensar em tudo o que poderiam ter dito ou feito para impedir essa morte.

•Depressão: Estágio em que ocorrem mudanças súbitas de emoções (crises de choro, momentos depressivos, raiva, isolamento). Apesar de preocupante, é uma fase essencial para que a pessoa possa fazer uma análise mais franca sobre o ocorrido.

•Aceitação: É onde a pessoa começa a ter consciência do que aconteceu e se prepara para voltar as suas atividades.

Apesar de toda pessoa enlutada passar por essas cinco fases, cada uma terá uma reação e um tempo próprio. É importante dizer que a morte não traz apenas a perda de uma pessoa querida, mas de todo contexto em que ela vivia, como por exemplo: os afazeres da casa, pagamentos, passeios, etc.


É comum encontrarmos senhoras viúvas que nunca foram à um supermercado ou que não sabem a senha do cartão do banco, pois isso era atribuição do marido falecido. Por isso, a morte sempre traz um recomeço onde é preciso aprender sem a ajuda da pessoa que se foi.


Em muitos casos a dor da perda se agrava na existência de algum tipo de conflito, onde não havia uma boa convivência. É uma situação bastante delicada, pois normalmente um simples “me desculpa” resolveria a situação.


Superando uma perda


É claro que a dor da perda sempre irá existir, mas devo concordar com a música “Pais e Filhos“ de Renato Russo, onde ele diz que “é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã”, pois o cuidado e respeito durante a vida ajudará a vivenciar a morte de uma forma mais serena, sem o peso e a culpa do que não foi feito ou do que ficou mal falado.


Além disso, é preciso aceitar e falar sobre a morte e isso inclui ter independência e não deixar a vida nas mãos da outra pessoa (bancos, compras, etc), quando maior a dependência maior a dificuldade de retomar a vida; conversar sobre a morte encefálica e doação de órgãos (muitos orgãos não são doados e muitas outras vidas são perdidas porque simplesmente isso não é conversado); informar outras pessoas de seguros de vida, pertences, etc.; não deixar planos e sonhos para depois e etc. Quanto mais falarmos e resolvermos as questões enquanto estamos vivos, mais natural será a morte quando ela chegar.


Então, podemos dizer que não existe um remédio milagroso que nos ajude a superar uma perda, a única solução é enfrentá-la e aos poucos construir uma nova história, sem culpa ou remorso.


O tempo se encarregará de trazer uma loja nova no bairro, um novo amigo, uma roupa nova, um corte de cabelo diferente, um emprego novo, novas experiências e assim a vida segue seu curso natural, sem esquecer é claro das boas lembranças que a pessoa deixou.


“A dor é suportável quando conseguimos acreditar que ela terá um fim e não quando fingimos que ela não existe.”


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Nary
No PF desde: 20/08/2008

Amei o texto..


*RO*
No PF desde: 01/07/2010

Morte a maior certeza da vida!


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Jean
No PF desde: 11/11/2010

Existem perdas e perdas.


Acho que todo mundo espera perder algum dia o pai e/ou a mãe... masssssss, perder um filho... deve ser dose.


EU perdi a minha mãe... foi algo traumático antes de perde-la, pois ela tinha ficado em estado semi-vegetativo, e que, em função disto, talvez, o fato de te-la perdido foi amenizada no momento do luto... pois ela tinha, na nossa percepção (da familia), finalmente tinha chegado no estagio do descanço.


Massssssssssssssssss... que ela chega para todos nós, isso nao tenho dúvidas. E, o melhor, se tiver que dar algum conselho, é preparar bem aos que ficarão!!! ;-)


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Zé Mané
No PF desde: 20/06/2011

A morte faz parte da vida!


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mizinha69
No PF desde: 20/02/2011

bacana o texto Anahi giovana

eu estava precisando disso hj


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mizinha69
No PF desde: 20/02/2011

estou agora na fase de Culpa :unsure:


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Anahi giovana
No PF desde: 04/05/2011

que bom mizinha, coloquei este texto para tentar ajudar algumas pessoas que passam por isso.


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mizinha69
No PF desde: 20/02/2011

Quote:
coloquei este texto para tentar ajudar algumas pessoas que passam por isso.


pra mim foi no momento certo :)

Minha vó faleceu quarta a noite,fui no enterro quinta e sexta chego e vejo este texto.


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Miss Audrey
No PF desde: 04/02/2011

É um tema interessante a ser abordado, Anahi, parabéns pela iniciativa, bom texto.


Mizi, sinto por sua avó flor, minhas condolências a você e a sua família. Tb perdi um colega de trabalho esta semana, tão novo e morrer de infarto, é muito triste, mas a vida é assim, um ciclo...


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Melliss@
No PF desde: 28/04/2011

Mizinha meu sentimentos querida! Conte com a gente viu!


Anahi também gostei do tema, falar da morte geralmente é tabu, ainda mais na nossa sociedade que cada vez mais almeja a juventude eterna, etc,nas sociedades antigas eram algo comum, fazia parte da proposta da existência.


Tive perdas irreparáveis na minha vida, daquelas que dá vontade de ir junto, onde o sol pode estar brilhando, o dia maravilhoso, mas só enxergamos o cinza, daí se tira um despreparo total para uma questão que é a única certeza que temos.


Mas a vida segue uma dinâmica maravilhosa e nos coloca de uma forma ou de outra dentro de um entendimento ou de uma aceitação fantástica, eu particularmente fui abençoada com pessoas maravilhosas ao meu redor, o que muito me ajudou muito e daí parti para luta, fiquei de luto por um ano, até que a vida gritou! E me voltei para o estudo, muita leitura, muita conversa e experiência de outras pessoas (não estou falando de religião, me voltei para a tentativa de entender ou tentar o que havia acontecido), então quanto enfrentei a mesma situação pela segunda vez, foi com muita dor, mas com muita serenidade, os dias cinza se transformaram em esperança por saber que cada um tem seu tempo e suas realizações e que valeu a companhia, valeu o sorriso, valeu a vida!


Por isso, enfrentar o luto quando se viveu bem ao lado de quem se foi é muito, muito mais aceitável!

Bom, espero ter contribuído.


Abraço viu!