eu particularmente acho que tem algumas pessoas que se colocam na posição de vitima... principalmente porque gostam ou porque querem posar assim... e nao porque uma determinada situação as colocou neste lugar.

E, o detalhe interessante é que, estas pessoa são as mais dificeis de perceberem que estão erradas, pois fazem questão de ficar cegas. Já as outras, as colocadas de alguma maneira pela situação, entendem melhor as coisas... se permitem e querem \"abrir os olhos\".

De verdade, eu acho muito dificil conseguirmos nos colocar no lugar do outro, as vezes parece que empatia nem existe no vocabulario. Temos essa tendencia de só enxergar um lado, o nosso. Mas como tudo na vda, com um pouco de treino, dá pra melhorar.

Praticar a empatia é, de fato, algo muito difícil. Mais complicado ainda quando estamos feridos de alguma forma, com motivo ou não. Muitos procuram exaltar as faltas dos outros com intuito de minimizar as próprias. Há, sem dúvida, uma grande tendência à auto-piedade e complacência com os próprios atos, ao passo que pode surgir extrema rigidez com a conduta alheia.

Concordo com a Sil que, em grande parte, o outro não é colocado como algoz intencionalmente. Vejo tantas pessoas se sentirem magoadas, feridas emocionalmente e, não por algo que outro tenha feito e sim por algo que se esperava que fizesse e não fez.

Tantos colocam nos outros a responsabilidade da própria felicidade. Criam expectativas, sonhos e projetos baseados nas atitudes ações e reações dos outros e se as coisas não saem como \"deveria\" ser o mundo cai, e o outro torna-se algoz simplismente por não ter feito o que se queria.

A empatia é, sem dúvida um exercício diário, e não é fácil.Sempre digo que o diálogo facilita muito, saber o que pensa e procurar saber o que sente quem está a nossa volta, dentro do limite possível, contribui nesse processo.

A verdade é que todo assunto tem, no mínimo, dois lados e é tendência natural florir o próprio.

Si Cal, eu sempre me amarro nas suas colocações. Vc é direta e espontânea ao dizer quando é o próprio autor do post que está dando mancada. E a gente sabe que há muitos casos assim.Às vezes é a pessoa que está pisando na bola mesmo (acontece muito em casos de namoros envolvendo filhos), às vezes é a pessoa que sofreu com algo, mas não quer parar de sofrer, deixar de ser \"a vítima\".

Uma das coisas mais difícieis para eu aceitar na minha terapia, quando o meu casamento acabou porque eu fui traída, era quando a minha terapeuta dizia que 50% da responsabilidade por tudo o que aconteceu era minha. Caramba, aquilo era o fim do mundo, porque eu me achava a vítima completa naquela estória! Eu chegava a sentir raiva dela, quando ela dizia isso. Só que, com o tempo, ela me mostrou que eu era co-responsável, pelo menos, por ter ficado naquele casamento e permitido que aquilo acontecesse. Ah, eu não sabia? Então a minha responsabilidade era por ter sido cega. De qq forma, eu era co-responsável. Por isso não é legal julgarmos ninguém.

O mais importante foi quando a miha terapeuta me explicou que ela queria muito que eu entendesse aquilo porque, quando eu assumisse a minha responsabilidade pelas coisas que acontecem na minha vida, eu passaria a entender que EU tinha o poder de mudá-la. Enquanto a responsabilidade por tudo fosse do outro, eu estaria deixando a minha vida nas mãos daquela outra pessoa. Isso foi importantíssimo para mim. Ufff, tirar a \"capa\" de vítima dá um alívio que ninguém imagina!... E muda a vida da gente.