Violência contra a mulher não é só dar [**rr*]da

8 respostas [Último]
imagem de Rudolf
Rudolf
No PF desde: 12/06/2010

Muitas mulheres são vítimas de violência doméstica, preconceito no trabalho, enfrentam jornadas triplas (trabalhadora, mãe e esposa), não têm direito à autonomia do seu corpo – que dirá de sua vida, pressionadas não só por pais e companheiros ignorantes mas também por uma sociedade que vive com um pé no futuro e o corpo no passado. A qual todos nós pertencemos e, portanto, somos atores da perpetuação de suas bizarrices. Discutimos muito sobre as mudanças estruturais pelas quais o país tem que passar, citando saúde, educação, transporte, segurança, mas esquecemos dos problemas ligados aos grupos que sofrem com o desrespeito aos seus direitos fundamentais. Que não conhecem classe social, cor ou idade. Como as mulheres que são maioria – e minoria.


Nesta quinta (25), celebra-se o Dia Latino-Americano e Caribenho de Luta contra a Violência à Mulher. Trago algumas ponderações que reuni nos últimos tempos neste blog sobre diversas formas de violência que praticamos diariamente para relembrar a data: (para uma leitura mais aprofundada, recomendo sempre o blog Viva Mulher, da jornalista Maíra Kubik Mano)


- Dado Dolabella, que ficou conhecido por agressão e por ser enquadrado na Lei Maria da Penha, ganhou um R$ 1 milhão em um reality show após voto maciço de internautas e telespectadores. Um povo que premia um agressor de mulheres tem moral para reclamar de corrupção na política ou de qualquer outra coisa?


- Mesmo em cargo de chefia, as mulheres têm que provar que são melhores do que os homens. Néstor morreu e houve gente que perguntou se Cristina teria capacidade de tocar o governo argentino sem os conselhos dele na cama. Fino…


- Temos uma mulher presidenta. Simbolicamente relevante, politicamente insuficiente. São poucas as governadoras, prefeitas, senadoras, deputadas, vereadoras. Mas também CEOs, executivas, gerentes, síndicas de condomínios. Falta criar condições para que elas cheguem lá. Ou alguém acha que isso vai ocorrer por geração espontânea?


- A Suprema Corte tem 11 assentos. Só dois deles pertencem a mulheres, infelizmente. Já ligaram a TV Justiça em horário de transmissão do STF de pautas importantes e temas que são holofotes para o ego? Testosterona demais, sabe?


- Mulheres são maioria nas redações, mas não em cargos de alta chefia – muito menos entre os editorialistas, que redigem a opinião dos veículos de comunicação.


Pesquisas apontam que a violência doméstica não é monopólio de determinada classe social e nível de escolaridade. Junto com homofobia e machismo são problemas que ocorrem em todo o subcontinente, da sociedade mexicana à chilena, passando pela brasileira. OK, no nosso caso é melhor colocar a culpa no processo de formação do Brasil, na herança do patriarcalismo português, nas imposições religiosas, no Jardim do Éden e por aí vai. É mais fácil atestar que somos frutos de algo, determinados pelo passado, do que tentar romper com uma inércia que mantém cidadãos de primeira classe (homens, ricos, brancos, heterossexuais) e segunda classe (mulheres, pobres, negras e índias, homossexuais etc). Tem sido uma luta inglória, mas necessária, tentar abrir a cabeça do povo.


- Para muita “gente de bem”, pior que prostituição infantil é mulher adulta ter direito a decidir sobre seu próprio corpo. Até porque, cada coisa no seu lugar: mulher é historicamente objeto e menina com peito e bunda já é mulher. Mesmo que brinque de boneca.


- Lembram o que aquele juiz tosco, de Sete Lagoas (MG), disse ao rejeitar punições baseadas na Lei Maria da Penha?: “Ora, a desgraça humana começou no Éden: por causa da mulher, todos nós sabemos, mas também em virtude da ingenuidade, da tolice e da fragilidade emocional do homem (…) O mundo é masculino! A idéia que temos de Deus é masculina! Jesus foi homem!”(…) Para não se ver eventualmente envolvido nas armadilhas dessa lei absurda, o homem terá de se manter tolo, mole, no sentido de se ver na contingência de ter de ceder facilmente às pressões.” Se a mãe dele era viva, nesse momento, morreu de desgosto.


- História que segue [***]-a-[***] com a do arcebispo de Olinda e Recife José Cardoso Sobrinho, que excomungou, no ano passado, os médicos envolvidos em um aborto legal realizado em uma menina de nove anos, grávida de gêmeos do padrastro que a estuprava desde os seis anos de idade. Ela tinha 1,36 m e 33 quilos. Deus Pai!


Em 1983, o ex-marido de Maria da Penha atirou nas costas da esposa e depois tentou eletrocutá-la. Não conseguiu matá-la, mas a deixou paraplégica. Muitos anos de impunidade depois, pegou seis anos de prisão, mas ficou pouco tempo atrás das grades. A sua busca por justiça tornou-a símbolo da luta contra a violência doméstica. A Lei Maria da Penha, aprovada em 2006 para combater a violência doméstica contra a mulher, sofre constantes ataques desde que foi criada. Interpretações distorcidas de juízes, falta de orçamento para colocar políticas de prevenção em prática, tentativas de diminuir a força dessa legislação. Inacreditável? Que nada! Viva o Brasil chauvinista e patriarcal, que usa a justificativa da “defesa da honra” para honrar a própria ignorância e covardia.


- A opressão realmente adota formas diferentes. Muitas vezes travestidas de um simples costume. Por exemplo, forçar a namorada a adotar o sobrenome após o casamento é bisonho. Uns vão chamar de tradição – esquecendo que tradição é algo construído, muitas vezes pela classe (ou gênero) dominante. Mas, pense pelo outro lado: se for para trocar, que tal invertermos e os homens começarem a adotar os sobrenomes de suas esposas?


- Homens que trabalham no Brasil gastam 9,2 horas semanais com afazeres domésticos, enquanto que as mulheres que trabalham dedicam 20,9 horas semanais para o mesmo fim – dados de uma pesquisa da Organização Internacional do Trabalho. Com isso, apesar da jornada semanal média das mulheres no mercado ser inferior a dos homens (34,8 contra 42,7 horas, em termos apenas da produção econômica), a jornada média semanal das mulheres alcança 57,1 horas e ultrapassa em quase cinco horas a dos homens – 52,3 horas – somando com a jornada doméstica. E os caras ainda dizem que trampam mais do que elas, vejam só.


- Por fim, mas não menos ridículo, cantar um “tapinha não dói” tornou-se hit cult.


É o que eu já disse aqui antes: todos nós, homens, somos sim inimigos até que sejamos educados para o contrário. E tendo em vista a formação que tivemos, é um longo caminho até alcançarmos um mínimo de decência para com o sexo oposto.


Leonardo Sakamoto


Fonte: http://blogdosakamoto.uol.com.br/2010/11/24/violencia-contra-a-mulher-nao-e-so-dar-[**rr*]da/


imagem de precisofalar
precisofalar
No PF desde: 28/04/2008

Então... Inclusive no meu TCC, que teve como foco o gênero feminino, eu escrevi que inúmeras têm sido as conquistas das mulheres ao longo dos anos, no Brasil e no mundo.

No entanto, elas são poucas, se compararmos tudo que nós, mulheres, fazemos.

Concordo que a violência não é só física, é a violência verbal, a psicológica... Que não deixa marcas visíveis, mas fere tanto quanto ou mais.

Acho que isso vai mudar... As mulheres estão mais seguras... Vai ser um processo lento, mas conseguiremos viver em situação de igualdade com os homens... Pq no fundo, acredito que não se quer competir e sim ter condições de igualdade, para vivermos em harmonia.


Edubsb
No PF desde: 20/01/2010

Quanta besteira, com todo respeito!


Esse é um texto tendencioso, carregado de intenções diversas, intenções políticas e ideológicas, menos compromisso com a verdade.


Jornada tripla: trabalhadora, mãe e esposa.

Homens também são trabalhadores, pais e esposos (e como esse último papel costuma ser desgastante para um homem!!!). E pergunta para a mulher se ela quer dividir o MONOPÓLIO dos afazeres e decisões domésticos e dá educação dos filhos??? Aí a igualdade entre gêneros se torna via de mão única.


Dado Dolabella: E qual foi o gênero que elegeu Dado Dolabella o vencedor??? Preciso dizer que 95% dos votantes de reality shows são mulheres e gays?


Cargos de chefia: O problema é justamente esse “ter que provar”. Ter que provar é um problema de cada um e não dos subordinados. Boas são as chefes que não precisam provar nada, mas são raras. Nem mulher gosta de chefe mulher. Canso de ouvir isso...


- Temos uma mulher presidenta......Falta criar condições para que elas cheguem lá. Ou alguém acha que isso vai ocorrer por geração espontânea?


Então os gênios querem criar cotas para ocupação de cargos políticos??? E onde foi parar o mérito feminino? Ou alguém aqui terá a cara de [***] de dizer que um homem não vota numa mulher por ser mulher? Me apresentem então, pois eu não conheço tal homem... O lamentável mesmo foi a presidenta, após o término das eleições, fazer um discurso de guerra de gêneros, desconsiderando que durante toda a campanha as pessoas estavam totalmente alheias a essa questão de gênero. E ninguém votou ou deixou de votar nela por causa disso. Lamentável....


- A Suprema Corte tem 11 assentos....

Questão de mérito meu filho. Vai pesquisar quem são os grandes nomes da ciência jurídica, quem são os autores das obras de referência no assunto. Quase todos homens. Vai trocar o mérito por cota?


- Mulheres são maioria nas redações... bla bla bla...

Então não há mulheres chefes de edição porque existe um complô do gênero masculino que as exclui desses postos??? Faça-me o favor viu...


Enfim, é muita besteira demagógica pra um ouvido só....

O mais irônico de tudo é notar que, na maioria absoluta dos casos de maridos prepotentes, autoritários e violentos, ou seja, machões de carteirinha, você percebe que a mulher desse cara só consegue admirar e se relacionar com esse tipo de homem. Fui criado em SP, mas moro em Brasília, que é uma cidade de cultura nordestina por formação. Aqui eu vejo claramente isso, o quanto as mulheres são mais atraídas por homens que sustentam a pose de machões, que gostam de cantar de galo e exibir força e poder. As mulheres é que selecionam, os homens só se adaptam. O problema da violência doméstica é cultural, é de ambos os gêneros. Antes de colocar na cadeia homens agressores, seria mais eficiente ensinar certas mulheres a se amarem se darem valor antes de tudo. Quando o homem foi preso é porque tudo de pior já aconteceu.


Por tudo isso, repudio completamente seu texto. É um texto isola apenas uma das causas do problema. Não gosto de mentiras, defendo a verdade acima de tudo!


imagem de Dr. House
Dr. House
No PF desde: 15/05/2010

Apesar de MUITAS ressalvas, concordo com algumas coisas ditas pelo Edubsb, principalmente no que tange a \"jornada tripla\" e o esquema de votação... quero dizer, a jornada tripla o homem também faz né, nem vem que não tem.


Sobre os cargos politicos... sério que alguem AINDA acha que existe preconceito ou machismo neste aspecto?

[*****], a PRESIDENTE é mulher, e tem muito mais homens candidatos homens que mulheres, logo tem mais homens.


Que na area profissional as vezes mulheres sofre preconcieto eu concordo, mas sinceramente, não vejo mais toda essa dificuldade imposta pela sociedade contra as mulheres, sou subordinado a uma mulher, e onde trabalho tem várias mulheres em cargos de chefia.


Minha esposa é bem paga, minha mãe idem...


Tem coisas coerentes no texto mas outras são palavras jogadas.


Um tapinha não dói foi escrita POR MULHERES.


Dado Dolabella (?) venceu pq a maioria do publico é feminino, na época 80% dos homens queriam que o \"Carlinhos\" vencesse.


Pelo menos não li: \"E quando homens traem são os machões, ja as mulheres são putas\" pq aí ja seria demais né, kkk


Sobre a lei Maria da Penha, bom, eu acho extremamente válida e a resolução desse juiz extremamente banal, mas também hoje além de uma lei de defesa, é também uma arma.


Ja vi mulher traída ir na delegacia falar que era ABUSADA pelo marido e o cara ser preso... é foda.


imagem de Jalia
Jalia
No PF desde: 18/08/2009

Fala-se muito em violência contra mulher ... mas sei de muito homem que leva chibata no lombo todo dia, se não se comporta!


imagem de Kathya34
Kathya34
No PF desde: 06/06/2010

Quote:
Fala-se muito em violência contra mulher ... mas sei de muito homem que leva chibata no lombo todo dia, se não se comporta!


Tive um colega de trabalho que apanhava de banco da mulher.


imagem de Júpiter
Júpiter
No PF desde: 08/07/2010

\"Tive um colega de trabalho que apanhava de banco da mulher.\"


Hauhaauahau, boa Kathya: apanhava de \"banco\" da mulher? putz, esse aí deixou de vestir as calças faz tempo!


Edubsb
No PF desde: 20/01/2010

Isso é igual a ser corno. Homem corno a gente considera uma coisa absurda, mas a proporção deles é muito maior do que o tamanho da discriminação leva a crer. Mesma coisa com homem q sofre violência em casa. O que se faz é abafar até onde dá. A mulher, sendo mais fraca, tira proveito disso, até porque foi educada nessa sociedade machista a achar-se impotente diante da força do homem, o que lhe autoriza a não respeitar limites e tirar proveito da suposta posição de vítima. A dinâmica das brigas acaba sendo muito simples: o homem precisa se conter, a mulher pode se exceder.

Por isso, esse discurso feminista de vitimização da mulher é uma hipocrisia lamentável...


imagem de Si Cal
Si Cal
No PF desde: 06/08/2010

Violencia, discriminação, julgo, humilhação em meu entender não deveria existir de forma alguma (contra mulher, contra homem, contra crianças, contra animais, contra pobre, contra negros, contra brancos, contra rico, etc, etc. etc.


Mas no caso especifico que ainda existe discriminação de vários tipos (explicitas, veladas) aaaaaaaaaaahhhhhhhh existe sim contra nós mulheres.