SINDROME DO CASAL PERFEITO

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Psicóloga Crist...
No PF desde: 26/08/2009

SINDROME DO CASAL PERFEITO


A psicóloga Maria Cristina Capobianco tira todas as dúvidas sobre a síndrome e como manter uma relação sadia.


A psicóloga considera a síndrome do casal perfeito, como aquela em que cada um, tenta completar o outro inteiramente, sem ferir ou magoar. Mas, será que isto é possível? A terapeuta orienta e dá dicas de como se livrar da síndrome e viver um relacionamento saudável.


O que fazer para se livrar da síndrome do casal perfeito?

Não é uma tarefa fácil, pois ainda vivemos numa cultura na qual se valoriza, “Casaram-se e viveram felizes para sempre.” Nesta filosofia, os conflitos são vistos como ameaçadores à relação, há medo de separação. Os parceiros vivem seguindo um molde esperado pela sociedade, no qual as discussões não são bem vindas, não são vistas como enriquecedoras e experiências de vida, e que podem contribuir renovando a vida do casal.

Os conflitos são parte essencial da vida de um casal. As diferenças entre marido e mulher existem e são importantes de serem reconhecidas e respeitadas. As necessidades, os ritmos do corpo, os desejos, de um homem são freqüentemente diferentes daqueles de uma mulher. Pontos de vista diferentes sobre um mesmo assunto não significa a impossibilidade de convívio, Pelo contrário, se podemos escutar o outro, compreender o que ele sente e não desqualificá-lo, mas incluí-lo sem exigir dele que seja do jeito que gostaríamos que ele fosse.

Precisamos abdicar de esperar que o outro preencha todos nossos vazios. Angustia, vazio, fazem parte da existência e não dizem respeito necessariamente ao parceiro. Podem estar ligados, a outros aspectos da vida, como trabalho, maternidade, envelhecimento, etc.

O sonho de “viveram felizes para sempre” implica em pensar que não haverá transformação, que as pessoas não mudam com o tempo.

Crescemos perseguidos por clichês do que é ser uma boa esposa, uma boa mãe, uma boa mulher, um bom marido, etc. Estes adultos, ainda não amadureceram e imaginam que desta forma estão satisfazendo os pais, e serão mais amados por isto.

Quais atitudes que os casais adotam por achar que devem seguir um padrão de relação perfeita?

Acho que é a atitude da avestruz: faço de conta para o outro e para mim, que está tudo bem, que nunca há crise. Coloca-se a sujeira debaixo do tapete. Mas as angustias crescem, e muitas vezes o que observa-se e que para manter uma relação “ perfeita” , cada parceiro escolhe válvulas de escape desta angustia e exigência. Válvulas como, consumir excessivamente roupa, álcool ou drogas. Ou, ter um filho atrás do outro, para se esquecer dos conflitos da relação. Ter um amante, que possa nos dar o prazer que não achamos na relação.

E por que é bobagem cada uma destas atitudes?

Talvez, não diria que é bobagem; estas pessoas sofrem, pois não conseguem crescer e aceitar as dificuldades da vida. São eternos dependentes do parceiro e também despóticos, porque exigem que o outro se torne, provedor dos seus desejos. O homem espera que sua mulher nunca envelheça, esteja sempre bonita para que os outros o achem bem sucedido no casamento.

Qual a melhor atitude para manter a relação sadia?

Não há uma receita. A escuta, e o cuidado com o outro é fundamental. Tornar-se cada vez mais consciente dos seus desejos e expectativas do outro é importante. Admitir que o outro é um ser diferente, com uma história única, singular, nem melhor, nem pior que a nossa é importante. Tentar compreender os motivos inconscientes que existem por trás dos atos pode nos ampliar a forma de ver e sentir a vida.

Trazer os desconfortos e falar deles, sem esperar que o outro vai resolvê-los, mas sabendo que o mero ato de conversar e expressar os sentimentos pode encaminhar algumas questões.

A terapia de casal ou individual dos parceiros é muito benéfica, pois compreendemos melhor nossos conflitos, expectativas inconscientes e como foram construídas na nossa infância.


Maria Cristina Capobianco

Mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP,fez especialização em Psicanálise de adultos e crianças no Instituto Sedes Sapientes, SP. Trabalhou nos Hospitais, São Paulo, Hospital do Câncer A.C. Camargo, Hospital Municipal Infantil Darcy Vargas e Hospital Umberto I trabalhando os aspectos emocionais de crianças com enfermidades nas áreas de gastropediatria, neoplasias, pneumologia, nutrição hepatologia entre outras e as doenças psicossomáticas. Desenvolveu o trabalho clínico com famílias de trabalhadores para atender os efeitos do trabalho dos pais nas relações familiares.No consultório, utiliza atividades artísticas como um meio de abordar os conflitos das crianças.Escreveu o livro, “O Corpo em OFF”, Editora Liberdade, 1998


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Nary
No PF desde: 20/08/2008

Muito interessante Beijos


gle
No PF desde: 15/09/2008

Gostei de ler, doutora. E se eu for analisar a fundo meu casamento, acredito que realmente deixei muitas coisas p/ trás p/ ser a mulher e dona de casa perfeita, como fui ensinada pela minha mãe.

Mas sempre coloco meu marido na frente de tudo, a não ser qdo estou com meu amante.


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NAIK
No PF desde: 12/08/2009

Muito bom texto!

Brigada pelas orientações, que vem postanto aqui no PrecisoFalar.


katita
No PF desde: 15/09/2008

O problema não é nem achar um tempo p/ a terapia e sim conseguir convencer o parceiro de que é necessário.

A rotina, a correria do dia a dia, as contas (e isso realmente incomoda) nos fazem acreditar q casais perfeitos nem em ficção!


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Manhosa
No PF desde: 13/10/2009

Eu vivo em relacionamento nada perfeito, ams muitas vezes melhor do que outros, que não existe família, conversa, brincadeira. O meu apesar da rotina me faz bem.


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Roberta Penélope
No PF desde: 15/09/2009

Não acredito que receita pronta para ter um relacionamento feliz. Não acredito em teorias, pois, as pessoas são diferentes e o que as fazem felizes são coisas diferentes. Não somos um casal perfeito, mas o modo como vivemos faz nossa felicidade ser pefeita. Ser feliz é fácil, basta a gente dar vlr as pequenas coisas que nos fazem bem, lutar para ter sempre umas estabilidade financeira e ter amor e respeito pelo outro.

Ser feliz, é isso que importa!!!


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pro.ila
No PF desde: 25/11/2009

Muito interessante a colocação, eu por exemplo estou casada a 4 meses mais ou menos,depois de 4anos de um namoro muito dificil pq a minha mae nao gosta dele e me sinto muito mal diante disso, e agora recentemente começou virar rotina,tipo, eu amo muito ele mas tem vezes que ele fica o dia todo sem falar comigo por causa de um filme por exemplo, eu tento fingir que esta tudo bem quando ele ignora a minha presença nessas horas, mas no fundo eu gostaria de falar, que eu não gosto disso.. uma pessoa certa seria a minha mãe, mas como falar assuntos com ela se ela torce p/me separar dele e voltar p/casa??