Bom... Primeiramente peço desculpas por estar invadindo um espaço destinado apenas a mulheres.

Se as administradoras deste site decidirem, podem excluir meu usuário e minha mensagem.

Acessei este fórum porque preciso conversar com alguém sobre um problema que tenho enfrentado a muito tempo e que não sei mais como resolver.

Sou casado a 14 anos com uma mulher linda, que me deu dois belíssimos filhos. Uma menina, que hoje tem 13 anos e um garotão, com 10.

Minha esposa tem a mesma idade que eu. 37 anos em 2009. É apenas alguns meses mais nova.

Quando a conheci, ela já trabalhava como sempre fez desde adolescente. Uma moça inteligente e muito educada. Dona de um sorriso impecável.

Veio de uma família grande, muito unida e também bastante batalhadora. Uma família financeiramente simples, mas sólida.

Família inclusive muito parecida com a minha, porém com um número de irmãos maior. Tenho 4 e ela 6, entre homens e mulheres.

Também comecei a trabalhar desde cedo, aos 12 anos mais precisamente, pois com 9 anos perdi meu pai, então com 42 anos, em um acidente de trânsito.

Meu pai era advogado e tinha um bom cargo como procurador do estado, o que garantiu a minha mãe (na época com 36 e que desde então se dedicou a criação dos filhos, o mais velho com 11 anos na época do acidente e a mais nova com 1,5 ano), uma boa pensão e uma bela casa, que havia sido construída a apenas 2 anos.

A morte repentina de meu pai sempre me deixou uma preocupação com relação ao futuro de minha família, pois ao contrário dele, trabalho como autônomo (sou analista de sistemas). O medo de também morrer jovem, e deixar minha esposa e filhos desamparados.

É um risco real, principalmente no mundo de hoje. Viajo em torno de 800 km semanalmente para visitar minha mulher e todos nós sabemos como são as estradas brasileiras.

Mesmo tendo seguro de vida, sei que isso não é para sempre, principalmente nas mãos de quem não sabe administrar.

Aprendi que uma pessoa tem que saber pescar. Se sempre ganhar o peixe, na falta do pescador, pode passar fome.

Por isso, sempre apoiei minha esposa em trabalhar fora, em abrir um próprio negócio, em estudar, em se preparar.

É uma forma de me proteger de um imprevisto. Se houver a certeza de que ela conseguirá se virar sem minha presença, acho que terei mais tranqüilidade com relação ao futuro dela e de meus filhos.

Nunca me importei com dinheiro e nos últimos 6 anos montei dois negócios diferentes para ela, incentivando-a a ter um crescimento profissional.

Em ambos os casos, a escolha do ramo a ser seguido foi 100% escolha dela. Não dei palpite em nada. Apenas conselho, e além do capital que investi, procurei ajudá-la no que pude, divulgando, vendendo, comprando, entregando, enfim; dei a maior força para que tudo desse certo.

Nas duas ocasiões, bastaram as primeiras dificuldades aparecerem para que ela desistisse do negócio e eu ficasse com um prejuízo de maquinas e coisas do tipo.

Da primeira vez montei uma fabrica de pão de queijo (comprei freezers, balança, matéria prima). Da segunda vez montei uma facção e comprei, juntamente com meu cunhado, 5 máquinas industriais novas.

Mais uma vez, dinheiro jogado fora e frustração.

A dois anos atrás ela inventou que queria fazer gastronomia.

Dei a maior força e assumi a despesa da faculdade e transporte.

Ela está entusiasmada e se forma este ano.

O problema é que até hoje ela não quis saber de treinar a profissão, de buscar uma experiência no mercado de trabalho ou de se preparar para ele, quando se formar.

Fica apenas no conhecimento acadêmico e não sai disto.

Hoje ela mora em um grande apartamento no centro de minha cidade, em Minas Gerais, com computador em casa e tv a cabo (que poderia ser usado para pesquisa). Um carro 100% dela na garagem (que poderia ser usado para procurar trabalho).

Meus filhos vão para a escola pela manhã e ela tem todo o tempo livre.

A tarde, a mesma coisa, pois quando eles chegam já logo arrumam algo para fazer, portanto não dão tanto trabalho assim, e mesmo diante desta mordomia toda, ela não faz nada o dia todo. Chega a dormir depois do almoço.

Sempre arranja uma desculpa, como tem feito a vários anos, para não assumir algo sério para se preparar para um futuro que é inserto para todo mundo.

A questão é que hoje ela não precisa trabalhar. Tem um marido para sustentá-la.

No ano que vem (2010), vamos nos mudar para uma cidade próxima a São Paulo. Hoje moro com um irmão em São Paulo - Capital.

Estou apenas aguardando a formatura para buscá-la em Minas.

O que já estou prevendo é que ela vai chegar no mercado totalmente despreparada e será mais uma desculpa para não arrumar emprego e mais uma vez todo um investimento e planos jogados no lixo.

Sempre que toco no assunto de trabalho e preparação, termina em briga.

O tempo está passando e acho que criei uma madame de classe média.

Espero que ela acorde enquanto há tempo.

Não sei mais como abordar o assunto sem me irritar.

Estou pensando seriamente em sair de casa e deixá-la passar um pouco de dificuldades para entender como o mundo funciona hoje.

Mas acho um comportamento infantil.

Não sei mais o que fazer.

Aguardo comentários de quem tiver algo de produtivo para me dizer.

Já não sei mais o que falar ou fazer para mudar esta situação que me incomoda profundamente.

Fernando – São Paulo-Capital.