Como Lidar com o Fim do Relacionamento?

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Psicóloga Crist...
No PF desde: 26/08/2009

COMO LIDAR COM O FIM DO RELACIONAMENTO?

A psicóloga Maria Cristina Capobianco explica as diversas situações de um término e como lidar com cada uma delas


O fim de uma relação é um momento muito delicado que exige cuidados pois freqüentemente envolve tristeza e sofrimento. Para alguns este sofrimento se deve ao sentimento de perda de um ser muito significativo e para outros esta perda representa um alivio. Quando a relação em si é conflitiva, por vezes sentida como destrutiva a separação significa uma libertação deste sofrimento.

Neste sentido o término de uma relação precisa ser visto como um momento de um processo, que precisa ser delicadamente cuidado; exige reflexão e análise para que possa acontecer a partir dela uma transformação, uma renovação das pessoas, explica a psicóloga Maria Cristina Capobianco.

É comum perceber que algumas pessoas, imediatamente após a separação mergulham em outros relacionamentos ou no trabalho ou na academia, como forma de amenizar a dor, o vazio. Outras caem em um desânimo profundo, a vida perde o sentido e sentir só torna-se insuportável. Especialmente na adolescência, período de grande vulnerabilidade e impulsividade, as tentativas de suicídio são freqüentes.

A psicóloga alerta que essa vontade de querer fazer tudo ao mesmo tempo para esquecer o ex, nem sempre é bom. Cristina explica que no primeiro caso, o alivio da sensação de peso que o relacionamento despertava faz a pessoa pensar que ter “descartado” a relação foi uma atitude mais saudável. Em muitos casos, a separação é necessária e aponta para a ampliação dos modos de viver a vida. Porém, se a pessoa não tenta compreender como foi entrando e permanecendo numa relação que se tornou destrutiva, ela poderá eventualmente continuar escolhendo este tipo de relação e repeti-la com outras pessoas. Aparecem em muitos casos outras “dependências”, de álcool, do trabalho, da tirania da imagem de um corpo esbelto, potente.

As pessoas, que pelo contrário, passam por períodos de sofrimento profundo, depressão, tristeza, também precisam de cuidados intensos, ressalta a terapeuta. Provavelmente esta pessoa se sente abandonada, sua autoestima despenca e perde a confiança no seu potencial e desejo de seguir vivendo. Nestes casos, o que houve provavelmente foi que a relação era o que denominamos de um tipo “simbiótico”; similar aquela que acontece entre uma mãe e um bebé recém nascido. O bebê não tem recursos próprios para sobre viver, ele não discrimina quem é quem, mãe e bebé se fundem numa única pessoa. Quando pessoas adultas mantêm este tipo de relação, na qual existe uma indiscriminação intensa entre quem é quem, quando acontece a separação, ela é vivida como se se perdesse uma parte de si próprio ao se desligar do outro. A pessoa se confundiu tanto com seu parceiro, que ao se separar dele, perde seus próprios recursos e sente-se um bebê sem a proteção da mãe.

Após a separação, o período de luto pela perda do ser amado varia e é comum chegar a nove, dez ou doze meses. É importante ter paciência e não tentar acelerar o processo. As pessoas têm o costume de olhar de maneira negativa para as experiências de sofrimento.

Porém é fundamental respeitar o ritmo que cada um precisa para elaborar este momento e poder se abrir para novas experiências. Homens e mulheres variam muito na sua forma de vivenciar este momento. \"Os homens sofrem sozinhos; enquanto as mulheres se apóiam uma nas outras, eles, por razões culturais, se fazem de durões\", observa a psicóloga Maria Cristina Capobianco.


Maria Cristina Capobianco

Mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP,fez especialização em Psicanálise de adultos e crianças no Instituto Sedes Sapientes, SP. Trabalhou nos Hospitais, São Paulo, Hospital do Câncer A.C. Camargo, Hospital Municipal Infantil Darcy Vargas e Hospital Umberto I trabalhando os aspectos emocionais de crianças com enfermidades nas áreas de gastropediatria, neoplasias, pneumologia, nutrição hepatologia entre outras e as doenças psicossomáticas. Desenvolveu o trabalho clínico com famílias de trabalhadores para atender os efeitos do trabalho dos pais nas relações familiares.No consultório, utiliza atividades artísticas como um meio de abordar os conflitos das crianças.Escreveu o livro, “O Corpo em OFF”, Editora Liberdade, 1998


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Nary
No PF desde: 20/08/2008

Muito interessante... Beijo


Dona Helena
No PF desde: 14/11/2008

Muito interessante sua explanação! Realmente passamos por um período de \"luto\".


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NAIK
No PF desde: 12/08/2009

Não é fácil lidar com essa sensação de perda, mas não é impossível, Como dizem nada como esquecer um antigo amor com outro novo!


Bjs


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Lytha
No PF desde: 15/09/2009

É exatamente assim que estou me sentindo...perdida, sem chão...estou em fase de separação (1 mês) e me dói muito saber que fui eu que coloquei a perder todo nosso relacionamento. Eu era muito segura que ele me amava e com isso vivia brigando, exigindo coisas, que hoje eu vejo que eram, futeis, sem importancia...em vez de ficar amando-o, curtindo, eu arrumava sempre uma desculpa pra não estar alí com ele. Ou tinha que arrumar a casa, lavar a louça etc..., depois eu ia ficar com ele. Não que ele não me ajudasse, ele me ajudava, mas eu sempre exigia mais. E o que aconteceu? Ele cansou...simplesmente acabou tudo que era bom. E hoje eu reconheço, só que é tarde de mais. Hoje eu to me remoendo de não ter aproveitado esses momentos tão lindo que era. Mas digo que isso tudo esta valendo pra mim crescer e mudar isso que esta dentro de mim. Penso tbem que ainda vou passar por situações desagradáveis para mim, pois como ele mesmo disse que nasceu para viver sozinho, que vai voltar a ativa brevemente. Então alem de estar me corroendo por dentro ainda vou vê-lo ao lado de outra mulher, mas fazer o quê a fila anda, como dizem por aí. Deixo o meu registro que jamais devemos deixar de aproveitar nossa vida ao lado da pessoa que amamos, o amanhã só Deus sabe o que nos acontecerá. Fiquem com Deus e uma ótima semana...Beijos


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NAIK
No PF desde: 12/08/2009

Brigada Lytha, pelas palavras...é interessante, o olhar de uma pessoa que passa por isso, e ve como perdeu a pessoa por besteira. Por isso, que as vezes penso, antes de cobrar alguma coisa do meu noivo, para que dps não discutimos por futilidade e dps os dois ficam triste e abalados.

É mulherada, vms dar mais valor, aos nosso fofos, quando eles estiverem conosco...não podemos agir com murro em ponta de faca.


Valeu!!!!