Sem barriguinha

Quando a alimentação saudável aliada à prática de exercícios não são suficientes para se chegar ao tão sonhado abdômen, muitas pessoas recorrem à cirurgia plástica.

Para sabermos quais as intervenções cirúrgicas mais indicadas nesses casos, o médico Naif Thadeu, especializado em cirurgia geral e cirurgia plástica, responde algumas perguntas.

1. Uma boa alimentação basta para manter a barriga em forma?

Dá para manter uma barrguinha em forma, porém somente uma boa alimentação não basta. É necessário que o paciente apresente um biótipo corporal harmônico, uma herança genética invejável, que durante o período de crescimento tenha realizado atividades físicas pertinentes e não tenha sofrido com nada capaz de alterar seu bom desenvolvimento. Deve-se entender que a auto-estima não pode depender somente da forma física, como hoje se apregoa, e que devemos desenvolver muitas outras qualidades para nos orgulharmos delas.

2. Se mesmo cuidando da alimentação o abdômen estiver avantajado, quais as cirurgias indicadas?

Antes de pensar em quais cirurgias iremos indicar, devemos observar se o problema é localizado no abdômen ou generalizado. No caso de haver uma alimentação correta e, conseqüentemente o problema for localizado, partimos então para o diagnóstico preciso da causa. Entre as mais comuns temos: acúmulo de gordura, flacidez de pele e afastamento dos músculos abdominais. Essas três causas podem aparecer isoladamente ou associadas, fato muito comum após as gestações. As cirurgias mais indicadas para esses casos são: lipoaspiração, abdominoplastia, lipoabdominoplastia e lipoabdominoplastia videoendoscópica. Vale alertar que se trata de uma indicação médica altamente especializada, específica para cada caso e não de uma simples escolha ao gosto ou desejo da paciente.

3-O que essas cirurgias eliminam?

Lipoaspiração: elimina o excesso de gordura do abdômen, cintura, flancos e região lombar.

Abdominoplastia: elimina o excesso de pele da região anterior do abdômen e reposiciona a musculatura abdominal anterior.

Lipoabdominoplastia: elimina o excesso de gordura do abdômen, cintura, flancos, região lombar e reposiciona a musculatura abdominal anterior.

Lipoabdominoplastia videoendoscópica: elimina o excesso de gordura do abdômen, cintura, flancos e região lombar. Retira o excesso de pele da região anterior do abdômen e reposiciona a musculatura abdominal anterior. Indicada para pacientes com abdômen flácido e com excesso de gordura na parede abdominal e cintura. Essa nova adaptação da abdominoplastia dirige-se especialmente aquelas pacientes que apresentam pouco excesso de pele acima do umbigo.

4-Como são feitas?

Todas elas devem ser realizadas com a paciente internada em um hospital que seja capaz de atender eventuais intercorrências. A anestesia de escolha é a peridural com sedação, podendo ser utilizada anestesia geral também. A colocação de drenos, embora pareça antipática aos menos esclarecidos, permite uma recuperação mais rápida e com menos manchas roxas. É necessário um preparo nutricional e assistência fisioterápica no pós-operatório desde seu início, com drenagens linfáticas precoces, seguidas de ultrasson e mais tardiamente sessões de endermologia.

Lipoaspiração: a gordura é retirada por sucção através de cânulas acopladas a seringas ou a um aspirador cirúrgico alimentado por energia elétrica. Essas cânulas são introduzidas por incisões que medem meio centímetro, estrategicamente localizadas para se tornarem, mais tarde, pouco perceptíveis. A gordura extraída pode ser aproveitada sob a forma de enxerto em regiões que se deseja aumentar o volume ou modelar, como glúteos, quadril, coxas, peitorais masculinos, entre outras.

Abdominoplastia: com cicatriz resultante horizontal, localizada na porção mais baixa do abdômen, esta é a cirurgia que possibilita grandes remoções de pele flácida. Pode ser associada a cirurgias intra-abdominais como útero, ovários, vesícula e se presta a ser via de acesso para as correções de todos os tipos de hérnias da parede. Com o advento da videoendoscopia, tornou mais segura e precisa a colocação de implantes mamários, por essa mesma incisão e, portanto, sem qualquer outra cicatriz. Nos casos de pacientes ex-obesos mórbidos é necessária a cicatriz resultante em forma de âncora.

Lipoabdominoplastia: associação das duas técnicas anteriores, onde se realiza inicialmente a lipoaspiração e em seguida – no mesmo ato operatório - a abdominoplastia. Trata-se de uma associação que permite cicatrizes mais baixas, melhor deslizamento do retalho, com menos perda da sensibilidade da pele, e com maior segurança circulatória, pois preserva os nervos e vasos perfurantes abdominais.

Lipoabdominoplastia videoendoscópica: desenvolvida com a finalidade de possibilitar a associação de lipoaspiração com fechamento da musculatura em toda sua extensão e com incisões mínimas localizadas nos pelos pubianos. A videoendoscopia nada mais é do que a operação realizada sob visão indireta e magnificada, através da tela de um monitor que exibe as imagens capturadas por uma fina óptica introduzida entre os tecidos que se deseja operar e por uma incisão mínima.

5. Quanto tempo leva para o paciente se recuperar?

Lipoaspiração:duas semanas

Abdominoplastia: quatro semanas

Lipoabdominoplastia: quatro semanas

Lipoabdominoplastia videoendoscópica: três semanas

Naif Thadeu é médico especializado em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, da Sociedade Brasileira de Nutrologia, pertence ao Corpo Médico dos principais hospitais de São Paulo. Com mais de 20 anos de experiência na especialidade, desenvolve pesquisas e refinamentos na área da Cirurgia Plástica Videoendoscópica e é diretor da Clinica Naif Thadeu de Cirurgia Plástica em São Paulo.

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