Amigas,

Eu estive aqui há algum tempo contando que eu estava com medo de estar me apaixonando por um cara dos EUA com quem eu tinha batido um papo há mais de um ano. Eu contei que ele havia voltado ao Brasil um ano depois e quis me ver. e que, nesse segundo encontro, foram horas de conversa e no final rolou um beijo e que no dia seguinte rolou mais que isso e ficamos juntos quatro dias seguidos, até ele partir. Eu falei que estava com medo, porque já tinha sofrido, e muitas me deixaram mensagens fantásticas. Eu adorei ouvir que, exatamente por que eu já tinha sofrido com outro amor, eu estava mais forte, e é verdade, ou pelo menos deveria ser. Disseram-me também para curtir esse romance, mas mantendo os pés no chão, mas esse é o problema: está tão difícil manter os pés no chão que eu às vezes penso em forçar a barra, cortando o contato. Mas, se isto acontecer, eu vou sofrer por estar me privando de algo que está sendo um presente na minha vida.

Bem, esse presente veio e se foi, mas, desde então (duas semanas), me liga todos os dias de lá dos EUA. Eu estive na Europa essa semana, a trabalho, e ele me ligou todos os dias, dizendo que estava com saudades, que queria ouvir a minha voz, etc. Se eu não respondo uma mensagem dele,ele me liga porque sentiu falta de uma manifestação minha. Às vezes eu tento não responder imediatamente, para não me sentir sufocando-o, embora seja \"responder\" e não ter a iniciativa de escrever, então ele me liga. Ele tem sido só atenção comigo, desde que ficamos juntos.

Só que ele está muito longe e os contatos de trabalho para ele voltar aqui estão sendo mais lentos do que ele esperava, e talvez ele não volte tão cedo. Eu também não sei se ele está divorciado mesmo, como me disse há mais de um ano. Eu não quis perguntar, desta vez. Com isso fica a saudade e uma ansiedade mortal. É difícil tentar ser mais fria, porque, com ele me ligando o tempo todo para falar de saudades, de detalhes, de vontade de ver, eu não consigo ficar sem pensar nele o tempo todo, sem querer, sem sonhar. Ajudem-me. O que eu faço? Eu não quero estragar tudo o que está tão no começo e tem que ser levado com cuidado, mas eu não quero também ir me envolvendo forte e irremediavelmente, para sofrer depois. Só que, com tanta atenção e carinho que ele tem me dado, não tem jeito.

Eu não posso deixar de dizer também que ele é uma pessoa muito especial, riquíssima intelectual e culturalmente e emocionalmente, uma pessoa alegre, sensível e que me faz bem, e que a sua presença em minha vida, sob qualquer pretexto, é importante para mim. Eu quero tê-lo na minha vida de qualquer forma, ainda que só como amigo, mas, ele está fazendo eu me apaixonar, e isso pode impedir a amizade. Eu estou adorando estar me apaixonando por ele, mas estou com medo.