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Quando eu era menina meus medos tinham uma diversidade enorme.
Desde fantasmas, bruxas e monstros assustadores até um olhar mais enviesado de meu pai podiam desencadear meus maiores temores.

Pensei que depois que virasse gente grande, tudo ia passar.
Que seria corajosa e destemida.
Que nada mais poderia me assustar.

Ledo engano, já adulta e dona do meu próprio nariz, continuo uma cagona de marca maior!
Apenas os naipes é que mudaram de configuração.

Se antes morria de medo de tomar injeção e ir ao “doutor”, hoje tenho pavor de visitar o dentista.
Fico dura como uma pedra quando aquele aparelhinho barulhento horroroso entra na minha boca.
Tal qual uma criança, pergunto varias vezes: “falta muito” ?

Quando pequena tinha pavor da noite, da possível existência de monstros e fantasmas.
Confesso que ainda hoje tenho medo deles.

E ainda, morro de medo de barulhos diferentes, aqueles que não costumam habitar o meu lar.
E também de pesadelos.
Acordo muitoooo assustada e nem consigo mais dormir...

Determinadas coisas inverteram.
Quando meninota, tava nem aí se ratos ou baratas que circulassem no meu caminho.
Agora, faço um estardalhaço e tanto quando topo com um deles.
Literalmente fico histérica.

Se pensar mais a respeito do assunto, arrisco dizer que meus medos até aumentaram com a idade.
Deve ser para acompanhar o processo de maturidade, sei lá?!

A verdade é que hoje meus medos são muito mais reais e parecem bem maiores do que quando eu era pequena.
Sempre pensei, que quando fosse adulta, tudo iria passar.
Passa nada!

Sinto agora que o meu medo maior, é justamente ter medo!