Sabe, sempre questionei qual seria o momento apropriado para ter filhos, nunca encontrei a resposta, aliás, vi que a coisa teria que acontecer e pronto, depois se dava um jeito, porque se ficasse pensando nos prós e contras não sairia do lugar.

Mas uma coisa eu tinha certeza, não queria entrar pro rol das mulheres que depois que engravidam só tem um assunto na cabeça: FILHOS. E me tornar uma chata perante as amigas casadas e solteiras.

Imagina o quanto maçante é para alguém que nem pensa ainda em ter filhos, ouvir a amiga dizer: o pequeno acorda e faz isso, depois mama, arrota, tem as cólicas matinais, depois faz um cocozão e dorme umas duas horas, daí já tá na hora de trocar a fralda... e assim, vai descrevendo nos mínimos detalhes uma rotina que só interessa a poucos e o pior, descreve tudo de novo no outro dia... só falta dizer que o pitoco pisca.

Tudo bem que tudo é novo, tudo lindo, mas é para quem tá vivendo, as outras continuam com suas vidas e também querem falar, mas ao ver que o mundo da amiga "mãe fresca" só gira em torno do bebê - desanima - prefere ficar calada e pensando com seus botões: ela já não me disse isso tudo ontem?

E como por encanto as amigas se afastam e procuram outras amigas que estão a fim de "trocar".

Por isso o meu cuidado em manter a mente aberta. Óbvio que eu tinha muito pra contar, mas ainda todos os assuntos me interessavam, tentava dosar e lembrar: sou mulher, amiga e depois mãe. Não em relação a pequena, mas em relação as amigas, nossa sintonia não podia falhar - elas também sempre foram tão importantes na minha vida - eu precisava respeitar, eu precisava deixar falar.

Dudy

Postado em:
dezembro/2008