Sem medo de falar

maya
Postado em:
20/01/2009 - 18:09

Existem duas mulheres - Ayaan Hirsi Ali e Suzana Vieira – elas, além de certamente não se conhecerem, tampouco tem algo em comum.

Uma, luta pelos direitos do livrearbítrio da mulher mulçumana e é cotada como uma das cem pessoas mais influentes do planeta, segundo a Revista Time.

A outra, além de ser carismática, é uma excelente e experiente atriz, muito conhecida na TV, principalmente por sua atuação em várias novelas brasileiras.

O que uma tem que ver com a outra, se vivem em mundos tão distantes, nortes tão diferentes? Nada, a não ser pelo fato delas dizerem o que pensam sem medo de ser feliz.

Em seu livro (Infiel), Ayaan conta que é condenada pelos seus compatriotas por expressar, com propriedade única, sua opinião sobre o Islamismo, Fundamentalismo e o Alcorão, ao ponto de ser condenada à morte e obrigada a se esconder. Possui um aparato tremendo de segurança que a acompanha até hoje.

Por outro lado, nossa Suzana é julgada e criticada pela sociedade brasileira por ter se casado com um homem que a enganou, não uma, mas duas vezes e do pior jeito possível. Ela é considerada culpada pelo fato de ter acreditado no amor e na reabilitação da pessoa por quem acreditou ser amada. Suzana Vieira é marcada pelo ridículo e achacada porque não poderia ter se exposto (na mídia) da maneira que o fez.

Enquanto isso, o presidente da França acaba com seu casamento, namora uma cantora/modelo com exposição de nus e, num tempo recorde, acaba se casando – o mundo inteiro acha normal e aplaude a primeira dama francesa (e eu também)!
 
Estamos em pleno século XXI, total liberdade de escolha sexual e a cultura machista permanece firme como uma rocha na alma dos brasileiros, um país que parece padecer de preconceitos – ainda mais quando diz respeito a seus conterrâneos (mulheres principalmente).
 
Suzana Vieira, assim como Ayaan Hirsi Ali vieram à público para defenderem suas visões, suas opiniões e seu way of live. Não importa a respeito do que elas falam (assuntos totalmente diferentes), mas a verdade é que ambas não se intimidaram em pontuar seus posicionamentos frente às intolerâncias e preconceitos culturais. Considero esse convencionalismo, um desrespeito às opções de estilos de vida.

Maya

Maya

Postado em:
janeiro/2009