Tá na correria? Eu também!

E pior - todo o dia tenho a sensação de estar sempre atrasada, em cima da hora para cobrir meus horários.

É uma doidice essa vida maluca, atolada de compromisso – um depois do outro. Isso acaba prejudicando nossa existência, levar a coisa toda numa lufa-lufa tremenda e ainda, a gente aceita essa condição como ‘normal’.

Será normal sair voando pra fazer as unhas – que já deram sinais de prazo vencido há muito tempo, aproveitar e parar no mercado no caminho de volta porque você tem consciência que sua geladeira solicita reabastecimento urgente e quando chegar em casa, perceber com desânimo, que esqueceu a metade das coisas que você deveria comprar? Xô cabeção!

Conversar com uma amiga que não encontra há tempos – porque não tem tempo de encontrá-la – olhando pro relógio a todo minuto, porque você sabe que tem uma reunião marcada logo a seguir?

Não conseguir dar conta das revistas que comprou toda feliz pra ler e se informar de tudo que anda rolando pelo mundo afora, ver que já saiu a edição seguinte e você nem ao menos conseguiu folhear a metade delas? Ui,ui – que aflição! Você nunca consegue dar as notícias de primeira mão!

Só conseguir visitar sua mãe uma vez na semana (aos domingos) e verificar que você nem sentiu o tempo passar, mas pra sua mãe, pareceu uma eternidade? Agora tem ainda que administrar seu sentimento de culpa também!

Não saber o que acontece com sua colega/amiga do escritório, porque não sobra tempo pra vocês falarem sobre suas vidas – dividirem suas aspirações, anseios e opiniões – trocar um pouco o particular sobre suas histórias?

Não rir da piada do guardinha do prédio que você mora porque não consegue parar para escutar – entra e sai correndo de seu apartamento? Poxa, o cara só quer um pouquinho de sua atenção...

Notar, com impotência e sem controle que simplesmente o tempo que você gostaria de dispor não lhe pertence mais?

Na verdade a gente acaba questionando se toda essa correria vale a pena – e se vale, qual é o custo benefício?

Dias atrás, uma situação hilária e imprevisível deu um stop momentâneo na nossa agenda – 20 minutinhos de bel-prazer!

Eu e a Dudy marcamos para olhar materiais de festa infantil, entre um compromisso e outro, para a filhota dela que faz aniversário daqui uns dias.

Como chegamos antes da hora – um verdadeiro acontecimento, o local estava fechado e só abriria dali um tempo.

Não deu outra, sentamos pachorrentamente nos degraus da rua e ficamos jogando conversa fora – falando abrobrinha mesmo – uma delícia!

Nesse meio tempo, chega uma outra mãe e diz: - ‘O que? Só vai abrir em 15min, não tenho como esperar, tô correndo, tenho compromisso daqui a pouco’!

Compartilhando a cena, caímos na risada!

Ufa – tá todo mundo na correria, na pressa – ai que pressão!

‘Não deixe de fazer algo que gosta, devido à falta de tempo, pois a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais.’ Mário Quintana  

Maya

Postado em: 
08 de junho/2009