Outro Pata Branca na Minha Vida

maya
Postado em:
08/01/2014 - 14:29
Reprodução: Maria Helena Rodrigues

O meu velho amigo Pata Branca não resistiu mais que uns poucos dias conosco e partiu, nos deixando com saudades de seu olhar gentil e bondoso.

Devo ter algum tipo de ímã que atraí cães pretos, muito machucados e mancos, com as patas branquinhas e o olhar muito doce.

O meu novo amigo Pata Branca resolveu me eleger como dinda e decidiu que as rodas traseiras do meu carro, parado na frente da minha casa da praia, seria seu novo lar.

Esse novo membro chegou muito magro, abatido e com sérios ferimentos no lombo, nas patas, nas coxas e na barriga. Estacionou embaixo do meu automóvel um pouco antes do Natal e eu fiquei imediatamente caída de amores por ele.

O jovem elemento é um cão que certamente foi abandonado nas ruas, e deve estar com uns dois anos, calculo a idade pelos seus dentes branquinhos e reluzentes.

De temperamento dócil, ele inicialmente se mostrou muito arredio e assustado comigo, mas aos poucos consegui ganhar a sua confiança.
Muito mansinho e brincalhão, ele é só doçura e já brinca com as crianças numa intimidade inocente e infantil, como se as conhecesse durante toda uma vida.

Há cerca de uns quatro dias atrás ele finalmente entrou em de nosso jardim, onde conseguimos (eu com a ajuda dos pequenos) dar um bom banho nele (pois fedia mais que uma latrina) e limpar suas feridas que estavam em carne viva.

O garoto que antes chegou muito tímido, faminto e carente, está se recuperando a olhos vistos e agora já adentra em casa como se ela fosse sua. Ontem peguei o sujeito escarrapachado em cima de um sofá na sala. Pode? O cara é um folgado... Já xeretou por toda a casa e resolveu inclusive subir as escadas para conhecer o meu aposento íntimo. Só falta querer dividir o travesseiro comigo...

Resolvi deixá-lo de molho por um tempo dentro do nosso cercado para que pudesse melhorar seus ferimentos, mas o danado tem um espírito aventureiro, livre e destemido, não consegue ficar muito tempo sem o agito das ruas.

Quando abro o portão da frente, ele sai numa corrida suicida e eu fico com receio que seja atropelado novamente. Só tenho sossego quando vejo o danado despontar correndo na esquina, num galope só, em direção a nossa casa, muito faceiro e garboso. Parece querer mostrar que agora tem um verdadeiro lar para chamar de seu.



Maya,


também tenho uma viralatinha que é uma doçura. De tão doce, ela tem duas casas. Ela é fujona como a o teu Pata Branca, gosta da rua e das amizades que lá conquistou. Nessas indas e vindas, alguém se encantou e se apossou da minha Holly. Comecei a perceber que quando voltava, sempre estava limpinha e gordinha. Eu não ligava, ao menos estavam cuidando bem da cadelinha. Tive certeza do dia em que ela pariu e os outros donos vieram conhecer a Lara (esse é seu nome na outra casa). Veio toda a família, sua outra "mãe", "pai" e "irmãos", todos queriam felicitá-la pelos seus filhotes.


Mas sabe o que é mais estranho? Quando ela está grávida, ela sempre fica na minha casa, só começa a dar suas escapadinhas quando os filhotes já estão com 1 mês. Apesar de amar suas donas, lá em casa ela encontra segurança em passar suas gravidezes e ganhar seus filhotes.


Quando nasce, aí começa tudo novamente! Adoro minha cadelinha.