Operação mamas

maya
Postado em:
06/04/2009 - 17:10

Escrever sobre a minha operação (implante de silicone por trás do músculo) é querer fazer piada com a dor, mas como eu adoro uma comédia...

No dia da cirurgia, fiquei tão ansiosa que não consegui parar quieta, então o anestesista resolveu não arriscar uma peridural e aplicou uma geral – azar o meu!

Acordei e quando tentei falar, o que saiu foi o som parecido com uma taquara rachada, que doía no ouvido – pra falar a verdade acordou meu parceiro de recuperação, porque minha voz era um misto de ruído esganiçado com um sopro de papel rasgado.

Minha garganta doía tanto que cheguei a questionar se tinham operado ela ou os seios, mas como os bonitinhos também doíam pra caramba acreditei que meu médico não tinha errado na jogada.

Eu, que fui a primeira a chegar à sala de recuperação e a última a sair, assisti de camarote todos os procedimentos com os pacientes. Um tanto grogue pelo efeito da anestesia, percebi vagamente que aos poucos o ambiente foi se enchendo de parceiros e pensei: que bom ter bastante gente, assim fico sabendo o que anda rolando por essas bandas; vou poder conversar e bater um papo, enfim, ter companhia para passar o tempo...

O que vi foi um desfile de bundas indo para o banheiro, uma mulher gulosa passando a mão no lanchinho que era da cama ao lado – o sujeito nem notou – estava dormindo, uma outra dama meio tirana que falava ordens ao telefone e ninguém muito a fim de iniciar um bate-papo comigo, o que me deixou muito desanimada.

Num determinado momento, notei que a única que não passava nos testes para ser liberada era eu e como não queria de jeito nenhum passar a noite por ali, chamei uma enfermeira e disse: "eeu eustoou mem sentendo mauita bpom", numa linguagem meio enrolada, porém tenho certeza que ela não acreditou em uma palavra do que falei.

Assim, fiz um esforço enorme para clarear minha cabeça e tirar a goma-arábica da minha língua e lá pelas tantas, acho que alguém de bom coração teve pena do meu estado solitário, que ia tentar me alimentar e me levar ao banheiro.
 
Fui pra casa sem passar no teste do segundo round, estava me sentindo tão seca quanto o deserto do Saara – queria era botar pra dentro e não tirar pra fora!

Fui fazer pipi muito tempo depois, ao mesmo instante em que vomitava.

Tive que decidir: sento e faço xixi ou vomito e tento segurar o outro – que vocês acham?
Não deu outra, quiseram vir os dois juntos, em jorros intensos e violentos, brigando pra ver quem é mais forte!

Coitada da Jane (Jane é minha querida secretária de muitos anos) que olhava apavorada pra aquela cena e não sabia que setor ajudar primeiro, na dúvida, ficou imóvel vendo tudo acontecer!

Mas, ainda não contei pra vocês das dores, né?

Usem a imaginação e projetem a cena: um elefante adulto sentado com as duas patas traseiras pressionando os peitos, e vocês terão mais ou menos uma leve idéia do quanto dolorosa é essa coisa.

Vou contar que os analgésicos me deram uma alergia terrível e tive que me contentar com paracetamol 750, que aliado ao antibiótico, deixou o meu abdome distendido como se tivesse com 5 meses e ½ de gestação.

E, vocês já tinham ouvido falar de câimbras nas batatinhas das pernas em pós-cirúrgico?

Nem eu! Pois até com isso eu fui premiada, fiquei num estado tão lastimável que mal consegui colocar os pés no chão e caminhar, a dor provocada pelas câimbras foi de entortar o esqueleto.

Prometo que depois que passar esse fuzuê recuperológico vou  autoclicar uma imagem dos meus peitões pra vocês verem e opinarem, só não contem por aí que a foto é dos MEUS seios, ok?

Esperem pra ver!

Sentadas... heheheh.

Maya

Maya

Postado em: 
06 de abril/2009