Até que em fim consegui pegar o malandro que me acorda noite sim e outra também no meio da madrugada.

Fiquei antenada e quando o maldito apito estridente do alarme soou, voei da cama, vesti nem-sei-o-que no escuro mesmo e me toquei em disparada pra saber de onde era a origem do pior dos meus pesadelos noturnos.

Nada me segurou, nem mesmo meu marido, não querendo que eu saísse sozinha no meio da madruga e talvez com medo que eu, fera enlouquecida pelas noites insones, pudesse atacar o causador da minha desgraça.

Mas, finalmente achei o tinhoso (uma casa comercial) que tem o descaso de deixar o alarme a deus-dará e inconsequentemente tocar todas as madrugadas.

Tem mais, como é que eu vou poder concluir meus sonhos com o Mel Gibson, Richard Gere ou George Clooney se cortam o meu barato todas as noites?

Mas, falando sério, é a mesma churumela!

Em primeiríssimo lugar, o vencedor imbatível é do som gritante do alarme da imobiliária que começa a sinfonia noturna. Depois, entra também na dança, o disparo da buzina de carro estacionado na rua e, ainda que não seja diariamente, a saída das festas do edifício ao lado.

E, para completar com chave de ouro esse quadro desastroso, quando estou quase retornando ao sono dos justos novamente, ainda de madrugada pra mim, mas de manhazinha pra eles, chegam os caminhões que estão fazendo a terraplanagem em uma construção em frente ao meu prédio.

Esses são alguns dos meus piores pesadelos, tem noites que espero pacientemente o alarme disparar, a vigilância chegar para desligar e então resolvo tentar dormir já que as possibilidades de choque sonoro passam a diminuir.

Vou contar que já tive as melhores das intenções para ver se conseguia me desligar do tumulto noturno: tomo litros de chá de capim-cidró até ficar como um gambá dopado de tanto sono, uso tampões de ouvidos, fecho o vidro do quarto que sinto até calor, mas nada adianta muito...

Literalmente isso acaba com a minha paz, no dia seguinte pareço um zumbi, tenho os sintomas de TPM constante e minha tolerância, que normalmente é longa, fica curta como um pavio.

E, como em toda discussão, essa dá o que pensar!

Assim como tem o pessoal do partido do verde, a briga em prol dos bichos em extinção, a turma da passeata por um ar mais limpo, resolvi abraçar a causa e levantar a bandeira em defesa da saúde sonora.

Como vou operacionalizar minha iniciativa ainda não sei, mas agradeço desde já, contribuições voluntárias de idéias para realização de um plano de ação.

Quem se habilita? Ouvidos aberto, quero escutar!

Maya

Postado em: 
10 de maio/2010