Dia destes, tomei um susto. Entrei apressada como sempre e nesse dia em especial lembro de estar também distraída, então: PUFF! Deparo-me com meu próprio reflexo no espelho e francamente falando, dava dó de olhar!

Pensei: pra que colocar espelhos em elevadores? Que gente vai querer se ver numa distância tão mínima como comporta o espaço de um elevador e principalmente na primeira hora da manhã?

Tá certo que naquele dia eu tava com a macaca, mas vamos falar a verdade – espelho em elevador deveria ser proibido por lei – você fica imensa!

Claro que por mais fofinha que a gente esteja - e a gente sempre está com uns quilinhos a mais - é super legal dar uma conferida na produção bem arranjada que você fez.

Isso é bacana de fazer em casa, com seu espelho de estimação – aquele que te entende e valoriza sua aparência deixando sua auto-estima nas nuvens.

Porém lembre-se: conferir o visual corporal em espelhos de elevadores, jamais! 

Outra puta mancada são os espelhos tipo “Renner”, você já se mancou disso? São naquelas cabines apertadas com quinhentas luzinhas dicróica em cima do seu corpo brancão e ainda não tão em forma para o verão que se aproxima, que você – menina corajosa – vai passar pelo pânico da experimentação de biquínis.

Deveríamos fazer um boicote – não haverá prova de roupas, principalmente aquelas que exijam muita pele exposta – enquanto não houver provadores maiores, luzes discretas e principalmente espelhos bronzes que nos deixem mais magras e bronzeadas.

Imagine você, quando fui experimentar meus biquínis este ano e dei de cara com aquela celulite gigantesca, tipo casca de laranja-umbigo, que eu nem tinha reparado antes - uma gordura triplicada de tamanho, flacidez instalada nas minhas pernas e ainda por cima uma pele tão branca e azulada, eu parecia um esquimó, que nunca tinha visto sol na vida.

Pensei: - não é possível, essa aparência estilo jumbo não pode ser meu corpo. Não sabia se chorava, me internava em um SPA ou decidia logo por uma tríplice cirurgia - “levanta pele, lipograxa, lipocelulite” total.

Saí em disparada, fora daquele cubículo do terror e devia estar com uma expressão de sofrimento estampada na minha cara, porque a atendente me perguntou se havia acontecido alguma coisa.

Inconformada, desolada e a depressão já se instalando em mim fugi para minha casa, lugar onde todos os espelhos são meus amigos e fazem de mim a mulher mais bonita do planeta.

Por via das dúvidas dei uma boa olhada, crítica mesmo, no meu visual e sinceramente falando não achei que a situação era tão catastrófica. Verdade: até bronzeada eu fiquei – esse espelho é muito bonzinho - vou levar pro caixão.

Feliz da vida, fiz um juramento que cumpro a risca até hoje: biquínis em cabines apertadas só experimento de olhos fechados – e ponto final!

Maya

Postado em:
maio/2007