O Verbo Correto é Recomeçar

Imagem enviada pela autora.

Na minha vida, sempre ocorrem algumas "hecatombes" descomunais, mas sempre consigo me levantar e seguir em frente. Só que essa, que eu sofri em agosto de 2012, foi tão forte que acabei tendo de fazer terapia.

No ano 2000, meu pai começou a fazer um bico como segurança em um salão de cabeleireiros, o que dura até os dias atuais. Por causa disso eu sempre ia lá com minha mãe, pois o dono não cobrava os cortes, as escovas e os outros tratamentos que fazíamos. Já em 2005, quando eu tinha meus 16 pra 17 anos, um dos sobrinhos dele veio para trabalhar com ele no salão. Nossa diferença de idade é de apenas 6 anos (ele é mais velho). De início não me interessei por ele, até nos desentendemos e o agredi uma vez por ele ter dito ao meu pai que havia me visto em um baile funk junto com uma prima minha, que hoje é casada, quando, na verdade, eu tinha ido dormir na casa da minha tia para fazer companhia a ela, que estava sozinha (minha tia e o marido tinham viajado e minhas outras duas primas tinham ido junto).

No ano de 2007 as coisas mudaram e ele se declarou pra mim via SMS. Havia viajado no Ano Novo e antes de ir mandou uma mensagem dizendo que me amava. Fiquei surpresa! Não mostrei pro meu pai porque ele é super ciumento (única filha no meio de dois filhos,que Bela não teria um pai que é uma Fera?) e a briga estaria armada.Então fiquei quietinha.

Nosso primeiro beijo foi no Revéillon de 2008 pra 2009, e depois disso só ficamos outra vez no Natal. Um Natal meio apagado, já que eu tinha perdido minha prima em julho e estava todo mundo meio abalado. Ele prometeu que viria falar com o meu pai e me pedir em namoro, que queria fazer tudo certo e tal. O problema foi que isso nunca aconteceu.

Em 2010, meu pai foi baleado quando estava indo fazer outro bico em uma padaria bem na época da Copa do Mundo (isso foi no Dia dos Namorados, 12/06, três dias antes da estreia do Brasil) e ficou no hospital por cerca de 18 dias. Quando saiu, várias pessoas vieram vê-lo e ele veio também. Ficamos algumas vezes entre os meses de junho e agosto e no mês de julho ele disse que teria de ir ao interior de São Paulo num domingo e me chamou pra ir junto. Fiquei empolgadíssima com o convite e me arrumei todinha: comprei uma roupa nova, arrumei meu cabelo e no dia fiquei esperando. Só que fiquei esperando o dia inteirinho, porque ele não apareceu! Fiquei muito chateada com isso.

Até cheguei a pensar de início que ele tivesse outra, mas não falei nada.

Em 2012 meu irmão se separou da esposa por ela estar aprontando demais. No dia 20/06, ela me chamou pra conversar no Facebook e me disse que ele havia lhe dito que não poderia namorar comigo porque havia uma garota que estava grávida dele e que ele teria de se casar com ela por causa do bebê. Só sei que passei mal, fui parar no pronto-socorro com a pressão a 19 por 12 (à beira de um AVC ou infarto com 24 anos recém-completados!) e meu melhor amigo, que sempre me acompanha, foi na casa dela pra brigar com ela por ser tão venenosa! Procurei confirmar a história com o tio dele, patrão do meu pai, que desmentiu tudo. Fiquei mais aliviada e continuei com a esperança.

Só que, no Dia dos Pais, a hecatombe foi completa!

Eu me arrumei todinha e ajudei minha mãe a arrumar tudo pro almoço, pois viria muita gente. Decorei as mesas, coloquei os pratos, os copos e os talheres 
nos lugares certos, fiz um sorvete que todo mundo adora (nessas horas a Ana Maria Braga é bastante útil!rs) e até fui ajudar a preparar as bebidas. Estava bem empolgada mesmo, pois achei que daquele dia não iria passar. Quando estava terminando de arrumar a mesinha das crianças, meus pais me chamaram. Achei normal, eles sempre viviam me chamando. Mas os dois juntos, e  com cara de pena, não era normal. Me fizeram sentar em uma das mesas, se sentaram à minha frente e soltaram a bomba.

- Filha, o que disseram a você e que te mandou pro pronto-socorro daquela vez é verdade. O Cláudio vai se casar mesmo e vai ter um filho, mas ele não deixou de gostar de você...

Nem preciso dizer que meu mundo desabou na hora! Foi como se tivessem cravado um punhal no meu peito e torcido forte pro corte ser maior. Aí meu pai explicou toda a história: ele já estava com essa moça há cerca de cinco anos e estava se casando com ela por causa do bebê. No dia em que ele me deixou plantada esperando pra irmos pro interior, na verdade ele já tinha ido, só que com ela. E na verdade eu era só a outra na história!

Fiquei mal mesmo. Senti muita revolta. Perdi a confiança nos homens, deixei de ir no salão onde meu pai trabalha só pra não cruzar com ele e ter de bater nele de novo e passei a confiar só no meu melhor amigo. Admito que senti ódio dele, da namorada e da criança, que nasceu em novembro. Lembro-me de estar almoçando em casa com meus pais e minhas cunhadas (que amo como minhas irmãs) uma vez e ele chegou. Como eu estava de costas, acho que ele não me viu na mesa e foi conversando com meu pai, dizendo que a criança tinha nascido e que o casamento estava marcado. Na hora o pedaço de carne que eu comia travou na minha garganta e eu precisei disfarçar. Só aí ele me viu na mesa. Quando ele foi embora, me tranquei no banheiro e chorei de revolta. Como ele podia ir na minha casa e esfregar na minha cara que ia se casar com outra e que o bebê, uma menina, tinha nascido?

Por causa de toda essa revolta,comecei a fazer terapia com uma psicóloga amiga da minha família e passei a não sentir ódio da criança. Afinal, a menina é um ser inocente, não tem culpa de nada e não pediu pra nascer. Mas sinto mágoa dos pais: dele, porque me enganou por longos anos, me fez de trouxa e ainda tripudiou na minha cara na frente dos meus pais e das minhas cunhadas. E dela, porque sem dúvida engravidou pra segurá-lo e ainda pegou o celular dele, me ligou uma vez e me ofendeu, me chamou de "seca" e que eu não prestava nem pra fazer sexo. Isso me derrubou de um jeito que pra levantar foi difícil.

Estou conseguindo esquecê-lo aos poucos, hoje vi que ambos se merecem: ele por ser mentiroso e ela por ser venenosa, e decidi que vou levar a minha vida do meu jeito. Não quero me envolver com alguém tão cedo na minha vida, meu amor agora vai só pros meus sobrinhos, que são como meus filhos, e vou continuar  dedicando meu tempo a aprender. Comecei um cursinho básico de Assistência Administrativa dois dias na semana, às quartas faço terapia e nos finais de semana ganho um dinheiro fazendo unhas, até consegui uma boa clientela na família: minhas primas, minhas tias, minha mãe e até mesmo minha avó. Voltei a dedicar meu tempo fazendo trabalho voluntário com crianças, o que fiz durante muito tempo, e também costumo sair com o Gerson e a Magda, meus melhores amigos, que já me acompanham há tempos (a Magda há 10 anos e o Gerson há quase 8). Nos tempos livres, quando não saio, fico lendo um bom livro ou escrevendo. Já tenho um bom material reunido pra alguma editora, e já publiquei dois livros pela editora Agbook: "Diário de Uma Mulher Solteira" e "Aprendendo a Viver: Histórias de uma jovem que nasceu para a  vida", ambos publicados antes dessa hecatombe. No próximo ano pretendo publicar meu diário, que a psicóloga me sugeriu escrever para ter um momento comigo mesma. Afinal, mesmo sendo um "amigo mudo" (como costumo dizer), um diário fala tudo mesmo quando não diz nada.

Costumo dizer que na vida não há começo, meio e fim. E sim começo, meio e recomeço. Estou recomeçando do meu jeito e sendo feliz como sou. Vou encontrar alguém que me diga que não posso ficar sozinha enquanto os outros vão encontrando sua felicidade, mas por enquanto estou tentando ser feliz assim: amando mais a mim mesma e menos a quem não me dá valor algum...

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DannyOliveira como posso conseguir seus livros?


Através do site da editora Agbook você pode encontrá-los...Ou então no site Clube de Autores...


Peça muita orientação messsssssssmo viu, só ele pode nós ajudar nas horas mas diicíeis da vida.


Peça p/ Deus te ajudar...


Amiga,foi o que fiz;pedi a Deus que me ajudasse.E Ele graças a Deus está me ajudando muito,me dando esclarecimentos e mostrando realmente quem são as pessoas e o que elas são verdadeiramente.Graças a Ele tenho uma família maravilhosa que me ajuda muito,além de amigos muito queridos,que sempre que me veem pra baixo me ajudam a levantar na hora.E graças a este espaço,onde sem querer todos possuem pelo menos uns 5% de "terapeutas",pude contar a minha história e conhecer outras histórias de pessoas que passaram por situações como a minha...