Nina M.

Sempre fui uma criança com poucos amigos, mais na minha. Cresci sempre sendo assim, esse é o meu jeito até hoje.

Aos 20 anos, encontrei uma pessoa que mudaria minha vida, faria eu me tornar uma pessoa melhor e ter muitos amigos, pois ele era uma pessoa popular. Não conseguia acreditar como havia tido a sorte de encontrar alguém, porque sempre me senti inferiorizada, nunca me considerei bonita.

Começamos logo a namorar. Nosso relacionamento não foi sempre um mar de rosas, mas nos dávamos bem, porque nos amávamos. Não pensávamos em um compromisso maior, namorar somente era tão bom! Tínhamos os mesmos amigos, viajávamos, pensava sempre primeiro nele pra depois pensar em mim.

Mas, o tempo foi passando, minhas amigas foram casando e tendo filhos, e de repente me dei conta que algo faltava em minha vida: queria também noivar, casar e ter pelo menos um filho! Enfim, em 2006 nós noivamos! Estávamos muito felizes, pelo menos era o que eu sentia! Nossa relação não andava na melhor época, quando num dia, após 1 mês de férias, em que estivemos juntos viajando, descubro que ele estava se relacionando com outra mulher!

Meu mundo caiu, tremi na base, mas acreditei na amiga que me contou, pois onde há fumaça há fogo! Já fazia algum tempo que ele não encostava mais em mim, andava estressado, não dormia mais. Mas, eu sempre pensava que tudo iria melhorar, afinal estávamos 12 anos juntos e existia amor entre nós!!

Mas, era tudo ilusão! Quando confrontei ele a respeito dessa história, ele acabou me dizendo a verdade, que havia encontrado outra pessoa e que estava apaixonado por ela, e o pior, que queria ficar com ela!! Jogou toda nossa vida juntos pela janela! Me disse que não me amava mais, e que desde a época de nosso noivado queria terminar, mas não conseguia.

Desse dia em diante eu morri, só chorava, emagreci, não dormia direito, mal conseguia trabalhar. Me culpei muito pelo nosso término, sei que sempre fui uma pessoa difícil, mas não merecia isso! Não conseguia imaginar minha vida sem ele ao meu lado.

Como estava sozinha em casa, foi ainda pior, pois não tinha minha mãe pra me ajudar, ela estava viajando. Tinha somente meus irmãos e minhas amigas comigo, que me ajudaram muito. Era como se fosse um luto, pois havia perdido meu noivo, aquela pessoa com quem eu pensava que casaria. Me fechei pro mundo. Não saia mais, só ia de casa pro trabalho e do trabalho pra casa. Até a faculdade eu tranquei, simplesmente não conseguia estudar, minha tristeza era muito grande. Não queria acreditar que depois de tanto tempo ele havia feito aquela cachorrada comigo, e me deixado sozinha.

A dor era enorme, então fiz tratamento, tomei antidepressivos. Com o tempo, com essa dor amenizada, eu resolvi encarar a vida. Eu e minha mãe nos mudamos de apartamento, começamos vida nova. Fiz novas amizades, reencontrei as velhas, comecei a sair a convite de minha ex-cunhada, minha grande amiga até hoje.

Conheci 2 pessoas nesse meio tempo, mas não passou de encontros, mas que me ajudaram a ver o mundo de um perspectiva diferente, pois até então só havia estado com um único homem, meu ex-noivo.

Um tempo depois mudei de emprego, estava feliz comigo mesma, havia lutado e conseguido dar a volta por cima, apesar de estar sozinha!

Mas, como nem sempre a vida é facil, minha mãe começou a ficar doente, e em agosto de 2009 descobrimos que ela estava com câncer. Novamente eu fiquei mal, parecia que todo aquele sofrimento que eu havia conseguido superar estivesse voltando. Passei muitas noites chorando com medo de perder minha mãe, pois meu pai já havia falecido da mesma doença, e tinha sido terrível. Nossa família se uniu, todos passaram a se importar e ajudar a cuidar dela, que começou a fazer tratamento pra doença.

Mas, infelizmente a doença está vencendo essa briga. Cada dia que passa ela fica mais fraca, depende totalmente de mim agora. Nesse momento, minha vida deu uma travada, não tenho tempo mais pra mim, passo o dia trabalhando e cuidando de minha mãe a noite. Saio eventualmente pra espairecer a cabeça, mas na maioria das noites e fins de semana estou ao lado dela. Além do grande medo de perdê-la, tenho medo de ficar sozinha, de não encontrar mais um amor.

Estou com 35 anos e me sinto velha, sem prespectiva de conhecer um homem bom e companheiro. A vida continua! Sei que tenho muitas pessoas que me ajudarão a superar mais essa fase difícil, e sei que conseguirei, pois tenho garra e força de vontade.

E se Deus quiser que eu viva sozinha, vou aceitar, pois como diz o ditado: "antes só do que mal acompanhada".

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