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Abusada
No PF desde: 16/12/2010

\'\'Arrependimento é perda de tempo, é o passado destruindo você no presente.\"


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Abusada
No PF desde: 16/12/2010

\'\'A verdade é que a gente não faz filhos. Só faz o layout. Eles mesmos fazem a arte-final.\'\'

~ Luís Fernando Veríssimo ~


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Abusada
No PF desde: 16/12/2010

Bebo para afogar as mágoas. Mas as danadas aprenderam a nadar

(Frida kahlo)


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No PF desde: 12/02/2009

Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela.


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amiga 02
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No PF desde: 07/10/2010

Maravilhas nunca faltaram ao mundo; o que sempre falta é a capacidade de senti-las e admirá-las. (J. Schmidt)


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amiga 02
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No PF desde: 07/10/2010

\"Amar é fazer pacto com a dor.\" (Julie de Lespinasse)


Mila_rs
No PF desde: 03/02/2011

A vida como ela é by Nelson Rodrigues – A mulher das bofetadas


Chegou atrasado no emprego. Tirava o paletó, quando o Carvalhinho veio avisar:


— Olha, telefonaram pra ti.


— Homem ou mulher?


— Mulher.


— Deixou recado?


— Não. Disse que telefonava depois. Arregaçando as mangas, bufou:


— ok! ok!


Uns dez minutos depois, estava pondo em ordem uns pa­péis, quando o telefone bate novamente. O contínuo, que aten­deu, berrou:


— Aristides!


Larga o serviço e apanha o telefone. Era uma voz feminina que, a princípio, não identificou. A pessoa perguntava: — “Não me conheces mais?”. Aristides, já impaciente, foi quase gros­seiro:


— Quer dizer quem fala? Estou ocupadíssimo e não posso perder tempo.


Há uma pausa e, finalmente, a voz responde:


— Sou Dorinha.


Aristides quase cai para trás, duro.


Dorinha era o seu amor jamais esquecido ou, melhor, a sua dor-de-cotovelo confessa e imortal. Que idade teria ela, no momento? Uns vinte e cinco anos. Tinham se namorado na adolescência. Por um motivo bobo, haviam brigado. E quan­do Aristides, devorado pela nostalgia, quis voltar, ela já estava apaixonada por um outro, o Gouveia. Durante uns seis meses, Aristides andou pensando, dia após dia, em meter uma bala na cabeça. Acabou renunciando ao suicídio, mas ficou-lhe, para sempre, o sofrimento surdo. Dorinha casara-se com o Gouveia, tinha dois filhos de Gouveia. E sempre que a via, acidentalmente, na rua, Aristides precisava tomar um pileque dantesco. E, súbi­to, ela telefona, a inesquecível, a insubstituível Dorinha! Ao im­pacto da surpresa, gagueja:


— Ah, como vai você?


— Bem. E você?


— Navegando.


E, então, Dorinha diz-lhe:


— Preciso muito falar contigo.


— Comigo? E quando?


— Já.


— Pois não. Estou às tuas ordens. — E, na sua ternura so­frida, pergunta: — Tu sabes que mandas em mim, não sabes?


Combinaram o encontro, para daí a vinte minutos, numa sorveteria da rua da Carioca.


Aristides largou o serviço, que estava atrasadíssimo, e correu para o elevador. Daí a dez minutos, estava no local. Encontrou-a mais linda, mais fresca do que nunca. Diante da mulher que nun­ca deixara de amar, não se conteve. Com o coração disparan­do, começou:


— Sou todo teu. Nunca deixei de te amar.


Tomando refresco, com canudinho, Dorinha vai falando:


— Eu preciso de um favor teu. Mas quero que prometas que não pensarás mal de mim.


O espanto do rapaz foi uma coisa sincera e profunda:


— Você acha que eu posso fazer má idéia de ti? Oh, Do­rinha!


Então, sem desfitá-lo, Dorinha disse:


— Meu marido partiu hoje, ao meio-dia, para São Paulo. De hoje para amanhã, eu sou uma espécie de solteira ou, então, de viúva. De qualquer maneira, uma mulher livre. Pensei em você, que merece toda a minha confiança e… Está compreendendo?


Numa confusão total, balbuciou:


— Mais ou menos.


E ela:


— Para falar português claro: — estou oferecendo a minha tarde. Leva-me!


Deslumbrado, exclama:


— Oh, Dorinha!


Ele pagou, trêmulo, a despesa.


Saem e, lá fora, Dorinha observa:


— Mas não devo me expor. Arranja um interior, sim?


Acontece que Aristides mantinha, de sociedade com um amigo, um apartamento em Botafogo. Cheio de escrúpulos, bai­xa a voz: — “Eu tenho um lugar, assim, assim, discretíssimo”. Dorinha interrompe: — “Ótimo!”. Tomam um táxi, que ia pas­sando. A caminho de Botafogo, a pequena começa:


— Você, naturalmente, está espantado e querendo uma ex­plicação.


Protesta, veemente:


— Explicação nenhuma! Basta o fato em si! Você está aqui, comigo, a meu lado, e não interessam os motivos, argumentos, nada!


Quando entraram, uns quinze minutos depois, no aparta­mento, Aristides não sabia o que dizer. Ainda uma vez, Dori­nha toma a iniciativa:


— Você não me beija?


Ofereceu-lhe a boca. Aristides experimentou uma espécie de vertigem. O primeiro beijo, depois de tanto tempo, foi uma dessas coisas que marcam para sempre. Em seguida, ele a carre­ga no colo, como uma noiva de fita de cinema. Uma hora e pou­co depois, já a noite entrara no apartamento e Dorinha estava diante do espelho, refazendo a pintura. Aristides veio, por trás, beijar-lhe os ombros nus; e suspira:


— Eu não sabia que gostavas tanto de mim!


Dorinha vira-se, com divertida surpresa:


— Mas eu não gosto de ti.


Atônito, pergunta:


— E isso que aconteceu entre nós? Não conta?


A pequena está de pé:


— Era a explicação que eu queria te dar e que tu recusaste. O meu marido, ontem, discutiu comigo e me deu uma bofeta­da. Estou aqui por causa da bofetada. Mas amo o meu marido e só meu marido.


Ele insiste, desesperado:


— Quer dizer que não vamos continuar?


Responde:


— Depende. Se meu marido me bater outra vez, já sabe: — eu telefono pra ti.


Sem uma palavra, na maior humilhação de sua vida, dei­xou-a partir.


Mas quando a porta fechou-se atrás da pequena, ele caiu, de joelhos, no meio do quarto, mergulhou o rosto nas mãos e soluçou como uma criança.


Durante uma semana, ele foi o ser mais humilhado e mais ofendido da Terra. Dizia de si para si: — “A cínica! A cínica!”. E pior é que era incapaz de sentir atração por qualquer outra mulher. Uns quinze dias depois, ele atende o telefone: — era ela. Perguntava, alegremente:


— Vamos lá, outra vez?


Foram. E, no apartamento, ela suspira:


— Imagina, deu-me outra bofetada.


Encontraram-se outras vezes, sempre em função de novas bofetadas. Até que, uma tarde, entre um beijo e outro, ela ex­clama:


— Os homens são muito burros!


— Por quê?


E Dorinha:


— Tu não percebeste que não houve bofetada nenhuma? Que meu marido não me esbofeteou nunca? E que eu te amo, te amo e te amo?


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Abusada
No PF desde: 16/12/2010

Homesn são realmente lerdos, graças a Deus que nisso, existem algumas excessões.


\'\'O Rio de Janeiro tem quatro estações: primavera, verão, outono e inferno.\'\'


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Abusada
No PF desde: 16/12/2010

\'\'Não acho que as pessoas tenham medo de dizer \"eu te amo\". Elas tem medo é da reação que isso pode causar...\'\'


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Abusada
No PF desde: 16/12/2010

\'\'Com o passar dos anos acabamos descobrindo que o tempo é um amigo que não deixa as coisas acontecerem enquanto não estivermos preparados.\'\'