O livro

maya
Postado em:
16/12/2008 - 15:23

Dias desses, andando pela praia, pensei seriamente em escrever um livro.

Não sabia a respeito do que falaria, então subitamente me veio na cabeça todas as etapas do livro que iria escrever. À medida que andava pela areia fui redigindo e organizando todo o ensaio na minha mente com uma velocidade de dar inveja a qualquer atleta olímpico.

Pensei: se conseguir registrar com a rapidez que estou fazendo a síntese, esse livro já vai estar pronto no próximo final de semana.

Quando voltei para casa, com minha adrenalina mental a milhão, porém sem nenhum computador por perto não me preocupei muito, porque tinha absoluta certeza que minhas idéias já estavam arquivadas em algum lugar do meu PC cerebral, portanto não teria como esquecê-las.

Estava totalmente equivocada.

Tentei buscar os tais registros em minha memória, porém nem rastro deles eu encontrei.

Deixei o tempo rolar e pensei que de alguma forma isso iria acontecer, a lâmpada iria algum dia se acender novamente!

Então, tive um almoço hilário aqui na minha casa (agora na cidade).

Estavam minhas tias Eloy e Ivone, minha mãe e minha sogra presente – já dá para sacar que o somatório cronológico beirava os quatrocentos anos, hein?

Conversa pra cá, não escutavam pra lá, uma delas se vira para mim e fala: Maya escreve uma história sobre a gente – vai ser legal!

Bingo! Na hora voltou a minha história escrita a passadas largas no calçadão a beira-mar.
Veio tudo aos borbolhões – o conto que eu tinha construído na minha mente – era sobre a biografia da minha avó Chininha e das pessoas caricaturadas que a cercavam.

A prole é imensa, deve somar mais de cento e cinqüenta pessoas – nesse universo, vocês imaginam o que produzem esses personagens.

Ao mesmo tempo pensei: - quem vai querer ler um livro sobre a vida da avó Chininha?
 
Bem se fizer uma boa propaganda com a família, já garanto uma edição!

Penso já ter um bom prefácio para meu livro, o que vocês acham?

Começaria mais ou menos assim...

 

O título – Vó Chininha

Eu, na realidade nunca fui nem um pouco ligada na minha vó e acredito que nem ela em mim, porém tanto a figura dela quanto as coisas que contavam a seu respeito, sempre me fascinaram.

A vó Chininha sempre foi uma mulher imponente, pelo menos na minha memória e quando chegou a idade avançada também não foi dessas velhinhas fraquinhas e queixosas da vida.

Imaginem uma pessoa com tantos filhos, noras, genros, netos  etc. – o que prolifera de confusão – mas a matriarca sabia conduzir o barco para águas calmas.

Ela falava pouco e pausadamente, principalmente para uma mulher, que normalmente fala muito e as vezes atropela assuntos pra poder ter tempo de contar tudo.

O pouco que lembro (porque vou ter que pesquisar o todo) da rotina da vó Chininha era que nunca em sua mesa podia faltar uma sopa espessa e gostosa antes do prato principal – isso eu presenciei em toda minha infância e já na vida adulta.

Caí na besteira de contar para meu pai que iria tentar escrever um livro sobre a vida e o entorno da vó Chininha e ele logo ficou todo empolgado.

Já quer agendar uma reunião com as tias vivas para que eu possa dar início às pesquisas, como ele é o caçula, tá com medo que as tias batam as botas antes de contar sobre a vida da vó e o encargo fique só por conta dele.

Parei aqui...

Maya

Maya

Postado em:
dezembro/2008