A Inacreditável Façanha do Pata Branca.

maya
Postado em:
24/03/2014 - 11:49
Reprodução: Maria Helena Rodrigues

Será que estou tão caída de amores por esse cão vira-latas que acredito que o cusco faça proezas inacreditáveis ou ele é mesmo um cachorro especial? Diga-me você!

Caso ainda não saiba, caro leitor, este distinto macho canino foi encontrado por mim, em estado lastimável, há uns dois meses atrás quando eu estava veraneando nas praias do litoral norte.

Quando findou a temporada de verão, fiquei com dó do bicho e trouxe-o comigo para o meu apartamento, apesar dos inúmeros protestos da parceria. Como poderia deixá-lo abandonado novamente à sua própria sorte? Afinal até nome ele já possuía, só faltava um sobrenome... E uma residência fixa.

Logo a seguir, quando ele nem havia ainda se acostumado à rotina de seu novo lar, fui viajar e deixei-o aos cuidados de minha filha, em sua casa, que fica cerca de uns três quilômetros do edifício que moro, na direção à direita.

Esta informação importa, para elucidar o que vou contar a seguir...

Voltei e finalmente pude adaptá-lo a uma nova vida, embora desconfie que não lhe agrade nem um pouco enxergar as ruas, as quais foram seu lar por tanto tempo, do alto de um edifício.

Levei-o para passear uma única vez, caminhando e atravessando avenidas, até a casa que ele se hospedou por uma semana. Pensei que ele gostaria de rever as amigas (duas fêmeas) e as crianças, pelas quais ele é apaixonado.

Sua rotina diária está estabelecida por sair três vezes ao dia para peregrinar e fazer suas necessidades, tudo ao redor da minha moradia.

Esses dias resolvi dar um upgrade ao meu amigo e levei-o mais longe. Cerca de uns dois quilômetros, à esquerda da minha residência, onde havia uma praça bem arborizada para que o Pata Branca pudesse brincar.

Liberei a guia e deixei-o passear à vontade. Qual o meu espanto quando a criatura engatou uma primeira e saiu correndo feito um doido pelas ruas (pelas quais jamais havíamos peregrinado). Fiquei apavorada, pensei em gritar, mas além de suspeitar que ele já estava muito longe, nem adiantaria, pois estava meio sem voz na ocasião.

Chamei minha filha, por telefone, para me ajudar a procurá-lo, mas nem rastro do cachorro havia. Pensei que talvez ele pudesse achar o caminho de volta ao prédio onde moramos, mas duvidava, porque o indivíduo tinha corrido por outras ruas diferentes das usuais, nunca antes caminhadas.

Quando estávamos quase desistindo da procura pelo bicho, a empregada da casa da minha filha, ligou avisando que o Pata Branca estava lá.

Impossível, pensei!  O percurso é muito longo, ele não conhece o caminho e jamais poderia ir tão rápido. Porém, assim aconteceu.
Então, fale-me: este, é um cão é especial ou não?