Na realidade éramos cinco, mas duas deram bolo ontem à noite. Programação: jantar com as amigas, aquelas que fazem bem a saúde de qualquer mulher.

Éramos colegas de escola, atletas, festeiras e parceiras. Passamos grande parte da vida juntas, aulas todas as manhãs, treinos 4 vezes por semana, vários finais de semana viajando para competir em alguma cidade e claro, outros tantos, festiando, dormindo uma na casa da outra, trocando sonhos e sorrisos.

Ainda ontem, lembramos de como éramos felizes e nem fazíamos idéia.

Tudo tinha graça: andar de ônibus, ir ao centro (não existia shopping naquela época, caraca! como assim?, pois é...), alojamento com colchão duro, cantorias no trajeto para os campeonatos, os primeiros beijos, a troca de ficantes, dançar e viajar ao som de Voyage, Voyage... (essa foi boa!)

Em quadra, éramos as melhores, nosso técnico só nos ensinou a ganhar, lembro até hoje do dia em que perdemos um jogo, foi um mar de lágrimas, nada nos consolava.

Teve um tempo em que éramos cópias, todas usavam um bucle (um topete na franja preso com grampo) e batom vermelho, para combinar com o uniforme... ridículo para o mundo das quadras, mas nós nos achávamos lindas...

O esporte trouxe muita coisa bacana para nossa vida, compromisso, disciplina e garra em vencer. O treinador tirava nosso couro, mas nos fazia acreditar que éramos capazes, que se lutasse com todas nossas forças, venceríamos!

Em tempo de Copa do Mundo, consigo enxergar claramente a grande função e tarefa de um técnico. É a alma do time. É ele que alimenta o espírito do grupo. Meio-pai, meio-mala, meio-mandão, mas totalmente determinado. Que o Dunga seja um técnico tão focado quanto o nosso era. Rei em despertar nossa ira. A força vinha de não sei onde, mas quando entrávamos em quadra, era para ganhar. Um aprendizado para sempre...

Por alguns anos, entre faculdade, namoros e empregos, perdemos o contato, mas nunca a afinidade. De alguma forma sabíamos o que cada uma andava aprontando.

Há um certo tempo retomamos nossos encontros e eles são divertidíssimos sempre. Em alguns momentos é como se os anos nem tivessem passado (rápidos e alucinados como passaram).

Somos amigas de coração puro, como sementes que brotaram e floresceram juntas, nossas raízes estão entrelaçadas. E por mais que tenhamos crescido em sentidos opostos profissionalmente, nossos reencontros são banhados de cumplicidade e muita alegria. Temos sincronia.

Nesta noite, éramos três, mas para sempre seremos como mosqueteiras: uma por todas e todas por uma! Com certeza.

Às mulheres, fica a dica: permitam-se encontrar suas amigas, arranjem tempo, programem-se, é como se a vida recebesse um sopro de ar fresco. Aos homens: incentivem suas mulheres a encontrarem suas amigas, elas serão mais felizes e retribuirão o agrado... Se é que me entendem?! rsrsrs

Dudy

Postado em:
27 de maio/2010