Eis o relato de uma grande amiga que, passando por um período meio doído, resolveu me contar um pouco das sandices que está sentindo...

A conversa iniciou mais ou menos nesse tom...

- Sabe quando você se sente como um carro desgovernado, que anda sem direção e pode se esborrachar a qualquer instante em um paredão?
...Putz, já fiquei com as orelhas antenadas e pensei – aí vem chumbo grosso.

- Quando você sente vontade de chorar só de olhar um cacho de bananas apodrecendo, uma propaganda de tv ou vendo suas plantinhas abandonadas?
... Essa das bananas até achei meio engraçado...

- Você já teve a sensação de estar dirigindo e outro carro, ou pior, um caminhão se atravessar no seu caminho, acontecendo um acidente que você não conseguirá evitar? O pior é que nesse caso, você ainda dá asas à imaginação e promove a cena de seu pobre corpo sendo resgatado pelos bombeiros de dentro das fuselagens.
... Xiiiii, a coisa está punk mais do que pensava!

- Sabe quando você sente uma espécie de premonição e acha que a qualquer momento vai acontecer uma coisa muito ruim com você ou alguém querido da sua família?
... Será que existe síndrome de perseguição?

- E quando acorda durante a noite com seu coração pulando descompassado e você tem a sensação que vai morrer repentinamente e ninguém vai perceber. Como em um filme, você já tem o cenário do seu próprio velório, as pessoas que irão chorar e sentir a sua falta...
... Mais ou menos nessa parte da conversa, já estava totalmente compadecida da minha querida amiga.

- Xarope mesmo é quando você, a muito custo, tira o esqueleto de casa e sai para caminhar e começa a novela dramática de pensar que será atropelada. Suas pernas ficarão detonadas e você terá que ficar para o resto da sua vida engessada.
...Falando bem sério, esse também faz parte de um dos meus medos – ficar sem poder caminhar algum dia...

Cara, isso ta ficando tão triste, que só de escrever já dá vontade de entrar no clima e começar um chororô...
Ai, ai,ai... – tem essa coisa esquisita, que não sei o nome e resolveu entrar de sola na vida da minha amiga.

Ela fala que tem períodos que parece que tudo passa e a vida volta à normalidade. Eba, eba!

Ledo engano! Logo, logo essa coisa tirana que atormenta ela, volta até mesmo fortificada e acaba com a sua tímida alegria recém renovada.

Nem mesmo ela se aguenta mais nessa condição low-profile que entrou e haja paciência e espírito pra consolar essa tristeza que parece não ter fim.

Bem, agora eu Preciso Falar... Amiga mais que nunca, está na hora de botar um ponto final nessa fase marasmenta e doidona que, de alguma maneira, você se deixou levar. Vamos sacudir a poeira e tente se comprometer a auto-ajudar, assim é certo que essa chatice de uma vez por todas irá passear.

Porque... a vida sempre vale a pena!