Cartão Vermelho

maya
Postado em:
21/07/2008 - 18:47

Hoje, quando acordei, percebi que tive o mesmo sonho que me persegue faz algum tempo. É um sonho meio doidão: fico caindo numa espécie de funil de concreto, grande e muito claro, estou sem sapatos e não vejo o final do túnel, aquilo me assusta e não quero continuar a ser empurrada naquela direção. Busco e anseio encontrar minha base de apoio, um lugar de aconchego e tranqüilidade.

O sonho é esquisito, aliás como todos os sonhos, que só os psiquiatras Freudianos entendem. Eles sempre conseguem explicar tudinho que está no nosso inconsciente e que somente vêm a tona quando nos libertamos das nossas próprias amarras e deixamos fluir, ou seja - dormindo. O resultado de acordar não é lá muito agradável, me sinto perdida e sem chão momentaneamente, não sei muito bem como andar ou qual direção tomar. 

Além desses sonhos malucos que só Freud explica, ainda têm acontecido umas derradeiras noitadas, com algumas visões.

OPA, pára um pouco! Não vai começar a pensar que sou umas dessas malucas lunáticas tendo visões a torto e a direito.

Fique tranqüila....

Porém, esta situação está me incomodando de verdade. Não posso ficar contando pra todo mundo esse tipo de coisas, né?

Até pro maridão tem que ir devagar; daqui a pouco o cara vai achar que estou pirando.  De repente posso começar a sonhar que estou fazendo picadinho dele ou coisa do tipo, sentiu heim?

Como é que faço para resolver essa situação?

Falar pra qualquer um não dá - contar pro cara-metade tão pouco!

Pensei, matutei... e resolvi: isso é caso pro Macedo.

Macedo é meu psiquiatra alternativo.

Funciona assim: quando começo a ver que a coisa tá ficando preta - não durmo direito, a cabeça gira à mil durante a noite, tenho pesadelos, choro por qualquer porcaria e coisa e tal - dá-lhe Macedão!

Então, muito decidida a resolver meu caso, vou até o consultório, me atiro numa poltrona grande e aconchegante que tem lá e... quase durmo.

Não sei por que, mas é justo lá na sala do cara que tenho sono! Vou pagar consulta pro psiquiatra pra cochilar, tem dó, né? Mas falar dos fantasmas que me assustam, nem pensar! Não tô pra ele me tachar de louca ou ficar horas a fio analisando meu inconsciente...
 
Então é assim, se não quero falar com o Macedo, nem posso ficar enchendo a cabeça do marido - sob pena de receber um cartão vermelho – estou pensando que tenho mais um problema, puxa vida - como é que faço pra resolver meu caso?
 
Resolvo optar ainda pela medicina convencional, vá que eu esteja com um problema no coração ou um edema no cérebro: coisinha simples, desse tipo.

Então, procuro um cardiologista longe do lugar que moro e trabalho – vai que o cara conta pros colegas (algum até pode ser meu cliente) que tenho tido uns pesadelos meio diferentes, etc e tal.

Voltando pro cardiologista, adorei o indivíduo - o carinha olhou pra mim, eu que tava com umas putas olheiras de dormir pouco e de chorar também e já partiu para um diagnóstico - matou a charada toda: você está com depressão!

Amei o cara! Ele nem me chamou de paranóica.

Então é isso mesmo - vou acreditar nesse cara-deus que definiu todo o meu interior e inconsciente com tanta clareza, rapidez e precisão, um verdadeiro gênio!

Eu só quero ver ele explicar o PORQUÊ DA MINHA DEPRESSÃO!?

Esta... vai ficar para próxima consulta.

Maya

Maya

Postado em:
julho/2008