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Dadá - Um Carinho e Um Alerta
Bem...
Somos uma família de apreciadores de cães, uns em maior, outros em menor escala.
Já tivemos o Lobo, o Pretinho, o Max... Destes, todos nos marcaram, mas o Lobo era um colosso: um Buldogue Inglês, grande, inteligente, rápido... Viveu 18 anos quando, dominado por problemas cardíacos, já sofrendo, o veterinário sugeriu que fosse feita uma injeção para ele parar de sofrer. Não seria sacrificá-lo, porque sacrifício era ele viver como estava, sem forças para se erguer.
No dia que meu pai e meu irmão o levaram à clínica, não houve quem não derramasse lágrimas.
Depois que vieram o Pretinho e o Max. Por fim, quando o Pretinho partiu, decidimos não ter mais cachorros. Sempre nos apegamos demais e quando partem é muito triste.
Mas, eis que em 2004, surge minha sobrinha com uma cachorrinha, fêmea, de ter dentro de casa. Ai, ai, ai... Nós que não queríamos mais cães, que sabíamos conviver com cachorro macho, grande, que fica em canil... De repente, surge um pequeno “totó”, num vestido cor de rosa, olhar grandão e de pedinte. Minha mãe nem queria saber. Meu pai não dizia a, bem b... Eu, confesso, me apaixonei de imediato. Minha irmã, que nunca foi de fazer afagos em cachorros, comprou uma casinha linda... (aliás, comprou várias, todas devidamente destruídas por dentes novinhos cheios de vontade de morder novidades, hehe).
Sim, ela ficou. Batizada como Sunshine (raios de sol), em poucos dias virou Dadá, visto que Sunshine era um nome grande demais e, em plena época de “duplo twist carpado” de Daiane dos Santos, minha mãe optou por reduzir o nome. Já que ela pulava e dava cambalhotas, a associação com a atleta olímpica foi feita.
A dona dela, Mônica, nos primeiros tempos ao volante, conseguiu passar sobre o rabo dela, que foi “salva” pelo meu pai e pela minha mãe. Acho que ali que realmente iniciou uma história de amor e carinho. Eles, como bons gaúchos, sentavam em frente ao fogão à lenha para curtir o chimarrão e a Dadá deitava numa caixinha junto, curtinho o calor. No verão, meu pai já ajeitava os pés, porque era sobre eles que ela sentava. Dias antes de meu pai falecer, ela, acho que não aguentando de saudades, entrou fugida no quarto dele e pulou na cama. Ele, já fraco e triste, a mandou embora, mas ela não foi. Ficou mais um pouquinho ali...
Bem... A Dadá é uma “salsicha” ou Dachshund , ou ainda Teckel. Pêlo marrom, porte grande. Na real, ela é gordinha. Gulosa! Minha mãe acostumou a mandá-la todos os sábados na casa da “sogra”, ou seja, uma petshop próxima aqui de casa, cuja dona tem um macho semelhante à Dadá. Lá ela, além de tomar banho e se perfumar, corta as unhas e escova os dentes, coisas complicadas de fazermos em casa.
Eu a amo de paixão. Quando ela veio eu não estava trabalhando fora e estava terminando meu trabalho de conclusão para a faculdade. Ela ficava aos meus pés. Sempre. Já aprontou muito, ficou entalada na grade da porta, trancou um osso no céu da boca, matou um gatinho da vizinha...
Muitas coisas mudaram aqui em casa, nestes oito anos que ela está. Até nossa relação com ela. E por isso foi bem complicado quando notamos que ela estava com uns nódulos no abdômem e estes foram cada vez aumentando mais de volume. Ela nunca reclamou de dor. Eu fazia massagens e ela não reagia com dor. Com o tempo vi que novo nódulo apareceu um pouco mais para cima.
Não dava mais para esperar. Chamei uma veterinária que disse que a opção era uma mastectomia total e a castração. A castração é indicada visto que nos ovários é que são produzidos os hormônios que causam esses nódulos nas mamas. Ai porque indicam de tirar uma cria ou fazer a castração cedo. Bem, mas esta veterinária não fazia cirurgias assim grandes. Me indicou uma colega. Esta também esteve aqui, examinou a Dadá, coletou sangue e no dia seguinte me deu o resultado dos exames (todos bem, exceto um, fosfatase alcalina, que ela acreditava ser por causa de um medicamento que a Dadá tinha tomado, receitado pela outra veterinária). Assim, ela optou por esperar 10 dias e daí fazer a cirurgia.
Foram dias bem difíceis para mim e minha mãe. Muitas vezes me peguei chorando, imaginando como seria sem o nosso bebê, ou o quanto ela poderia sofrer. A gente se apega tanto nestes seres... Será que ela sabia que eu a amava muito? Que eu não queria que ela sofresse?
Na segunda de manhã fui lá levá-la. Uma manhã cinzenta, de acordo com meu espírito. Deixei-a lá, junto com um cobertorzinho rosa. Às 17h voltei para buscá-la. Ufa, veio ela toda serelepe, com uma roupinha tipo tiptop, tipo cinta. É própria para pós cirurgia, evita que usem o colar elizabetano, mas protege o local da cirurgia das lambidas. Ao chegar em casa, coloquei-a na minha cama, e ali ela ficou. Passei a noite sentada ao lado dela, enrolada em edredons. Se eu cochilasse e, sem querer, minha mão saia do contato com a Dadá, ela começava a gemer. Pode um bichinho confiar tanto na gente? E pensar que muitos judiam de animais.
Dia seguinte o problema: ela tinha 3 tipos de remédios para tomar. Dois deles, um antibiótico e um antiinflamatório, eu dava a metade: partia em pedacinhos. Derretia queijo no microondas, fazia bolinhas e colocava o remédio dentro. Ela comia na boa. Mas um outro remédio era em forma de cápsula. Tentei colocar em seringa, com água e açúcar, no iogurte, no queijo, na carne... E nada. Não tinha como forçá-la. Finalmente, a veterinária sugeriu um sachê de filezinhos para cachorro. Era colocar no meio do molho e ela comia.
Foram 2 semanas de preocupação. Ela dormiu no meu quarto todas as noites, numa caminha fofa e quente. Nosso inverno custou a chegar e quando veio, super gelado e úmido. Mesmo assim, a noite eu tirava a roupinha “médica” dela e lavava. Fiz curativos eu mesma. Ainda que a Dadá é muito minha amiga, acho que a dor era tanta que ela queria me morder quando chegava o momento de limpar e/ou cobrir os pontos. Embora eu procurasse ser bem cuidadosa, passando óleo no micropore para que soltasse sem machucar, ela sentia... E nos pontos, eu não colocava nada, eles por si secavam e a gaze sobre eles acho que judiava.
Passados os 15 dias, retornamos à clínica para tirar os pontos. Foi rápido, mas ela gritou como gente! No caminho de volta para casa, chorou o tempo todo. Mas, enfim, deu tudo certo. Graças a Deus a cicatrização foi boa, ela se sentiu mais aliviada, acho... Mas não parava, pulava, corria, latia, inticava. Depois de 1 semana retornou à pet, tomou seu banho, cortou as unhas.
De tudo, das preocupações, das noites sem dormir, do medo de perdê-la, da certeza de que a amo de montão, assim como todos aqui em casa e vários outros amigos que também cuidaram dela... A certeza de que cachorrinhos são anjos com patinhas mesmo... E... Onde eu estiver, ela está atrás de mim, espero que por muitos e muitos anos ainda.
Resolvi contar para alertar que nossos amiguinhos de quatro patas precisam de cuidado com a a saúde deles. E também porque li, no jornal de hoje, uma pessoa reclamando porque as pessoas que moravam de aluguel na casa ao lado da dela se mudaram e deixaram lá, abandonados, dois cachorros. Sem cuidados, sem ração, sem água, sem companhia.
Quisera recebessem na “mesma moeda” o que fizeram.
Olá tenho uma cachorrinha da mesma raça, porém mais velhinha com quase 12 anos... a minha está com tumores nas mamas... muitos e crescendo... estou com medo de fazer a cirurgia tenho medo que ela morra.. pois fora esses terrÃveis tumores ela é muuuuito saudável...
Olá, Mara!
É bom fazer este alerta. Muitas pessoas não se lembram de tocar, no sentido de procurar algo que não deveria estar no animalzinho.
Um nódulo, por exemplo. Mesmo uma passada mais detalhada pelo pêlo do cãozinho. Já encontrei carrapatos nos meus, assim
entre um carinho e outro.
Mas é uma convivência única e que ninguém substitui.
Que, vocês tenham muitas alegrias pela frente.
Bj
Regina