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Olá, boa noite.

Estou escrevendo para desabafar, pois não tenho amigas e tambem não posso contar com as pessoas que teoricamente deveriam me apoiar. Tenho 42 anos e quando olho para trás vejo que perdi minha mocidade sem aproveitar absolutamente nada, tentando salvar um relacionamento que parece que só eu via algum futuro. Conheci meu marido, digo ex, quando tinha 25 anos, sempre fui muito caseira, na verdade sou muito complexada e quase nunca saia de casa exceto para trabalhar e foi indo para o trabalho que o conheci. No comeco ele parecia gostar bastante de mim, só que já comecou o relacionamento mentindo, perguntei se tinha filhos disse que não, após 4 meses de namoro me disse que tinha dois.

Foi difícil para mim que sempre sonhei com uma família só minha, porque para mim casamento era para sempre, enfim aceitei porque eu o amava. Quem criava os filhos eram os pais dele que vieram com brincadeiras tipo "vai ter que criar", eu disse tranquilamente que não, "quem pariu Matheus que balance", a mãe deles tem a minha idade e já era casada com outro, bom a verdade e que acho que a família dele não gostou da minha atitude e sempre excluiram a mim e a minha filha de tudo. Meu ex, apesar de ter 43 anos é o verdadeiro "filhinho da mamãe", quando fomos morar juntos, até de casar eu abri mão por ele, que me disse que os fins de semana ele teria que passar com a família. Desde então vivemos em constantes brigas por conta de família, não tenho contato nenhum com eles, nunca ligaram para desejar nem um feliz aniversário para minha filha, ela está com 14 anos e percebe a indiferenca deles.

Apesar de ganhar um salário razoável, ele nunca fez nada na minha casa, quando falava em fazer obras, sempre dizia "minha mãe tá certa, cada um tem o que merece e você não merece nada". Vivi 17 anos com um homem que nunca me levou ao cinema, jantar fora, praia, nunca saiu comigo para lugar nenhum, sempre com a desculpa que não tinha dinheiroxtempo, mas esse mesmo homem que não tinha tempo para mim, passava noite fora de casa bebendo, jogando sinuca e eu tendo que aceitar porque qualquer coisa e motivo de voltar para casa da mamãe. Nunca foi em reunião de escola da minha filha, ou a levou ao médico, sempre contei com a ajuda de irmãos e primos para isso. De uns tempos para cá, quando brigava, minha filha sempre me defendeu, gritava que minha filha não é filha dele, que só tem dois filhos.

Minha filha disse que não gosta dele, digo para ela que ela está falando da boca para fora, ela afirma que não é. Isso me dói. Depois de 16 anos morando juntos consegui que fizesse obras na minha casa, para isso teve que fazer acordo no trabalho. Ele fez a obra, mas assumi todas as outras dívidas, faço compras, internet, tv por assinatura, alguns móveis que tivemos que comprar. Acontece que nesse último mês ele estrapolou, chegou em casa de manhã várias vezes, em uma ocasiao não apareceu, pensei que estivesse na mãe, porque sempre fez isso sem me dar satisfação. Meu telefone tocou e era meu irmão perguntando por ele. Disse que não havia aparecido, então meu irmão falou que o encontrou todo machucado, rasgado, sujo e o levou para sua casa. Perdeu celular, mochila, documento, tudo. Estava indo trabalhar igual a um mendigo, falei para ele se cuidar, pediu que comprasse tudo de novo. Fui, com boa vontade, no meu dia de folga, comprar as coisas para ele. Passou 15 dias e o que aconteceu? Chegou em casa pela manhã machucado, sem mochila, sem documento.

Bom a verdade é que resolvi parar de fingir que não vejo que esse homem está me traindo, não sai comigo (acho que ele tem vergonha porque sou cega de uma vista), não quer colocar nenhum centavo nas despesas domésticas. Mandei ele ir embora, liguei na mãe dele para pedir o endereço porque pretendia ir ao juiz pedir a pensão da minha filha, ele me humilhou demais, falou que ele não deveria ter colocado dinheiro naquela m.., que deveria ter construído para ele e não para os outros, que mulher como eu tinha que ser chifruda, que foi sempre eu que corri atrás do filho dela, que não adiantava eu ficar com raiva porque ela sempre apoiaria o filho dela. Descarregou tudo isso em cima de mim, sem me dar chance de defesa.

Estou sofrendo demais porque, como disse, achei que seria para sempre, mas que me vale viver com um homem que não me respeita, que nunca me colocou como prioridade na sua vida? Eu abri mão de tantas coisas por ele. Só quero ter forças para não procurá-lo nunca mais. Já abri mão da pensão, depois do que ouvi da mãe dele, resolvi tomar vergonha na cara. Em uma coisa ela estava certa: sempre fui eu quem correu atrás. Preciso de ajuda para passar por isso.