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TRAUMA DE UM ABUSO SEXUAL
qua, 09/01/2013 - 16:28
#2
Lucia, agora eu entendi a sua história quando disse no outro forúm que "eu estou dando a chance para elas (as crianças) a mesma que me deram quando era criança". Não esqueci.
Me coloquei em seu lugar e vi o quanto é difícil esse tipo de situação de ser abusada pelo próprio pai.
O segundo marido de minha mãe tinha umas manias estranhas de querer fazer carinho em lugares estranhos. E quando era criança, achava estranho e nao gostava, mas ficava sem reação.
Quando virei adolescente, comecei a ter mais maldades não permitindo que ele chegasse perto para fazer isso. Um dia eu indo no banheiro olhei para o quarto de minha mãe, e me deparei ele coçando o...e estava d...falei com minha mãe para o fulano ter mais "postura" como ela (minha mãe) era apaixonada por ele disse que em quarto de homem nao entra. Eu me calei.
Quando ela separou dele em definitivo ai eu falei tudo para ela o que aconteceu. Inclusive ele foi fazer carinho no pé de minha irmã pegando para coçar o p...a minha irmã me disse (antes da separação). A gente se abria uma para outra.
Por isso, lucia, eu digo quando temos uma filha ou filho devemos escolher muito bem com quem a gente vai se casar (novamente), porque infelizmente esses riscos acontece. E digo mais "tudo que envolve filhos temos que ter muita calma.
Claro! sua história e de outros foristas não se compara com a minha. Praticamente não tive nada nem eu e minha irmã.
Um amigo espírita disse p a minha irmã que se a gente tivesse mudado para o interior como minha mãe e ele queria eu seria abusada principalmente por ser virgem. Graças a Deus isso não aconteceu.
Tem uma amiga minha do serviço que também passou por um caso leve como o meu de padrasto ela se abriu comigo recentemente.
Infelizmente o mundo está assim uma podridão. Acredito ainda nas pessoas, mas também devemos ter os pés atrás para não acontecer o inesperado. E infelizmente até entre pai e filha acontece isso como foi com vocês foristas.
São aguas passadas. O importante é a gente viver um dia de cada vez e tentar ser uma pessoa cada vez melhor.
seg, 07/01/2013 - 14:51
#3
Mesmo depois de tantos anos eu ainda não compreendo como alguém pode fazer isso, não é só uma agressão física é na alma.
seg, 07/01/2013 - 15:01
#4
sei bem como é esse trauma, e o meu venho de alguém que deveria me proteger, mais enfim deixou cicatrizes que nem mesmo o tempo pode curar, o bom é que não criei um heroi na minha vida, assim aprendi a me defender sozinha, isso ainda dói e mt.
seg, 07/01/2013 - 15:14
#5
Infelizmente muita gente ainda fecha os olhos para isso e não sei quantas crianças terão que ser abusadas, estupradas ou mortas para que a lei e as pessoas repensem algumas questões.
seg, 07/01/2013 - 17:32
#6
Lucia
Fui uma das primeiras pessoas a contatar com menina quando ela procurou por ajuda no site.
Me preocupei imensamente com a situação dela porque percebi a sua gravidade e que necessitava de medidas urgentes.
Como sabia que era período de férias escolares e que nem sempre os professores estão capacitados a fazer os encaminhamentos adequados nessas situações, sugeri a ela que fosse procurar auxilio médico, mas ela comentou que não tinha essa possibilidade.
É muito difícil auxiliar alguém quando não sabemos de onde é e em que situação vive realmente. Isso me angustiou imensamente durante muitos dias.
Percebi que essa menina, além da coragem e do amor que sente pelo irmão, tem uma uma imensa inteligência e capacidade de luta. Acredito que ela vá conseguir superar esse trauma e construir um grande futuro.
Agradeço o que você está fazendo por ela e por seu irmão.
Uma curiosidade: como você chegou até ela, ou ela até você?
seg, 07/01/2013 - 19:17
#7
Ela veio até a igreja que cuido, no horário da distribuição de comida, ela veio sujinha,pés no chão, um olho inchado roxo, logo se via que foi um homem que fez aquilo, ela ficou na fila, mas eu já notei ela de longe, estava desconfiada olhando para os lados, então deixei uma pessoa no meu lugar e fui perguntar quem fez aquilo, ela perguntou se podia me contar uma coisa, eu disse que sim e foi assim que tudo se passou, eu gostei dela assim que vi, ela é tão pequena, frágil, ela fica feliz com coisas tão pequenas, não pedi nada material, você percebe ao olhar que oque ela quer é carinho, acho que ela nunca tevi isso.
seg, 07/01/2013 - 17:48
#8
Só quem passa por uma situação assim sabe o quanto dói,algumas pessoas lutam muito contra isso e se livram,outras fazem tratamento durante anos e não conseguem afastar este demônio que nos atormenta,outras infelizmente não suportam este fardo imenso e acabam se entregando ao suicídio,realmente é complicado e amedrontador você viver na insegurança de saber que não se pode confiar em ninguém,quando se trata de nossos filhos então a situação piora ainda mais,não se tem paz,você não os deixa ir a festinha do amiguinho sem que esteja ao lado,não deixa ir a noite do pijama na escolinha,ao passeio,ou seja eles acabam pagando por tabela.
seg, 07/01/2013 - 19:43
#9
Fico feliz ao ver como essa história está recomecando...admiro sua postura e atitude Lúcia...desejo tudo de bom a vc e ,saiba que o bem que faz aos outros, volta a vc de alguma forma...
Quem sabe um dia as coisas mudem,eu acredito no ser humano...queria acreditar um pouco mais naqueles que tem o poder...para que tivéssemos uma educacão melhor...acredito que só com educacão essa realidade pode mudar e um dia contaremos outras histórias...
seg, 07/01/2013 - 20:00
#10
Corrigindo...postei no tópico errado,rsss...confundi...
Eu comecei como voluntária em um orfanato, depois comecei a trabalhar nas ruas, a principio foi muito difícil, mas com o tempo ganhei a confiança deles e agora eles veem até mim, me contam suas histórias me pedem ajuda e muitos eu consegui ajudar, na igreja foi onde mais me senti útil e triste, onde mais fiquei sabendo de casos de abuso e estupro, em primeiro lugar através de padrastos e em segundo os pais, sejam de meninos ou meninas, eu os escuto, os oriento, falo com minha amiga que é delegada e ela agi. Eu casei, meu marido faleceu faz mais de 11 anos de câncer, mas foi uma pessoa maravilhosa, adotamos tambem duas crianças nessa mesma situação, não podemos criar todas, mas essa criamos muito bem, são casadas, fizeram faculdade, tem filhos, são ótimas filhas. Os dois que estou com eles agora também vou adotá-los, eu não pude ter filhos do ventre por conta do que passei na infância, minha irmã tem uma menina de 12 anos, é advogada e ajuda do modo dela e também tem um filho adotivo.