Nanda, ao menos uma pessoa que entende o quero dizer.

Todos os anos, milhares de novos casos de HIV são diagnosticados em pessoas que a contraíram de parceiros fixos. Dessas pessoas, centenas tiveram apenas esse parceiro na vida e confiaram nele. Concretamente falando: a convicção de que foram vítimas contribuirá para amenizar a doença? Não é melhor evitar essa situação já que existem métodos fáceis, disponíveis gratuitamente? Eu não consigo entender essa resistência...

Eu tenho muitos defeitos (mais do que gostaria), mas procuro ser coerente: tento fazer aquilo que recomendo, seja para meus filhos, amigos ou pacientes. E não é apenas em relação a vida sexual:

- adoro uma cervejinha em meus poucos momentos de laser, mas não bebo um gole se vou dirigir, mesmo que seja perto, ou na praia, ou no interior.

- ninguém com menos de 18 anos tomou bebidas alcóolicas em minha casa. Muitas vezes, em festas de aniversário, deixei de serví-las até para adultos para não correr o risco de que alguém menor de idade pudesse tomá-la. Mesmo entre adultos, costumo ficar atenta para que ninguém extrapole com a bebida em minha casa.

- já riram pelo fato de eu colocar cinto de segurança até para manobrar os carros na garagem de minha casa: eu não ligo o carro sem cinto, é hábito incorporado, com isso, não corro o risco de esquecê-lo em outros contextos.

- nenhum filho colocou a mão no volante antes de completar 18 anos, mas nesse dia puderam ir à auto-escola para aprender.

Para mim, isso é coerência, cuidados com a segurança e saúde, própria e dos outros.

É fácil? Nem sempre! Mas acredito que temos responsabilidades individuais e coletivas e que a vida fica mais fácil quando fizemos a nossa parte sem ficar na dependência de que outros façam a deles.

Acredito que seja mais fácil viver conhecendo nossa natureza falível do que nos enganando com a expectativa do que seria ideal.

Bela Rayssa, fico contente que mais alguém tenha entendido as minhas colocações e siga na mesma direção!