Nosso corpo: responsabilidade dividida?

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Iani
No PF desde: 13/01/2011

Colegas


Uma confissão: Nunca fui traída! Talvez porque nunca tenha pretendido ter exclusividade sobre o corpo de ninguém. Jamais prometi, nem exigi tal coisa.


Tenho um casamento aberto? Não! Acredito que nunca tenha efetivamente ocorrido relações extraconjugais.


Uma das diferenças entre o meu relacionamento e os que prometem fidelidade (comprometem-se com algo sem saber os desafios que o futuro trará) é que nunca atribuí ao meu companheiro a responsabilidade pelo meu corpo. Rotineiramente utilizamos preservativos em nossas relações. Se a proteção ficou de lado alguma vez, estávamos cientes do risco de cada um.


Criamos um hábito tão forte que, possivelmente, não conseguiríamos ter relações com outras pessoas sem proteção. Acredito que as pessoas que não se protegem com o marido/mulher, mais facilmente não usarão com outras pessoas. Existe uma tendência à repetição.


É isso que ensinei aos meus filhos: nosso corpo é tão importante que não podemos delegar a responsabilidade dele para outra pessoa.


Acompanhamos o drama de uma forista que contraiu HIV do marido, o qual teve relação extraconjugal com alguém com a doença. Sem dúvida, uma história triste. O tópico tem muitas manifestações de solidariedade a ela e crítica ao marido.


Gostaria de perguntar:


- vocês estão convictos de que devemos nos responsabilizar e sermos adeptos do sexo seguro, seja ele com que for?


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Cat Susan
No PF desde: 11/01/2013

Iani ele e eu planejavamos ter um filho, queria mais um e esse seria o último, eu não tinha como fazer isso usando camisinha, já tentavamos fazia uns 6 meses até que consegui ficar grávida e o normal e lógico é que não fosse de camisinha, como não foi usado e ao mesmo tempo que eu tentava ter um filho eu contraí uma doença, mas minha maneira de evitar filhos sempre foi a camisinha, o fato de que ele não usou durante as traições dele, não foi um hábito que ele não tinha em casa, foi porque ele quis assim.


Iani
No PF desde: 13/01/2011

Cat Susan


Eu não abri esse tópico para questionar o fato de você não estar utilizando proteção, até mesmo porque sei que qualquer mulher que deseje ter um filho tem que parar de usá-la.


Mas achei que seria útil trazer o assunto para reflexão num tópico diferente do seu, porque é muito comum as mulheres deixarem de se proteger quando estão em um relacionamento estável.


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Svetlana
No PF desde: 12/02/2011

A verdade é que é triste e decepcionante estarmos num relacionamento com uma pessoa, dividindo nossa vida, nossa casa, nossa cama, nossos sentimentos mais íntimos e ao mesmo tempo, vivermos de pé atrás, nos protegendo porque não sabemos se essa pessoa realmente é de confiança. Hoje é tudo tão normal, normal demais. Normal ser desleal. Porque trair uma pessoa e levar pra ela uma doença ainda por cima, sai do campo da infidelidade e vai pro campo da deslealdade. É desleal fazer isso com uma pessoa que luta com você, que te apóia, que te segura nas horas de crise, que é mãe ou pai (porque mulheres tb traem igual) dos teus filhos. Que tá em casa enquanto você tá na rua condenando os dois.

Esse tipo de comportamento me deixa irada. E pior, hoje em dia quem cofiou que é taxado de descuidado, de complacente. Ou seja, a gente amar alguém e confiar de corpo e alma é idiotice. Sinceramente é um mundo de merda pra se viver!


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Ro Samy
Offline
No PF desde: 24/11/2012

Concordo plenamente com vc.


Iani
No PF desde: 13/01/2011

Svetlana


Na teoria eu concordo plenamente com você.


Contudo, me reconheço falível e, por mais que eu me policie, vivo errando. Eu tenho regras de conduta e parâmetros éticos para me guiar. Ainda assim carrego na bagagem deslizes maiores e menores.


Se eu me reconheço como uma reles pecadora, também devo reconhecer que os outros são passíveis de erros.


É por isso que, entre outras coisas, sou adepta do sexo seguro.


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kvet
No PF desde: 05/06/2010

Eu acho que a maioria das pessoas que vivem uma relação estável, fora para ser usado como preservativo, não usa camisinha. E não considero isso um ato de loucura. Loucura é se viver uma relação estável, de confiança e o o outro trair, e pior, trair sem se proteger e sem proteger seu/sua parceiro/a. Sim, isso para mim é motivo de um completo despropósito. O erro não é meu de não me proteger, é dele de ser um cachorro sarnento.

Não, não gostaria de não poder confiar no meu companheiro (estável) ao ponto de ter que usar camisinha que não fosse para um método contraceptivo. Sinceramente, isso para mim não dá.

Isso não é uma questão de não cuidar do meu corpo, não me responsabilizar por ele. Se eu estou em relações passageiras, claro que isso é esperado, mas em um casamento?? Não, não é assim que funcionam as coisas comigo. Não é assim que penso em uma relação estável para mim.


Iani
No PF desde: 13/01/2011

Kvet


Respeito o seu ponto de vista.


Mas quem trabalha em serviços de saúde sabe dos altos índices de mulheres (principalmente, mas não só) que contraem doenças infecto-contagiosas em relacionamentos estáveis.


Como sabemos que as pessoas são falíveis, "fracas" diante de situações que se apresentam no cotidiano, eu julgo mais prudente a opção por sexo seguro com todas as pessoas que se envolver, independente da confiança que se possa ter em um parceiro em particular.


Pensando em saúde pública, é essa a orientação que costumamos dar.


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kvet
No PF desde: 05/06/2010

Iani,


Eu sei, embora seja veterinária meu mestrado foi em Toxoplasmose. Entrevistei muitas mulheres grávidas e participei de muitos projetos voltados à Saúde Pública, uma das áreas que mais me apaixona na minha profissão, Ninguém entende melhor de zoonoses que um veterinário.

Eu entendo o lado técnico, e apoio com toda minha alma.

Mas o meu relacionamento não pode ser técnico, se for eu prefiro ficar sozinha.

As pessoas são falíveis, concordo, é difícil bater no peito e dizer: eu dou 101% probabilidade de não trair, isso eu entendo. Mas quer fazer? Se cuide, afinal é a sua vida que está em jogo, em segundo plano de seu/sua companheiro/a e talvez filhos, quem pode saber?

Eu só entendo relacionamentos onde EU estou em que haja responsabilidade, inclusive a responsabilidade se for me trair.


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Ro Samy
Offline
No PF desde: 24/11/2012

Bem, como profissional da saúde, eu conheço bem estatísticas de mulheres contaminadas pelo parceiro.

Não posso julgar estas situações, até pq muitas mulheres aceitam relacionamentos falidos, com conhecimento de traições constantes , o que óbvio, expõe a um risco maior.


Mas eu, no meu casamento, pela confiança construída, pelo cuidado que temos com nossa saúde, pelo diálogo intenso que há aqui, por conhecer o que ele espera deste relacionamento, abri mão do preservativo há algum tempo, e foi uma decisão de ambos e consciente.

Se estou sendo descuidada? Isso é uma questão de ponto de vista concordo com a Kvet quando ela diz:


"Isso não é uma questão de não cuidar do meu corpo, não me responsabilizar por ele. Se eu estou em relações passageiras, claro que isso é esperado, mas em um casamento?? Não, não é assim que funcionam as coisas comigo. Não é assim que penso em uma relação estável para mim."


Foi um escolha nossa como casal e confio em mim mesma e confio sim no homem que divide tanta coisa comigo.


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Nary
No PF desde: 20/08/2008

Com certeza, sim...