Justiça obriga grávida a fazer parto cesariana contra a própria vontade

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Nandablue
No PF desde: 17/04/2010

Gente, se vcs soubessem como me entristece e também como me enfurece esse tipo de assunto...


Eu sei que há muitas coisas erradas ocorrendo nos hospitais mundo afora. Maus médicos que empurram cesáreas desnecessárias, profissionais mau capacitados para apoiarem as mulheres durante o trabalho de parto, etc. O problema é que, ao invés de serem buscadas as condutas corretas para corrigir essas distorções, acabou surgindo um movimento extra radical exigindo o tal " parto humanizado". Um parto normal, com o mínimo de interferência de terceiros ( nesse caso, os medicos!), se possível no ambiente do lar.


Antigamente, era assim que os cidadãos nasciam... Em casa, auxiliados por parteiras... Se era tão bom, pq isso mudou? Simplesmente pelo alto índice de morbimortalidade materna e infantil. APENAS por isso... Agora, as espertinhas das mães naturebas e das doulas querem provocar um retrocesso sem precedentes...


Basta dar uma visitada em alguns fóruns sobre o assunto, ou ler alguns textos no Google para saber que essa galera radical questiona desde os exames de toque realizados pelo obstetra nas consultas de pré Natal, até a realização de analgesia e episiotomia no momento do trabalho de parto, entre outras inúmeras coisas. Como eu disse antes, parece que parir um filho virou um evento social, onde eu vou determinar o que vai acontecer e como vai acontecer ao meu bel prazer. Doulas querem fazer partos ou dizer como devem ser feitos. Enfermeiras em casas de parto querem fazer partos... Ok. Mas e se, na hora H, acontece algum problema? Quem vai resolver? Chamem um médico! E o tempo perdido numa situação extrema, até o medico e o suporte adequado chegar? Qual a mãe que, em sã consciência, quer ver seu bebê correndo riscos de nascer sem estrutura e assistência de um profissional capacitado para intervir em casos de complicações?


Certa vez, conheci um casal que havia perdido seu bebê por complicações após o nascimento. Ela quis ter um parto no domicilio, encontrou um medico que a acompanhasse, mas o bebê apresentou problemas e, por falta de estrutura hospitalar para dar suporte, acabou não resistindo. Muito triste! Será que, se tivesse nascido num hospital, como manda o figurino do bom senso, teria ocorrido esse desfecho? Pode ser que sim, mas pelo menos haveria uma certeza de que tudo que podia ser feito realmente foi feito. Como fica a culpa sentida pelos envolvidos numa hora dessas?


Questionar a indicação de cesariana na situação dessa pessoa da notícia foi de uma imbecilidade ímpar. Bestialidade. Ignorância. Teimosia. Burrice.


Eu fico muito irritada!!! Pronto, desabafei!


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Rush
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No PF desde: 17/02/2014

Onde assino, NandaBlue?


Mas hoje temos de conviver com o modismo da revolta social, do questionar tudo, do tudo pode, e do eu faço o que quero... Ai, "os cara piram".


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_Ana_
No PF desde: 19/09/2010

Quote:
Eu nem ia participar dessa discussão porque taí um assunto pro qual não vou dar ibope (nada contra a Aninha, mas é que não entendo algumas pessoas defenderem a mãe, sinceramente)


eu não defendi a mãe colocar em risco a saúde do bebe Girlie... no meu post inicial : assunto polêmico... a vontade da mãe em ter parto normal se sobrepõe a segurança do nascituro?

hoje não dei foquei atenção nas notícias e/ou debates sobre este assunto, por isto devo estar com informações defasadas... inclusive nem sabia que eram ciganos, não que mude minha opinião sobre os direitos e deveres deles...

tudo o que dissermos sobre este caso especifico é mero 'achismo' pois o laudo não é aberto ao público por se tratar de Vara da Infância...


mas a título de debate: o que me causou espanto neste fato foi primeiramente a truculência como foi tratado... sem direito a segunda opinião, sem entrega de sequer uma ecografia para a emissão da ordem policial.... e como a césarea se tornou quase obrigatória nos partos no Brasil...

para ilustrar minha indagação: quando o herdeiro da Inglaterra nasceu de PARTO NORMAL os brasileiros se espantaram... com toda tecnologia , informação e avanços na medicina como colocaram em risco a vida/segurança do herdeiro do trono em risco?

talvez porque seja mais seguro PARTO NORMAL do que cesariana?

talvez porque os médicos brasileiros menos preparados tenham medo ou são mais acomodados do que nos países de primeiro mundo?

não são as doulas , parteiras e nem mulheres moderninhas e radicais que sugerem o parto normal... é OMS (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE) que até onde sei tem melhores e mais atualizadas informações e conhecimentos do que médicos brasileiros...


Quote:
Segundo o Ministério da Saúde, no Sistema Único de Saúde (SUS) os partos normais correspondem a 63,2% dos partos realizados. Já na rede privada, a porcentagem de partos normais chega a menos de 20%. Além do número representar a opção de muitas mulheres, o dado também abrange gestantes que desejam um parto normal mas encontram empecilhos por parte dos convênios.

O elevado número de cesarianas coloca o Brasil na primeira posição deste tipo de cirurgia. Na Inglaterra, país de Kate, 92% das mulheres fazem parto normal, na França, cerca de 80% e, na Argentina, cerca de 78%. As porcentagens se aproximam da recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU), segundo a qual cesáreas não devem passar de 15% em um país.


http://www.ebc.com.br/noticias/saude/2013/07/opcao-de-kate-middleton-diverge-com-a-da-maioria-das-brasileiras

o portal de saúde do Rio de Janeiro disponibiliza a humanização do parto , entre os arquivos está o " OMS - Boas Práticas de Atenção ao Parto e ao Nascimento"

http://www.saude.rj.gov.br/component/docman/cat_view/81-humanizacao.html?Itemid=588


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girlie
No PF desde: 13/01/2011

Ana, que fique claro: entendi o teu propósito de deixar o assunto em aberto, só com questionamentos.


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kvet
No PF desde: 05/06/2010

Aninha,


Eu concordo que parto normal será sempre melhor. Justamente pq o nome é normal.

mas vamos acatar quem tem a missão de salvar vidas, a médica disse que não havia como levá-lo adiante. E como se não bastasse uma juíza concordou.

Será que elas estão erradas e só a mãe certa? A juíza deve ter tido acesso aos exames para decidir, pq achar que as duas sabem menos do que essa maluca? Da onde se tira isso?

Se essa louca não queria um médico decidindo pela sua vida e seu filho pq não ficou em casa e não tentou ter seu filho lá? teriam os dois morridos, mas talvez o casal hoje estivesse satisfeito.


O que vejo é uma casal doidivanas, oportunistas, querendo seus 3 minutos de fama em cima de uma profissional que fez o seu trabalho. E ao meu ver, muito bem.


NESTE CASO ESPECIFICAMENTE não vou discutir partos normais, humanistas e o escambal. - pq ele NÃO ERA a indicação médica. Simples assim. Se não era, não tem discussão.


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Ro Samy
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No PF desde: 24/11/2012

Concordo com vc Kvet.

Eu, que sou mãe, não consigo, simplesmente não consigo entender como é que uma mulher com 42 (42!!!!!!)semanas de gestação escuta de um médico que sua vida e de seu filho correm perigo e ela simplesmente vira as costas e vai embora?

E a responsabilidade dela em proteger seu filho?

Fiquei revoltada com essa história sim, mas com a irresponsabilidade e o egoísmo desta mulher.


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DannyOliveira
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No PF desde: 23/03/2013

Concordo,Ro...Além de mãe,você também é enfermeira,profissional da saúde,então sabe bem...Se ela tivesse morrido no parto com o bebê,a médica seria acusada de omissão.E logo depois ela disse q levantou uma bandeira.Só se foi a bandeira da irresponsabilidade...


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Australopithecus
No PF desde: 10/02/2010

rsrsrs


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AQUARIANA DENGOSA
No PF desde: 18/02/2010

Poucas vezes eu vi um hospital e médicos do Sus tomarem uma medida tão enérgica e merecedora de aplausos como esta, além de uma decisão tão acertada como da juíza que deferiu ao liminar.


Convenhamos, se uma mulher, por inúmeras razões logo que engravida decide abortar, não pode, pois o direito a vida do feto prevalece ao direito da mãe fazer o que quiser com seu corpo.


Como então, discordar com essa situação, onde uma criança pronta para nascer, mas com perigo de vida, tem seu direito preterido a uma decisão esdrúxula de sua própria mãe? Nesse caso então, ela tem direito sobre seu corpo e de decidir colocar em risco a vida de seu filho?


Como se procede numa gravidez de risco, COM 42 SEMANAS, OU SEJA, 09 MESES E 24 DIAS, QUASE DEZ MESES DE GRAVIDEZ, COM UM BEBE SENTADO, QUE DIFICILMENTE VAI NASCER DE PARTO NORMAL? Esperar que o nenê morra na barriga?


Se o hospital deixa uma grávida como esta, COM QUASE 10 MESES DE GRAVIDEZ, E UM BEBE SENTADO, a própria sorte, sem amparo e depois a criança morre na barriga da mãe, então vai ser culpabilizado por negligência, omissão, dolo, culpa e um escambal de coisas, como ainda ser taxado de incompetente, insensível, etc. e mais uma noticia de omissão por parte de médicos e hospital que acaba em tragédia sai nos noticiários.


Agora, quando, por milagre, decide tomar uma medida enérgica para fazer um ser inocente nascer, mesmo contra a vontade da mãe (totalmente insana), merece ser alvo de críticas. Ademais, nem os médicos, nem a administração de um hospital, nem uma juíza, tomariam esta atitude senão fosse com bases médicas coerentes e suficientes.


Nem discuto se é melhor o parto normal ou cesária. Sempre achei o parto normal melhor, mas nem sempre é possível. E com certeza, foi esse o caso.


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Jean
No PF desde: 11/11/2010

"""Convenhamos, se uma mulher, por inúmeras razões logo que engravida decide abortar, não pode, pois o direito a vida do feto prevalece ao direito da mãe fazer o que quiser com seu corpo.


Como então, discordar com essa situação, onde uma criança pronta para nascer, mas com perigo de vida, tem seu direito preterido a uma decisão esdrúxula de sua própria mãe? Nesse caso então, ela tem direito sobre seu corpo e de decidir colocar em risco a vida de seu filho?"""


Pois é.... era aqui que eu queria chegar; são duas vidas, diferentes e únicas, se bem que... interligadas.


Vc decidiir para si mesma, tudo bem, masssss... vc não tem o direito de decidir pela vida (ou não) de um outro ser... por mais que este ser esteja interligado temporariamente a vc.