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Justiça obriga grávida a fazer parto cesariana contra a própria vontade
o assunto do dia:
Justiça obriga grávida a fazer parto cesariana contra a própria vontade, em Torres
Justiça determinou que grávida fizesse cesárea devido ao risco de morte de bebê
Na segunda-feira, a Justiça gaúcha obrigou uma mulher e realizar um parto cesariana contra a própria vontade. O motivo: risco de morte da mãe e do bebê. Após dores abdominais, Adelir Carmen Lemos de Goes, 29 anos, grávida de 42 semanas, teria procurado um hospital em Torres, onde uma obstreta classificou a situação como de risco.
Adelir queria que o bebê nascesse de parto normal, mas a médica entendeu que seria muito arriscado. A grávida foi para casa e depois reconduzida à força para o hospital. Segundo o promotor de Justiça Octavio Noronha, a Promotoria de Torres foi procurada pela Secretaria Municipal da Saúde da cidade na noite de segunda-feira, a fim de esclarecer se havia algo que pudesse ser feito para salvar o bebê, diante da resistência da mãe em seguir a orientação médica.
Noronha falou com a obstetra, que preparou um laudo técnico com recomendação expressa da necessidade de fazer a cesariana com urgência por conta do risco à vida da mãe e do bebê. No documento, a profissional indicava que a mãe já tinha passado por duas cesarianas, estava com 42 semanas de gestação e que o bebê estava sentado, de modo que o parto normal representaria risco de romper a cicatriz e levar os dois à morte.
Às 23h a ação foi ajuizada na Justiça, que decidiu pela obrigação do parto cesariana. Meia hora depois, saiu a liminar e foram cumprir a ordem.
— A medida de proteção foi emitida em favor do nascituro, porque ele tem direito à vida antes mesmo de nascer — afirma o promotor.
Risco à vida era real
De acordo com o ginecologista do setor de reprodução humana do Hospital Fêmina Sérgio Galbinski, a partir dos dados que foram apresentados pela médica no laudo e pela Justiça, pode-se afirmar que o caso de perigo era real.
— Pelo fato de Adelir ter passado por duas cesarianas, a indicação mandatória é de que se faça uma cesárea, independente de o bebê estar sentado ou não, pois há risco de ruptura uterina no momento do trabalho de parto — disse o médico.
Com o bebê sentado, este risco se agrava. Segundo Galbinski, a cabeça é a maior parte do corpo do recém-nascido, e se já houve parto normal anteriormente, ele passaria pela bacia da mãe tranquilamente. Mas estando ao contrário — o que se chama de cabeça derradeira — há o perigo de o corpo sair, e a cabeça ficar presa.
Além das situações de cesáreas anteriores e o bebê estar sentado, o ginecologista citou outras situações em que há a indicação para a cesariana:
— Desproporção entre o peso do recém-nascido para o tamanho da pelve da mãe.
— Sofrimento fetal (manifestação de desaceleração dos batimentos cardíacos do bebê.
— Não evolução do parto dentro do período previsto pelo partograma (gráfico que retrata a dilaração, a descida do bebê e os batimentos cardíacos).
— A mãe ter mais de 35 anos.
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2014/04/justica-obriga-gravida-a-fazer-parto-cesariana-contra-a-propria-vontade-em-torres-4463565.html
assunto polêmico... a vontade da mãe em ter parto normal se sobrepõe a segurança do nascituro?
a Justiça está certa em forçar a cesarea?
por que não mostrar o ultrassom ? por que não permitir que o pai acompanhasse a cesarea?
Um absurdo isso
Não querendo desmerecer a importância das cesáreas, até porque não sou médica... mas achei, sim, uma violência sem tamanho contra a mãe. Ela tinha o direito de decidir sobre como queria ter o bebê. Os exames estavam indicando tudo dentro da normalidade, inclusive.
Digo isso porque tenho certo receio da importância de certas cesáreas. Conheço várias mães que desejavam parto normal, que estavam com uma excelente gravides, mas depois, em última hora, tiveram seus bebês por cesárea, por causa de algum motivo. E as crianças nasceram bem, mas vi a frustração das mesmas por não ter tido o desejo delas atendido. Até que ponto mesmo é necessário? Muitos médicos nem são preparados como deveriam para fazer um parto pélvico, e também fazem cesáreas não para benefício do bebê ou da mãe, mas para benefício próprio.
Só quero dizer que, obviamente, não sou contra a cesárea, nem a vilanizo. É um procedimento que salva vidas. Mas poxa, até que ponto?
" Pós-datismo é parto de risco! Risco de lesões graves para a mãe e o bebê. A vontade da paciente não se sobrepõe ao risco de morte. Simples. Gostaria que a imprensa parasse de tentar fabricar polêmica onde não existe..."
"Parto normal é ótimo e a primeira opção sempre pro bebê e pra mãe, MAS existem casos onde a cesárea se sobrepõe. Este é um deles. Ideologia não pode se sobrepor ao bom senso. A regra (parto normal é o melhor) só existe porque há exceções (cesárea mandatória). Por que é tão difícil enxergar isso?"
"Já ouviu falar em desproporção céfalo-pélvica, "cabeça derradeira" e no caso da paciente, cesáreas prévias???
Depois do natimorto, todo mundo reclama do médico.."
Li isso tbm rebatendoo!!!!!!!!
Se o Estado não faz nada, ele é incompetente, se toma uma medida que visa a proteção da vida, trata-se de uma violência contra os direitos individuais.
A mulher na última foto, com a criança no colo, não parece nada arrependida.
É provável que muitos profissionais desejem levar algum tipo de vantagem com a operação, auferir ganhos financeiros...sei lá, mas o caso relatado merece menção especial pelo trabalho que a médica teve para acionar a justiça e afins.
Se não fosse considerado um caso grave, na visão da profissional, duvido que teria movido mundos e fundos simplesmente para "garantir a cliente". Ou a Secretaria Municipal de Saúde de Torres é formada por gente sem formação e sem escrúpulos, me parece o contrário...
Fiquei pasmada com os comentários abaixo da reportagem.
O engraçado é que se o medico faz a cesária por precaução é apedrejado,e se não faz e acontece o pior com a mãe e o bebê processo nele.
Vai entender!!!
Acho que não tem nem o quê discutir neste caso especifico. Escolher entre a vida dos dois; um procedimento com risco de morte para os dois envolvidos e um outro procedimento que minimiza este risco... não há outra saída.
Neste caso ela está atentando contra 2 vidas; a dela e a do bebê. Agora, algumas perguntas que não querem calar:
- Ela tem o direito de fazer isso???
- Acho que escolher para a vida dela, tudo bem, masssssss... e sobre a vida do bebê, ela teria o poder de escolher (por ele) o direito dele a nascer ou a morrer???
- Vc´s gostariam que outra pessoa tivesse o mesmo direito (que a mãe desse bebê pleitea) e o poder de lhe colocar em risco ou lhe tirar a vida???
links com outros textos sobre o acontecido:
http://www.cientistaqueviroumae.com.br/2014/04/em-trabalho-de-parto-levada-por.html
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/04/1434570-justica-do-rs-manda-gravida-fazer-cesariana-contra-sua-vontade.shtml