Ajudem! TRANSTORNO BIPOLAR

39 respostas [Último]
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tarja
No PF desde: 04/03/2010

Mas pq ainda está com ele??? Pq aceita as traições???


Não quero mais saber dele... tô fora!


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Srtª Quinn
No PF desde: 12/03/2010

Mas que fique claro que não se pode generalizar. Meu esposo por exemplo, até onde sei, nunca me traiu, e faz de tudo para que eu não tenha motivos para ciúme ou desconfianças... Também tive contato com vários outros bipolares, que afirmaram nunca terem traído seus companheiros, ou seja, nem todos traem.


Andreagr
No PF desde: 27/09/2009

Não sei pq estou com ele ainda, é uma boa pergunta a se fazer... Quantos as traições, ficaram no passado. Porém a sensação que sinto de ele sempre procurar alguém melhor pra me substitui continua firme e forte. Mas, acredito que tudo tenham fim, talvés o meu limite ainda nao tenha chegado, mas nenhum ser humano suporta muito tempo tamanha indiferença. Bom, espero que não volte pra ele. fique bem.


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sobrevivente
No PF desde: 25/11/2010

Pts , concordo em genero nuero e grau, meu marido tb é Bipolar, eu o amo demais , mas se soubesse disso , jamais teria ficado com ele , só quem passa junto é quem sabe !!!!!!!!!

Mas , com amor , muuuuuiiiittto amor , só assim ...


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joiarara
No PF desde: 05/09/2010

Nossa! Muito reveladora a impressão do senso comum a respeito da bipolaridade.


Na condição de portadora de TAB adequadamente estabilizada (acabei de confirmar ao ler certos posts. Amei a sensação de estabilidade.), preciso deixar registrado o rico material aqui contido que retrata a visão e alguma falta de esclarecimento a respeito da doença. Perfeitamente compreensível, a julgar que a maioria dos próprios doentes resistem em aceitar o diagnóstico, tratamento e segue a vida na ignorância, ceticismo, ausência de autoconhecimento e machucando as pessoas sem dó nem mesmo de si próprio, que também sofre junto...


People, muito do que foi \"dito\" de fato condiz com a realidade de lares com portadores de TAB. Sta Quinn, embora aparentemente \'fria\' foi coerente e demonstra que conhece de perto o cenário do transtorno e demais doenças psiquiátricas. Massss... sou prova viva de que um tratamento adequado, instituído e seguido regularmente (dada a cronicidade...) produz um efeito sensacional na qualidade de vida do portador e de suas relações sociais.


Infelizmente faço parte do grupo das exceções que possui tratamento multiprofissional e de excelente qualidade, com Psico e Psiq muito presentes em meu cotidiano. A TCC (terapia cognitivo-comportamental) mudou minha vida: descobri como é libertadora a consciência de nós mesmos, das mudanças, das insinuações de crise, que podem ser freadas ou atenuadas antes que manifestem sintomas externos... São tantos os benefícios da TCC que não poderia relacionar neste post! Chego a ficar meses sem medicação, monitorada pelas Psic e Psiq; quando notamos a insídia, as medicações prescritas são ministradas por algumas semanas e descanso delas novamente... Maravilhoso! Pena que sou apenas uma sortuda que tem amparo e acertou na equipe e no tratamento.


O fato é que minha vida mudou drasticamente após o diagnóstico e a não ser que eu diga (e nem sinto mais necessidade de convencer ninguém), as pessoas nunca notam que tenho TAB e no trabalho (onde inclusive já passei por crises, antes de me adequar ao tratamento, outro grande entrave à qualidade de vida) há sempre um burburinho de que \'faço tipo\', de que não tenho doença alguma e que só fiz para \'aparecer\'. Hoje quaisquer comentários me são indiferentes e até me divirto. Prova de que controlo os sintomas dessa disfunção, não o contrário.


Ainda assim, reitero que poucos portadores possuem esse padrão de vida e comportamento acerca da patologia, reconhecendo sua cronicidade, o perigo que representa ao próprio doente e aos seus e, fundamental, siga com total adesão um tratamento adequado, buscando formas alternativas de evitar/atenuar sintomas, buscando informação de qualidade e de fontes confiáveis... enfim, buscando qualidade de vida, felicidade e paz.


Diante desse cenário, só resta desejar sorte a você, tarja. Sou casada e procuro blindar meu marido contra minha bipolaridade através do cuidado médico-terapêutico comigo mesma e o ensinando a lidar comigo nas situações mais delicadas do dia-a-dia (comuns até aos não-bipolares). Tem funcionado. Não vivo em um conto de fadas mas por razão diversa à doença, de fundo mais complexo... Se quiser conheça meu caso em http://precisofalar.clicrbs.com.br/index.php/Familia/198776-TRANSTORNO-BIPOLAR-E-O-FIM-DE-UM-CASAMEN...


Considere a possibilidade de deixá-lo ir de uma vez por todas, sem volta, sob pena de minar o respeito e fazê-lo atormentar você a vida inteira com sua bipolaridade sem reconhecimento e/ou tratamento...


Pena de verdade, porque sei que ele sofre, mas estou aconselhando como a uma filha, e não permitiria que sofresse por problemas que não são seus e considerando a cronicidade e falta de adesão do rapaz.


Sorte e luz para deliberar sobre tão delicada questão...


Beijo. Joia.


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Jana.o.s
No PF desde: 09/02/2011

Olá, hj resolvi pesquisar sobre o assunto e vi teus comentários e gostei, gostaria de poder compartilhar contigo e com outras pessoas sobre este problema, e com certeza obter opiniões sobre.

Bom, quando conheci meu namorado ele estava num período de normalidade, nunca havia sido diagnosticado com transtorno bipolar, pois até meses antes de me conhecer ele tomava depakene para controlar convulsões próprias da adolescência. Nosso relacionamento era agradável, apesar do meu namorado apresentar certos altos e baixos, mas algo que passava despercebido. Decidimos morar juntos e ter um filho, eu engravidei, tudo isso no ano de 2010. Após confirmada a gravidez ele começou a agir estranho, com sintomas típicos de mania, eu comecei a desconfiar mas a família dele e ele não queriam ajuda. Foi preciso uma crise psicótica dele para procurarem ajuda (ainda assim contrariados), ele foi levado para a emergência de um hospital e ficou baixado por 15 dias, teve uma recuperação rápida, e recebeu alta com a crise controlada. Agora ele toma depakene 2 x por dia e olanzapina (que é caríssimo!!!), e eu o levo a cada 15 dias para consultar com o psiquiatra. Ele não aceita bem o tratamento, mas como age como criança, obedece tudo o que eu falo e faz o que eu digo (no momento de crise se recusava a tomar).

Bem,agora está caindo minha ficha e estou vendo que ele teve uma crise que está controlada, mas o transtorno bipolar será uma coisa que ele carregará para o resto da vida. Me sinto neurótica por ficar observado as atitudes dele, se há alguma mudança de humor ou não, pois não quero ver ele saindo correndo na rua de novo ou quebrando portas e escalando telhados para fugir.

Ele é empresário de uma ME e os negócios estão péssimos por conta da crise, e vejo que ele não consegue se organizar, está endividado, eu tento ajudar mas eu tenho o meu trabalho também para cuidar. Da casa eu cuido sozinha, tenho pago tudo sozinha, tenho uma filha de outro casamento morando com a gente. Estou sobrecarregada e grávida de 7 meses. As vezes as coisas faltam e preciso da ajuda dos meus pais. Os pais dele vivem em atrito entre eles e não o ajudam em muita coisa, muito menos a mim.

Minha mãe é psicóloga e quer que eu faça psicoterapia, ela quer que eu enxergue que eu posso sim sair dessa relação, já que tenho 30 anos, muita vida pela frente e dois filhos pra cuidar, que devo deixar que os pais dele o cuide.

As vezes tenho dúvida se o amo ao ponto de passar por tudo isso, irá fazer agora 1 ano que estamos juntos, é recente, nem saímos do \"mel\" da relação e entrei direto nisso. Fico com culpa de deixá-lo por causa do bebê, receio que a família não lhe dê o tratamento adequado e meu filho tenha um pai descontrolado, medo que eu seja culpada por isso mais tarde. Sinto como se fosse uma cruz que eu carrego. De um lado minha família me pressiona para deixá-lo, a família dele também gostaria que ele terminasse comigo (principalmente a mãe, que é doentia, acha que com cultos e rezas se resolve tudo), durante a internação dele tentaram que ele reatasse com a ex mulher, passei por muita humilhação. Se não fosse minha família eu não teria apoio nenhum na gravidez.

Ahh, e também tempo pela minha filha, que tem 7 anos, muito esperta... meu namorado a trata sem carinho, responde como se fosse uma criança, ela sente isso, temo que isso faça mal a ela.

Diante de tudo isso gurias, gostaria da opinião de vcs sobre o que estou passando, isso sempre ajuda. Também gostaria de saber, principalmente de ti Srtª Quinn, se é esperado que algum dia ele consiga trabalhar e ajudar sustentar uma casa direito, se parará de agir feito guri, se algum dia é esperado de um portador de transtorno bipolar sem um pai amável que dê o essencial para os filhos, desde educação, dinheiro e amor. Desculpem o texto enorme, aguardo anciosa por respostas. Abraço.


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Be
No PF desde: 16/11/2012

tarja...

Eu sou bipolar, te confesso que não é nada fácil conviver com minhas instabilidades, na verdade este transtornos não se manifesta igual em todas as pessoas, temos dois tipos TBH tipo1 e tipo 2. O tipo 1 é o mais severo, o tipo 2 é aquele mais brando que as fases são bem definidas e duram um bom tempo.

Eu sou daquelas bipolares bem ferradas mesmo, pois vivo em uma montanha russa de emoções, além de ser do tipo1 sou de uma ciclagem rápida muitas vezes, e sendo assim posso mudar da euforia para a depressão epara a euforia(mania) novamente várias vezes ao dia.

Para que recebamos este diagnóstico é necessario consultas psiquiatricas periódicas. E muitas vezes custa um tempo para o médico chegar ao diagnóstico final. Eu sou dona de um temperamento forte desde criancinha, frequentadora de psicólogos e psiquiatras também desde lá... Fui tratada para depressão por um tempo e daí vinham as fases de mania mais fortes, depois passei pelo tratamento de Transtorno Misto de ansiedade e depressão, Transtorno do pânico,só para depois de anos chegarem a conclusão de que sou mesmo é Bipolar. E quem é bipolar de verdade, com certeza daria tudo para não ser!

parece que tá na moda, tem gente querendo dizer que é bipolar, mas só quem vive este tormento sabe o que passa!!!

Em fases maníacas falo coisas que nem me dou conta, tenho atitudes estranhas e esqueço por completo... posso falar ou escrever e nem me dar conta de que fiz tal coisa... Nas fases de depressão me mutilo, meus braços são marcados pelos vários cortes.... Não sinto dor... Corto e só me dou conta do estrago depois que passa o surto.

Tenho dores físicas também, o que tem me ajudado a perceber que vou entrar em surto; Uma dorzinha nas costas bem incômoda e que não me deixa em paz...

Então querida, o negócio mesmo é procurar ajuda profissional, pois só ele poderá ter um diagnóstico.

Se tu amas alguém bipolar, tenta entendê-lo, pois se ele realmente for bipolar pode estar agindo sem saber o que faz... Mas se faz necessário um medico. Eu faço uso de vários medicamentos e um deles que é omais usado é o carbolitium, preciso fazer exame de nível de lítio sérico regularmente para que não ultrapasse da dosagem, pois me trava as pernas...

Então guria, realmente ser bipolar não é nada fácil...

Um grande e carinhoso beijo e te cuida!!!


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Melliss@
No PF desde: 28/04/2011

Be,


Quote:
Nas fases de depressão me mutilo, meus braços são marcados pelos vários cortes.... Não sinto dor... Corto e só me dou conta do estrago depois que passa o surto.


Que trem louco!

Eu achava que a bipolaridade era só a alteração de humor e o que fosse além seria outra doença, é a primeira vez que ouço o relato de quem realmente teve um diagnóstico preciso, e sabia que era sério, mas não sabia que desencadeava, por exemplo, a autoflagelação, na maioria das vezes as pessoas por si só dizem ser bipolares ou são classificadas por quem está próximo e não passam por todo esse acompanhamento que vc citou.


D@ny
No PF desde: 16/08/2011

Também achava isso Mellissa.. que é apenas alteração de humor uma hora está feliz outra já está triste.