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Um pouquinho de choro...
Caros,
Acompanhando a vibe da querida Girlie, retornei ao PF durante um bom tempinho de afastamento e já vou aproveitar para contar com a opinião de vocês sobre o que se passa na minha vidinha...
Fico até meio tímida de me expor aqui concorrendo na discussão com temas tão maiores como o aborto, mas me lembrei de que os conselhos e as opiniões por aqui são tão boas que achei por bem arriscar!
Estou em uma fase meio truculenta na vida, e grande parte disso deve-se a um impasse a que cheguei nas minhas tentativas de conciliar duas profissões, a de atleta (que é minha paixão, mesmo) e a de servidora (em que faço coisas das quais gosto, também, mas cuja função mais básica hoje é me sustentar, mesmo). No ano passado consegui resultados bem legais e inéditos em nível nacional que me trouxeram mais exposição e alguns apoios em termos de material e ajuda de custo , mas não é nada perto de ser capaz de me sustentar pelo mês. E também me trouxeram essa angústia: atestaram que tenho condições de “pular de nível”, mas também que preciso de uma vida mais compatível com a de um atleta profissional – o que significa foco e descanso – para ver até onde posso ir. Estou disposta a apertar o cinto e reduzir meus vencimentos em nome disso, mas também ficar sem renda de nada adianta, especialmente porque moro sozinha. Mas estou correndo atrás de ideias e soluções para isso e acho que encontrarei uma saída, para o bem ou para o mal, hehe.
Para piorar o quadro, passei por uns estresses em virtude do atraso da entrega de um apartamento combinado com outras sacanagens da construtora ( até condomínio cobraram sem ter terminado a obra), o que obrigou a ter de continuar pagando aluguel e, ao mesmo tempo, pagar o restante das prestações.
Mas talvez a esfera em que esteja mais sem rumo mesmo seja a do relacionamento. Acho que já falei um pouco do meu relacionamento atual por aqui, que já completou três anos. O início foi muito legal e a seu tempo, passamos por vários momentos de compreensão e parceria mas, nos últimos, tenho achado difícil conciliar as coisas.
O fato é que ele é um pouco mais novo que eu (dois anos), mas sempre estivemos, digamos, em fases diferentes da vida. No fundo não me preocupei tanto com isso no início, pois foi tudo muito progressivo, e, quando a coisa começou a ficar séria, embora me incomodasse um pouco, entendia aquilo como algo transitório – e ele me fazia crer que também. Mas, de verdade, o tempo foi passando e isso foi adquirindo uma certa feição definitiva.
Quando o conheci já era formada e empregada, ele ainda era estudante, levou mais um ano para se formar. Nos dois anos que se seguiram ele ficou meio que sem saber o que queria da vida, reclamando um pouco porque não seria bem remunerado na área em que se formou e gostaria de atuar, fazendo alguns cursos, trabalhando um pouco com o pai para não ficar sem ganhar nada, mas sem rumo certo.
Neste ano ele resolveu dedicar-se a trabalhar mais na área, mesmo, mesmo que ganhando não muito inicialmente, e foi dar aulas em academia. O porém é que ele descobriu que com o título dele, de licenciatura, a única possibilidade é dar aulas em escolas. Os outros trabalhos exigiam o bacharelado, que ele não completou, aí eu descobri, porque resolveu se formar logo para abrir uma empresa (dessa ideia da empresa eu sabia, só não sabia que faltava um ano para completar o bacharelado). Mas a empresa só poderia ser aberta no caso de ele conseguir um empréstimo com os pais, o que não aconteceu – ou seja, considero que essa antecipação e essa expectativa foi, digamos, uma infantilidade, porque o dinheiro não cairia do céu.
Aí, como ele pretende poder trabalhar em todos os campos, ele voltou pra facul pra concluir o que falta e voltou à vida de estudante – mas está dando aulas também!
Eu não posso negar que ele me ajuda com muitas coisas, mas acho que cheguei em um momento em que queria outra coisa do relacionamento. Meu namoro basicamente é ele vir na minha casa, onde moro sozinha, mas eu, em contrapartida, ter de ir visitar os pais dele toda vez que quero ir na casa dele, porque ele mora e vive sob a rotina dos pais. Eu às vezes tento conviver com essa diferença, mas fui criada de uma forma diferente, prezando mais minha independência.
Talvez não seja nem tanto o fato de ele morar com os pais, que poderia fazer sentido por diversas razões, mas o fato de começar a perceber que ele não quer abrir mão do conforto que é isso em nome de ter que pensar em cozinhar a própria comida, organizar as próprias contas, enfim, de caminhar com as próprias pernas a ter os ônus e bônus disso.
E quanto a mim, eu acho que cheguei em uma fase em que namorar desse jeito não está mais sendo suficiente, não para manter uma relação tão longa e de compromisso como essa. Eu sinto necessidade de, ao menos, partilhar planos, me empenhar em algo concreto, dividir minha vida de alguma forma, mas de alguma forma concreta, não apenas de desejos que talvez, um dia, quem sabe, se tuuudo conspirar a favor, realizem-se. E isso está difícil de encontrar nele. Tudo o que ele manifesta, quando falamos sobre é um “tu sabe que é o que eu mais queria, mas eu não posso/não tenho condições”.
Não posso deixar de considerar que ele me ajuda em muitas coisas, como também ajudo ele.
Mas, apesar disso, muitas vezes me sinto como se estivesse em um namoro de adolescente, o que não sou mais e realmente não é mais meu objetivo.
LivT
No começo de qualquer relacionamento, o binômio gostar da pessoa/ter bom sexo, é suficiente. Faz com que a gente ignore incompatibilidades, deixe de lados pequenas coisas, etc.
Conforme a relação vai se solidificando, no entanto, quando ela realmente se torna mais séria, e planos para o futuro deixam de ser pagar um cinema no domingo, ou pedir comida chinesa sexta de noite, o bicho começa a pegar.
E a gente começa a analisar todas as coisas que relevamos anteriormente, e analisar de que forma aquilo vai entrar na nossa vida numa perspectiva de perenidade. E não é surpresa que coisas que antes aturávamos, passam a se tornar intoleráveis.
Pra mim, parece que é isto o que está ocorrendo no seu namoro. Chegou a hora de você pensar em daqui pra frente, e na sua frente você viu um adolescente com poucas perspectivas de crescimento.
Acredito que este seja o momento de você sentar com ele e conversar. Mas conversar enxergando através das fantasias adolescentes e planos que nunca sairão do papel.
Me parece que você chegou no momento da vida em que o ensaio acabou, chegou a hora de atuar. Resta saber se a parceria que você escolheu aguenta o tranco.
Miguxa, tu disseste que ele é "dois anos mais novo que tu" e que "não és mais adolescente". Não cometerei a indelicadeza de perguntar para uma dama qual a sua idade, mas essas duas frases me fizeram deduzir que seu atual namorado já deve ter passado dos 25 anos de idade. Aí chego onde eu quero: aquele que lá pelos 28-29 anos de idade ainda está sob o conforto do lar paterno/materno e que não dá mostra alguma de que isso o incomoda, mesmo tendo um ótimo motivo para tanto - neste caso, você, uma mulher independente e que "está a fim" - tem problemas! Sérios problemas! E a tua missão na vida é ser feliz e não "consertar um filhinho de mamãe", ao menos eu assim penso.
Tá parecendo a história do "Eduardo e Mônica" da Legião Urbana miguxa!
Este foi o MCJupi#S2 falando direto para o seu coração! S2!
Oi Liv! Muito bom te ver por aqui de novo.
Engraçado que li seu texto e a primeira coisa que me ocorreu foi o que o MC Júpiter te disse... Parece história de Eduardo e Mônica! hehehe
Mas de verdade, acredito que essa sua questão profissional esteja já resolvida, pelo que vc relata, o que anda incomodando mesmo é o lado sentimental da coisa.
Vc é uma mulher totalmente independente e ágil. Em contraponto, seu namorado mora com os pais e aparenta um certo comodismo. Num momento ou outro essa insatisfação ia aparecer em vc.
O Júpiter falou de algo bastante interessante, sobre a idade do rapaz. Enfim, é bem verdade, existe esse perfil, se o cara não "resolve" a vida até essa idade, é sinal de alerta. Nessa idade, na maioria dos casos, eles tem um 'estalar'. Mas se ele não acontece, daí é complicado.
Eu queria saber o seguinte. Vc ama o seu namorado o suficiente pra tentar passar por cima disso e dar o tempo que ele precisa pra chegar lá, ou acha cansativo demais fazer esse movimento?
Então boa sorte miguxa, siga seu coração mas não esqueça de seguir o seu cérebro tbém e faço votos de que vc tome a melhor decisão! S2!
Pesando tudo, parece que ele prefere deixar como está, até ganhar na loteria, ou algo assim. Parece que está bom assim.
ganhar na loteria ou casar... e arrumar outra pessoa para 'cuidar' dele...
existem muitas pessoas assim... homens e mulheres que não consideram independência algo essencial... e alguns gostam/preferem que outra pessoa decida a vida por eles, assim podem culpar o outro pelos erros e fracassos dele próprio....
assim como voce fui criada para ser independente... é difícil tratar e conviver com pessoas tão dependentes, para mim digo que é impossível...
Liv.. Olha, complicado viu?!
O pior é que eu te entendo perfeitamente. Meu último namoro foi assim, mas meu ex já tem 28 anos e continua morando com a mãe. Acabamos há quase 3 anos, basicamente porque eu tinha as mesmas queixas que vc.
Simplesmente NÃO FUNCIONAVA pra mim viver assim. Eu sentia ele estagnado, reticente, assim como vc percebe seu namorado. E chegou um ponto que aquilo começou a me irritar profundamente, eu me via correndo pra lá e pra cá, morando sozinha, trabalhando feito uma louca num estágio que peguei logo que cheguei aqui, mais a faculdade. Enfim, eu levava uma vida que todo mundo leva, e ele levava uma vidinha fácil, acomodada e irritante, pra mim.
Enfim, achei o perfil do seu namorado bem parecido com o do meu ex. Talvez o teu ainda seja um pouco mais esforçado. Apesar de ser uma das melhores pessoas que conheci, com um coração gigante, sempre pronto pra ajudar... Tinha esse porém que, pra mim, é impossível de ser superado.
Até hoje ele reaparece, às vezes invoca a questão d'eu ajudá-lo nessas questões, mas olha, me desculpe, eu não tenho tempo e nem paciência, a essa altura, pra ajudar a criatura a tomar um rumo na vida. Por isso te perguntei se vc gostava dele a ponto de dar esse tempo que, sim, ele vai precisar.
Complicado, viu... Já quebrei minha cabeça com isso e sei que não é nada fácil. mas chega uma hora que a gente não consegue mais conviver, isso posso te garantir, se a pessoa não dá um jeito de mudar....
Um exemplo bem banal, talvez, mas que ocorreu ontem, mesmo, são as refeições. Pra gente fazer uma refeição juntos, ou tem que ter almoço de final de semana na casa dele, ou tem que comprar comida. Ele reclama que não tem dinheiro (às vezes até pra umas viagens que gostaria de fazer comigo nas competições e que acabo indo só), mas não exita em fazer as refeições fora ou até pedir comida quando o que tem não é bem do agrado dele.
Nossa! Me vi na tua pele agora! É fogo...
Isso foi alvo de constantes brigas entre nós. Tinha isso, tinha também, o que me irritava profundamente, ele sempre ter algum dinheiro pra gastar com bebida e amigos aos finais de semana. Ou pra comprar alguma futilidade do tipo UM JOGO NOVO DE VIDEO GAME... Pra mim isso era inconcebível, Liv. Só que eu tenho paviu curto, então nunca deixava barato e sempre questionava essas prioridades bestas dele. O que fazia ele se sentir diminuído, daí perdemos o respeito, enfim, a coisa foi virando.
Ele nunca tinha dinheiro pra fazer nada comigo. Isso me chateava. Principalmente porque se ele fosse um cara esforçado, eu entenderia. Mas ele não era sabe. Ele era bem preguiçoso às vezes (quase sempre). E daí ficava o dia inteiro reclamando da vida no meu ouvido, mas não fazia nada pra mudar!
Tem mil coisas que levam o sujeito a agir assim né. A comodidade é a principal delas. Mas tu podes ter certeza que em algum momento da vida ele vai despertar. Pode ser agora, pode ser daqui meses, anos, enfim... É complicado e exige paciência.
querida Livt, que bom revê-la por aqui... parabéns pelos resultados obtidos, bem sei que são resultado dos teus esforços... lembro dos teus relatos aqui... :)
é uma das foristas que sempre tive muito prazer em ler, não importando o assunto...
o tópico do aborto realmente foi uma grata surpresa, debate bom prá de lá de metro... mas nem só de debate vive o fórum Preciso Falar, é para desabafar também, né :)
bom
em alguns tópicos na semana passada comentei que geralmente as mulheres não gostam da fragilidade no seu parceiro....
queremos que eles sejam sensíveis, sim.... mas insegurança, fragilidade em demasia vai minando a admiração, o tesão (com e sem conotação sexual)
não sei se é o teu caso... voce admira teu namorado?
há um descompasso entre voces e não creio que seja por conta da idade... pelo teu relato parece ser mais falta de ambição ou empenho da parte dele... ele mora com os pais, não precisa se esforçar para garantir o prato de feijão de cada dia :)
recordo que tempos atrás debatíamos em alguns tópicos o que é necessário para um relacionamento dar certo e durar:
- amor
- sexo
- companheirismo
- equilíbrio
- respeito
- admiração