Um pouquinho de choro...

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LivT
No PF desde: 23/07/2010

Caros,


Acompanhando a vibe da querida Girlie, retornei ao PF durante um bom tempinho de afastamento e já vou aproveitar para contar com a opinião de vocês sobre o que se passa na minha vidinha...


Fico até meio tímida de me expor aqui concorrendo na discussão com temas tão maiores como o aborto, mas me lembrei de que os conselhos e as opiniões por aqui são tão boas que achei por bem arriscar!


Estou em uma fase meio truculenta na vida, e grande parte disso deve-se a um impasse a que cheguei nas minhas tentativas de conciliar duas profissões, a de atleta (que é minha paixão, mesmo) e a de servidora (em que faço coisas das quais gosto, também, mas cuja função mais básica hoje é me sustentar, mesmo). No ano passado consegui resultados bem legais e inéditos em nível nacional que me trouxeram mais exposição e alguns apoios em termos de material e ajuda de custo , mas não é nada perto de ser capaz de me sustentar pelo mês. E também me trouxeram essa angústia: atestaram que tenho condições de “pular de nível”, mas também que preciso de uma vida mais compatível com a de um atleta profissional – o que significa foco e descanso – para ver até onde posso ir. Estou disposta a apertar o cinto e reduzir meus vencimentos em nome disso, mas também ficar sem renda de nada adianta, especialmente porque moro sozinha. Mas estou correndo atrás de ideias e soluções para isso e acho que encontrarei uma saída, para o bem ou para o mal, hehe.


Para piorar o quadro, passei por uns estresses em virtude do atraso da entrega de um apartamento combinado com outras sacanagens da construtora ( até condomínio cobraram sem ter terminado a obra), o que obrigou a ter de continuar pagando aluguel e, ao mesmo tempo, pagar o restante das prestações.

Mas talvez a esfera em que esteja mais sem rumo mesmo seja a do relacionamento. Acho que já falei um pouco do meu relacionamento atual por aqui, que já completou três anos. O início foi muito legal e a seu tempo, passamos por vários momentos de compreensão e parceria mas, nos últimos, tenho achado difícil conciliar as coisas.


O fato é que ele é um pouco mais novo que eu (dois anos), mas sempre estivemos, digamos, em fases diferentes da vida. No fundo não me preocupei tanto com isso no início, pois foi tudo muito progressivo, e, quando a coisa começou a ficar séria, embora me incomodasse um pouco, entendia aquilo como algo transitório – e ele me fazia crer que também. Mas, de verdade, o tempo foi passando e isso foi adquirindo uma certa feição definitiva.


Quando o conheci já era formada e empregada, ele ainda era estudante, levou mais um ano para se formar. Nos dois anos que se seguiram ele ficou meio que sem saber o que queria da vida, reclamando um pouco porque não seria bem remunerado na área em que se formou e gostaria de atuar, fazendo alguns cursos, trabalhando um pouco com o pai para não ficar sem ganhar nada, mas sem rumo certo.

Neste ano ele resolveu dedicar-se a trabalhar mais na área, mesmo, mesmo que ganhando não muito inicialmente, e foi dar aulas em academia. O porém é que ele descobriu que com o título dele, de licenciatura, a única possibilidade é dar aulas em escolas. Os outros trabalhos exigiam o bacharelado, que ele não completou, aí eu descobri, porque resolveu se formar logo para abrir uma empresa (dessa ideia da empresa eu sabia, só não sabia que faltava um ano para completar o bacharelado). Mas a empresa só poderia ser aberta no caso de ele conseguir um empréstimo com os pais, o que não aconteceu – ou seja, considero que essa antecipação e essa expectativa foi, digamos, uma infantilidade, porque o dinheiro não cairia do céu.


Aí, como ele pretende poder trabalhar em todos os campos, ele voltou pra facul pra concluir o que falta e voltou à vida de estudante – mas está dando aulas também!


Eu não posso negar que ele me ajuda com muitas coisas, mas acho que cheguei em um momento em que queria outra coisa do relacionamento. Meu namoro basicamente é ele vir na minha casa, onde moro sozinha, mas eu, em contrapartida, ter de ir visitar os pais dele toda vez que quero ir na casa dele, porque ele mora e vive sob a rotina dos pais. Eu às vezes tento conviver com essa diferença, mas fui criada de uma forma diferente, prezando mais minha independência.


Talvez não seja nem tanto o fato de ele morar com os pais, que poderia fazer sentido por diversas razões, mas o fato de começar a perceber que ele não quer abrir mão do conforto que é isso em nome de ter que pensar em cozinhar a própria comida, organizar as próprias contas, enfim, de caminhar com as próprias pernas a ter os ônus e bônus disso.


E quanto a mim, eu acho que cheguei em uma fase em que namorar desse jeito não está mais sendo suficiente, não para manter uma relação tão longa e de compromisso como essa. Eu sinto necessidade de, ao menos, partilhar planos, me empenhar em algo concreto, dividir minha vida de alguma forma, mas de alguma forma concreta, não apenas de desejos que talvez, um dia, quem sabe, se tuuudo conspirar a favor, realizem-se. E isso está difícil de encontrar nele. Tudo o que ele manifesta, quando falamos sobre é um “tu sabe que é o que eu mais queria, mas eu não posso/não tenho condições”.


Não posso deixar de considerar que ele me ajuda em muitas coisas, como também ajudo ele.


Mas, apesar disso, muitas vezes me sinto como se estivesse em um namoro de adolescente, o que não sou mais e realmente não é mais meu objetivo.


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_Ana_
No PF desde: 19/09/2010

querida Livt, que bom revê-la por aqui... parabéns pelos resultados obtidos, bem sei que são resultado dos teus esforços... lembro dos teus relatos aqui... :)

é uma das foristas que sempre tive muito prazer em ler, não importando o assunto...

o tópico do aborto realmente foi uma grata surpresa, debate bom prá de lá de metro... mas nem só de debate vive o fórum Preciso Falar, é para desabafar também, né :)

bom

em alguns tópicos na semana passada comentei que geralmente as mulheres não gostam da fragilidade no seu parceiro....

queremos que eles sejam sensíveis, sim.... mas insegurança, fragilidade em demasia vai minando a admiração, o tesão (com e sem conotação sexual)

não sei se é o teu caso... voce admira teu namorado?

há um descompasso entre voces e não creio que seja por conta da idade... pelo teu relato parece ser mais falta de ambição ou empenho da parte dele... ele mora com os pais, não precisa se esforçar para garantir o prato de feijão de cada dia :)

recordo que tempos atrás debatíamos em alguns tópicos o que é necessário para um relacionamento dar certo e durar:

- amor

- sexo

- companheirismo

- equilíbrio

- respeito

- admiração


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Caronte
No PF desde: 03/03/2010

LivT


No começo de qualquer relacionamento, o binômio gostar da pessoa/ter bom sexo, é suficiente. Faz com que a gente ignore incompatibilidades, deixe de lados pequenas coisas, etc.


Conforme a relação vai se solidificando, no entanto, quando ela realmente se torna mais séria, e planos para o futuro deixam de ser pagar um cinema no domingo, ou pedir comida chinesa sexta de noite, o bicho começa a pegar.


E a gente começa a analisar todas as coisas que relevamos anteriormente, e analisar de que forma aquilo vai entrar na nossa vida numa perspectiva de perenidade. E não é surpresa que coisas que antes aturávamos, passam a se tornar intoleráveis.


Pra mim, parece que é isto o que está ocorrendo no seu namoro. Chegou a hora de você pensar em daqui pra frente, e na sua frente você viu um adolescente com poucas perspectivas de crescimento.


Acredito que este seja o momento de você sentar com ele e conversar. Mas conversar enxergando através das fantasias adolescentes e planos que nunca sairão do papel.


Me parece que você chegou no momento da vida em que o ensaio acabou, chegou a hora de atuar. Resta saber se a parceria que você escolheu aguenta o tranco.


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Júpiter
No PF desde: 08/07/2010

Miguxa, tu disseste que ele é "dois anos mais novo que tu" e que "não és mais adolescente". Não cometerei a indelicadeza de perguntar para uma dama qual a sua idade, mas essas duas frases me fizeram deduzir que seu atual namorado já deve ter passado dos 25 anos de idade. Aí chego onde eu quero: aquele que lá pelos 28-29 anos de idade ainda está sob o conforto do lar paterno/materno e que não dá mostra alguma de que isso o incomoda, mesmo tendo um ótimo motivo para tanto - neste caso, você, uma mulher independente e que "está a fim" - tem problemas! Sérios problemas! E a tua missão na vida é ser feliz e não "consertar um filhinho de mamãe", ao menos eu assim penso.

Tá parecendo a história do "Eduardo e Mônica" da Legião Urbana miguxa!

Este foi o MCJupi#S2 falando direto para o seu coração! S2!


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Poivre
No PF desde: 12/01/2011

Oi Liv! Muito bom te ver por aqui de novo.


Engraçado que li seu texto e a primeira coisa que me ocorreu foi o que o MC Júpiter te disse... Parece história de Eduardo e Mônica! hehehe


Mas de verdade, acredito que essa sua questão profissional esteja já resolvida, pelo que vc relata, o que anda incomodando mesmo é o lado sentimental da coisa.


Vc é uma mulher totalmente independente e ágil. Em contraponto, seu namorado mora com os pais e aparenta um certo comodismo. Num momento ou outro essa insatisfação ia aparecer em vc.


O Júpiter falou de algo bastante interessante, sobre a idade do rapaz. Enfim, é bem verdade, existe esse perfil, se o cara não "resolve" a vida até essa idade, é sinal de alerta. Nessa idade, na maioria dos casos, eles tem um 'estalar'. Mas se ele não acontece, daí é complicado.


Eu queria saber o seguinte. Vc ama o seu namorado o suficiente pra tentar passar por cima disso e dar o tempo que ele precisa pra chegar lá, ou acha cansativo demais fazer esse movimento?


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LivT
No PF desde: 23/07/2010

Miguxos,


li os comentários de vocês com muita satisfação e acho que vocês realmente tocaram bem nos pontos em que eu preciso refletir para dar movimento às coisas.


Quote:
não sei se é o teu caso... voce admira teu namorado?


Ana,


pois é, pois é, acho que essa é uma pergunta que ultimamente venho adiando enfrentar... Há momentos e situações em que o admiro sim. Mas em muitos outros momentos confesso que surge em mim uma dúvida, e acho que, em grande medida, por tudo o que deriva do fato de ele não ser independente nem demonstrar uma vontade, um caminho, uma ideia de que isso é algo que alterará na vida dele, seja quando for.


De início não tinha grandes pretensões, isso não era problema. Quando a coisa começou a ficar séria, questionei-me muitas vezes sobre isso e minha resposta para seguir em frente era de que era possível conviver com essa diferença, afinal sempre superávamos de alguma forma. Mas acho que chegou num momento em que a coisa "embolou", e eu comecei a perceber que talvez essa ambição fosse, para mim, algo essencial para que persistisse uma admiração pela pessoa... Não apenas uma diferença normal a ser contornada em qualquer relacionamento.


E aí entro na questão levantada pela Poivre:


Quote:
Eu queria saber o seguinte. Vc ama o seu namorado o suficiente pra tentar passar por cima disso e dar o tempo que ele precisa pra chegar lá, ou acha cansativo demais fazer esse movimento?


Também tenho me perguntado isso mas me deixo sem resposta... De verdade, hoje em dia está bem difícil passar por cima disso. Eu acho que ainda não esgotei todas as possibilidades, mas realmente nossa rotina, como está, eu não estou achando legal.


Por diversas vezes já conversamos sobre isso, muitas vezes expus esse meu desconforto com o nosso descompasso, tentando explicar para ele meus valores, as coisas que eu considerava importante, e explicando a importância dessa independência para mim, de seguir meu rumo com minhas próprias pernas, e, depois de algum tempo, acho que ele começou a entender a dimensão disso. E parece-me que para ele, embora isso seja algo que ele considere, é uma coisa secundária.


Por exemplo, quando vim para cá morar sozinha, eu ganhava praticamente o que ele ganha com as aulas hoje. Minha situação financeira melhorou bastante nesses anos, mas, para mim, seria impensável, ganhando o razoavelmente suficiente, continuar morando com meus pais e não procurar um canto só meu, ainda que com bem menos conforto e regalias. Fui criada e incentivada a isso, e, no fundo, percebo e ele acho que vai assumindo que prefere dar esse passo só no caso de ter muuuitas vantagens.


Aí, considerando um pouco do que o Júpiter falou, eu acho que ele até se incomoda em morar com os pais, mas é um "incomoda" meio adolescente mesmo, sabe... Não queria ter de dar satisfação à mãe ou ouvir ela reclamar de alguma coisa, queria comer outra coisa no almoço, mas também gosta de não precisar pensar no que vai ter de comer, ou em lavar os pratos, ou em recolher a mesa. E gosta de poder chegar em casa e se atirar no sofá, ver tevê, jogar videogame, sem precisar pensar no resto.


Ele muitas vezes oferece ajuda para fazer minhas coisas, até para fazer compras, organizar coisas que eu preciso para os treinos. Enfim, acontece uma parceria e há confiança. Mas eu não vejo nele uma vontade suficiente para organizar a vida dele sozinho... Por diversas vezes isso surgiu nas nossas conversas, vejo que ele é meio reticente, mas, ultimamente, tenho entendido que ele realmente não está afim de encarar isso. Pesando tudo, parece que ele prefere deixar como está, até ganhar na loteria, ou algo assim. Parece que está bom assim. Digamos que sair de casa nunca foi uma coisa muito incentivada para ele, e eu tenho a impressão de que, inconscientemente, ele permanece bem ligado à autoridade dos pais, sabe.


Ah, sim: ele já fez 26...


Caronte,


enfim, acho que realmente preciso ter uma conversa bem além do que já conversamos. Eu ainda não sei bem o que tenho que falar, mas estou usando esse desabafo e as respostas para colocar ordem nas minhas ideias. Acho que tens razão: eu já pensei bastante e não dá mais pra continuar ensaiando. Eu às vezes temo ir direto ao ponto porque, sei lá, fico achando que vou pressionar a pessoa além da conta. Mas, enfim, talvez seja apenas uma questão de verificar se os meus objetivos ainda estão batendo com os dele...


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Júpiter
No PF desde: 08/07/2010

Então boa sorte miguxa, siga seu coração mas não esqueça de seguir o seu cérebro tbém e faço votos de que vc tome a melhor decisão! S2!


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_Ana_
No PF desde: 19/09/2010

Quote:
Pesando tudo, parece que ele prefere deixar como está, até ganhar na loteria, ou algo assim. Parece que está bom assim.


ganhar na loteria ou casar... e arrumar outra pessoa para 'cuidar' dele...

existem muitas pessoas assim... homens e mulheres que não consideram independência algo essencial... e alguns gostam/preferem que outra pessoa decida a vida por eles, assim podem culpar o outro pelos erros e fracassos dele próprio....

assim como voce fui criada para ser independente... é difícil tratar e conviver com pessoas tão dependentes, para mim digo que é impossível...


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Poivre
No PF desde: 12/01/2011

Liv.. Olha, complicado viu?!


O pior é que eu te entendo perfeitamente. Meu último namoro foi assim, mas meu ex já tem 28 anos e continua morando com a mãe. Acabamos há quase 3 anos, basicamente porque eu tinha as mesmas queixas que vc.


Simplesmente NÃO FUNCIONAVA pra mim viver assim. Eu sentia ele estagnado, reticente, assim como vc percebe seu namorado. E chegou um ponto que aquilo começou a me irritar profundamente, eu me via correndo pra lá e pra cá, morando sozinha, trabalhando feito uma louca num estágio que peguei logo que cheguei aqui, mais a faculdade. Enfim, eu levava uma vida que todo mundo leva, e ele levava uma vidinha fácil, acomodada e irritante, pra mim.


Enfim, achei o perfil do seu namorado bem parecido com o do meu ex. Talvez o teu ainda seja um pouco mais esforçado. Apesar de ser uma das melhores pessoas que conheci, com um coração gigante, sempre pronto pra ajudar... Tinha esse porém que, pra mim, é impossível de ser superado.


Até hoje ele reaparece, às vezes invoca a questão d'eu ajudá-lo nessas questões, mas olha, me desculpe, eu não tenho tempo e nem paciência, a essa altura, pra ajudar a criatura a tomar um rumo na vida. Por isso te perguntei se vc gostava dele a ponto de dar esse tempo que, sim, ele vai precisar.


Complicado, viu... Já quebrei minha cabeça com isso e sei que não é nada fácil. mas chega uma hora que a gente não consegue mais conviver, isso posso te garantir, se a pessoa não dá um jeito de mudar....


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LivT
No PF desde: 23/07/2010

Poivre,


legal ler o teu comentário porque acho que a situação é bem parecida, mesmo! Eu gosto dele, ele é uma ótima pessoa, sempre disposto a ajudar com o que está ao alcance dele, gosta de estar comigo, mas, não toma o rumo na vida...


Quando começamos a namorar ele era o mais empolgado. Queria fazer planos, queria sair de casa, me pedia em casamento (eu ria, pois sempre achava que era graça, brincadeirinha, mas até bravo ele chegou a ficar porque dizia que era sério). Eu não dava bola porque a coisa estava numa fase muito incipiente.


Mas, depois de um tempo, parece que as coisas mudaram. Parece que ele percebeu que a coisa não era assim tão fácil nem cairia do céu. Mas, ao invés de lidar com essa nova dificuldade e reordenar os esforços que seriam necessários para atingir o objetivo, parece que ele simplesmente deixou isso de lado. Ele trabalha um pouco, estuda, reclama que não tem dinheiro, mas também não faz planos para ter, em algum momento. Daqui a dois, três, cinco anos. Dez, que seja... Mas que não deixe ao acaso.


Acho que é mais isso que me incomoda... Se a vontade dele de ter uma vida em comum é tanta, como ele diz que é, e não tem e não planeja porque "não pode", eu fico pensando que existe um monte de coisas que a gente poderia sentar e planejar e estabelecer uma conexão, que não implica necessariamente na gente casar amanhã.


Um exemplo bem banal, talvez, mas que ocorreu ontem, mesmo, são as refeições. Pra gente fazer uma refeição juntos, ou tem que ter almoço de final de semana na casa dele, ou tem que comprar comida. Ele reclama que não tem dinheiro (às vezes até pra umas viagens que gostaria de fazer comigo nas competições e que acabo indo só), mas não exita em fazer as refeições fora ou até pedir comida quando o que tem não é bem do agrado dele. Eu não curto muito cozinhar, mas faço o básico que preciso, lá em casa sempre tem coisa congelada e macarrão, e ele sabe que eu não me importo em fazer pra ele ou pra gente, basta uma ajuda simples de trazer um ingrediente, ou de lavar a louça depois. É uma coisa que ajuda os dois e é uma oportunidade de ficar junto... Mas ele não quer ter trabalho.


Quote:
ganhar na loteria ou casar... e arrumar outra pessoa para 'cuidar' dele...


Às vezes tenho medo de ficar ao lado dele nesse período, compreender e dar força pra ele crescer e a única possibilidade dele seja sair da casa da mãe direto pra minha, por exemplo. E, aí, mesmo ele tendo uma certa independência financeira, fico pensando que ele nunca vai passar pela experiência de realmente decidir a vida dele totalmente sozinho... :-(


Bom, ontem conversamos um pouco e já vimos que a coisa não está cem por cento do agrado de nenhum dos dois. Foi meio duro, mas foi numa boa e com sinceridade. Enfim, acho que uma decisão se aproxima.


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Poivre
No PF desde: 12/01/2011

Quote:
Um exemplo bem banal, talvez, mas que ocorreu ontem, mesmo, são as refeições. Pra gente fazer uma refeição juntos, ou tem que ter almoço de final de semana na casa dele, ou tem que comprar comida. Ele reclama que não tem dinheiro (às vezes até pra umas viagens que gostaria de fazer comigo nas competições e que acabo indo só), mas não exita em fazer as refeições fora ou até pedir comida quando o que tem não é bem do agrado dele.


Nossa! Me vi na tua pele agora! É fogo...


Isso foi alvo de constantes brigas entre nós. Tinha isso, tinha também, o que me irritava profundamente, ele sempre ter algum dinheiro pra gastar com bebida e amigos aos finais de semana. Ou pra comprar alguma futilidade do tipo UM JOGO NOVO DE VIDEO GAME... Pra mim isso era inconcebível, Liv. Só que eu tenho paviu curto, então nunca deixava barato e sempre questionava essas prioridades bestas dele. O que fazia ele se sentir diminuído, daí perdemos o respeito, enfim, a coisa foi virando.


Ele nunca tinha dinheiro pra fazer nada comigo. Isso me chateava. Principalmente porque se ele fosse um cara esforçado, eu entenderia. Mas ele não era sabe. Ele era bem preguiçoso às vezes (quase sempre). E daí ficava o dia inteiro reclamando da vida no meu ouvido, mas não fazia nada pra mudar!


Tem mil coisas que levam o sujeito a agir assim né. A comodidade é a principal delas. Mas tu podes ter certeza que em algum momento da vida ele vai despertar. Pode ser agora, pode ser daqui meses, anos, enfim... É complicado e exige paciência.