\"Ñ qremos igualdade, e sim oportunidades iguais\"

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Lah!
No PF desde: 25/06/2010

A culpa de tudo isso é só das próprias mulheres que criam os filhos assim, minha mae por ex. meu irmao troca lampadas enquanto eu tenho q lavar louça, pq nao pode ser o contrario? ele nao precisa dizer onde esta indo a noite e eu ja fui xingada pq cheguei tarde em casa mesmo tendo avisado, e ta cheioo de maes agindo assim..


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Vanessa Versiani
No PF desde: 19/11/2009

Não acho q a culpa seja SÓ das mães.

E tb não acho q todas tenham de trabalhar na construção civil!

Cada pessoa tem seus talentos. Eu não sei fazer consertos elétricos ou hidráulicos em casa, pago alguém que saiba pra fazer isso pra mim. Eu trabalho com moda mas tem homens muito competentes (vide Lino Villaventura, Ronaldo Fraga, Mark Jacobs, Karl Lagerfeld e outros) no meio e alguns deles são hetero.

Acho que devemos respeitar a individualidade mas buscar o senso do coletivo. Por isso q falei no meu comentário anterior em pensar nos pontos que são menos complicados de serem resolvidos.

Eu sou super contra o aborto. Acho tão errado qto a mulher engravidar pra segurar marido e depois ficar infernizando o filho pro resto da vida como se fosse por causa dele q ela não segurou o marido (ou casou e foi traída, separou, etc). Temos tantos métodos anticoncepcionais disponíveis que uma dose extra de conscientização acho que seria mais que suficiente pra evitar filhos indesejados. E, pensando um tanto utopicamente, se não houverem mais mulheres q engravidam pra segurar marido, pra voltar com o namorado, etc, pra q precisaremos do aborto além dos motivos que já o permitem legalmente?


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Vanessa Versiani
No PF desde: 19/11/2009

A meu ver, se a pessoa não quer ter filhos ela também pode optar por fazer ligadura de trompas ou coisa assim. É definitivo mas se voltar atrás na decisão pode adotar uma criança. Tem mtas querendo uma família que lhes dê amor, uma boa educação e boas condições de vida.

Estaria eu sendo simplista demais?


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Carla Abbondanza
No PF desde: 22/06/2010

Vanessa, acho que está sendo simplista, sim.


Eu, solteira, sem filhos, simplesmente não consigo que algum médico se disponha a me fazer uma laqueadura. Mesmo tendo mais de 40 anos, idade mais do que suficiente para que eu tenha muita certeza do que quero na vida, não consigo nem com médico particular. Já perdi a conta de quantas vezes ouvi a frase \"mas você vai mudar de ideia\" ou a mais patriarcal \"um dia seu companheiro vai querer filhos e você terá que atender ao desejo dele\". É como se houvesse uma campanha no setor de saúde para que não ocorra a esterilização permanente.


Tudo bem, até existe uma \"ameaça\" legal nessa história. Infelizmente, a lei que permite a laqueadura ou a vasectomia a qualquer brasileiro com mais 25 anos OU 2 filhos vivos vai de encontro ao código de lesão corporal grave. Há casos de médicos que foram processados por lesão corporal grave quando as pacientes se arrependeram da laqueadura ou por terem mentido a seus companheiros dizendo que o médico fez o procedimento sem o conhecimento da mulher (nos casos das covardes que não queriam enfrentar a ira dos maridos ignorantes). Mas apesar dessa possibilidade legal, a verdade é que há pressão pela não-esterilização. Sempre há a discussão sobre mudar de ideia, o parceiro querer, filho é benção e blá, blá, blá. E qundo milagrosamente se consegue o procedimento na rede pública, o tempo de espera é longo o suficiente para que se tenha um filho antes da cirurgia. E não é só pelo número de procedimentos, não. É também, e justamente, para que a pessoa possa mudar de ideia.


Quanto aos métodos contraceptivos temporários, a verdade é que todos tem margem de erro, invariavelmente. Eu detesto dizer isso, mas só mesmo quem já se viu inserida naquele 1% ou 2% de possibilidade de falha sabe o abismo que se abre sob nossos pés. E depois de ter feito tudo que estava ao seu alcance para evitar uma gravidez indesejada, ainda ser considerada uma criminosa por ir a extremos para não ter uma criança que você não quer é, no mínimo, ultrajante. Eu me recuso a ser vista e tratada como uma encubadeira. Mas eu tenho condições de fazer tudo legalmente. Me basta um passeio pela Europa. O que se deve dizer para quem, por falta de opção, apela para agulhas de tricô, cabides, socos, chás tóxicos, remédios clandetinos ou açougueiros de fundo de quintal?


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Mollie
No PF desde: 17/05/2010

Genteee, ficou pronto o vídeo sobre esse tema, já ta no youtube, mas vou reeditá-lo (vcs vão ver por quê) mas ele ta lá!


Parte 1

http://www.youtube.com/watch?v=E3JcYBKrCm8


Parte 2


http://www.youtube.com/watch?v=II82fAKjEAg


Se gostarem, vote em \"GOSTEI\' ajudará na divulgação, se não ... ;/

E comentem, o que comentaram aqui lá!

Acho que esse fórum, esse tópicos, vídeos, é um bom começo pra concientizar as pessoas do que realmente acontece!


Tô meio assim de mostrar minha carinha no youtube, e meu nome verdadeiro também! skapskpaoskasikapso

Aqui no PF eu sou Mollie, mas lá eu sou FG :d oakspakspas

vergonha mode on :s


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mr_oizo
No PF desde: 30/07/2010

Essa retorica de feminista é muito retrô e muito superestimado hoje em dia. Foca em algo mais tangível.


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Vanessa Versiani
No PF desde: 19/11/2009

Que horror, Carla!

Eu não sabia que era complicado assim! E essa lei tá precisando ser mudada, né? Pq hj em dia mtas famílias com um poder aquisitivo melhor já param no 1o filho.

O \"um dia seu companheiro vai querer filhos e você terá que atender ao desejo dele\" foi repugnante! Eu tenho 34 anos e falo abertamente pra meio mundo que eu não tenho a menor vontade de ter filho gerado dentro de mim. Tenho vontade de adotar, mas no futuro. Ainda é cedo pra eu me dedicar a uma criança. Ou seja, quem for casar comigo ou ter um relacionamento sério, estará plenamente ciente disso.


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Carla Abbondanza
No PF desde: 22/06/2010

Pois é, Vanessa


Infelizmente a nossa realidade é essa. Por isso que se bate tanto na tecla de que a descriminalização do aborto é uma questão de saúde pública mais do que uma questão feminista.


E esse é um dos exemplos da falta de empatia e união das mulheres para conosco mesmas. Veja só: você é contra o aborto e tudo bem, tem todo o direito de ser. Tem inclusive todo o direito do mundo de argumentar contra o procedimento. Mas essa é uma posição individual, uma opção pessoal e como tal não pode nem deve ser imposta a outras pessoas sob força de lei. Tendo isso em mente, é preciso lembrar que a criminalização do aborto coloca as mulheres na condição de cidadãs de segunda categoria. No momento em que uma mulher se vê grávida, ela se torna tutelada do Estado e sua liberdade de escolha é restringida drásticamente. No embate mulher vs. embrião, a mulher perde. A vida de fato da mulher é suplantada pela vida potencial do embrião (potencial porque nem todo embrião se torna de fato uma pessoa). Os direitos de fato da pessoa que existe se tornam secundários diante dos direitos potenciais de uma pessoa que talvez venha a existir. Lutar contra essa \"categorização inferior\" deveria ser dever de nós todas, independente de nossas ideologias ou crenças individuais. A descriminalização do aborto não obrigaria nenhuma mulher a tirar seu bebê desejado, mas a criminalização força mulheres a riscos de morte.


Atualmente tramita no Congresso o Estatuto do Nascituro (PL 478/07). Se aprovado, o Estatuto impediria o aborto em todos os casos, inclusive quando necessário para preservar a saúde e a vida da mulher, e quando a gravidez for resultante de estupro.

Quando uma lei similiar veio á tona na Nicarágua, em 2006, as consequências foram mulheres grávidas impedidas de receber quimioterapia, radioterapia, cirurgias cardíacas e até mesmo analgésicos que lhe aliviassem a dor. Esta matéria:

http://www.care2.com/news/member/540218350/1406880 mostra a história de uma paciente com câncer que potencialmente havia se espalhado por seus pulmões, seios e cérebro que estava há mais de um mês sem receber nenhum tratamento ou sequer alívio para sua dor, por estar grávida de 10 semanas. Os médicos de lá trabalham com medo de ser processados ou presos, de perder suas licenças médicas, e têm medo até de conversar com uma paciente sobre suas opções médicas. É este o possível cenário para o Brasil caso o Estatuto seja aprovado! Ao falar em \'\'prioridade absoluta\'\' e \'\'proteção integral\'\' ao nascituro, definido como \'\'o ser humano concebido, mas ainda não nascido\'\' ele coloca a saúde do feto acima da vida da mulher, impedindo qualquer ação que possa prejudicar a gravidez, mesmo que isso ameace a mulher de morte.


O projeto também força vítimas de estupro e de pedofilia a levar a gravidez até o fim, convivendo com uma lembrança concreta do trauma do estupro incessantemente durante 09 meses. E, pior, força a mulher a CRIAR o fruto do estupro, já que diz que o governo só ajudará no processo de adoção se a mulher não tiver condições econômicas de criar a criança. Ou seja, se a mulher tiver dinheiro suficiente para criá-la, não terá ajuda do Estado em encontrar um lar que acolha o bebê. As consequências são fáceis de prever: crianças abandonadas após o nascimento, ou então criadas por mulheres profundamente traumatizadas, que muitas vezes se verão incapazes de amar a criança, e podem até mesmo ser levadas pelo trauma a desenvolver por ela repulsa ou até mesmo agressão. Vale lembrar que uma em cada cinco mulheres grávidas em consequência de estupro tem menos de 18 anos, e a maioria, segundo a comissão nacional de combate a violência da mulher da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), sofre o abuso durante muito tempo. O Estatuto do Nascituro forçaria crianças, já traumatizadas por anos de estupros repetidos, a suportarem uma gravidez que ameaça a saúde e a vida de seus corpos imaturos, amplia profundamente o trauma provocado pelo abuso, e traz ao mundo crianças que ou cresceriam sem apoio material e emocional (afinal, são filhas de uma criança com um pedófilo), ou seriam encaminhadas à adoção, o que no Brasil pode significar anos e anos em instituições que, embora façam o melhor possível, não são substituto para a atenção integral de uma família amorosa.


Como substituto ao aborto legal em caso de violência sexual, o projeto cria o que já foi apelidado de \'\'Bolsa-Estupro\'\': o pagamento de um salário mínimo mensal até que a criança complete 18 anos, a ser pago pelo estuprador ou, caso ele não seja localizado ou não tenha condições, pelo Estado. Tal previsão é perigosa (como tal pagamento seria feito? Em conta bancária da vítima? O estuprador terá acesso a esse tipo de dado, que pode ajudá-lo a rastrear o paradeiro da vítima e da criança?), ineficiente (grande parte dos estupros são cometidos por pessoas que a vítima conhece, e que ela não denuncia) e um tapa na cara de todas as mulheres.


Essa, amiga Vanessa, é a nossa realidade. Não basta que já sejamos vistas e tratadas como inferiores, é preciso ter leis que confirmem isso. E o pior de tudo é ver mulheres apoiando essa iniciativa sob o pretexto de estarem defendendo a vida. Mulheres que deveriam estar defendendo a dignidade das mulheres, o nosso direito de exercer plenamente o livre-arbítrio, de nos apoderarmos de nossos corpos, nossas escolhas e inclusive de nossas responsabilidades.


Independente de qual seja a minha postura quanto ao aborto, a sua ou a de qualquer outra mulher, é INACEITÁVEL que haja uma lei dizendo que eu, você ou qualquer outra não somos capazes de tomarmos decisões responsáveis por nós mesmas. É inaceitável que sejamos tratadas como incompetentes e que nossos direitos enquanto PESSOAS sejam tolhidos. E como você pode ver por esse PL, se não agirmos agora para que haja avanços nessa questão, estamos na iminência de retrocesso incomparável e de repercussões incalculáveis.


Respeitar opiniões e posturas individuais é indispensável, mas lutar por direitos e dignidade coletivos é obrigatório e inexorável.


P.S.: Acho que falei muito...rsrsrsrsrs


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Vanessa Versiani
No PF desde: 19/11/2009

Aff, escrevi uma resposta beeem grande também e qdo cliquei em enviar, o site tinha deslogado.

Resumindo a resposta que não veio (e eu não copiei pra colar caso desse erro, como deu):

Eu concordo com seus argumentos, só tenho medo de utilizarem o aborto, na hipótese dele ser legalizado, como um método anticoncepcional a mais, sabe? E minha postura é muito mais contra isso do que contra o aborto em si. É contra o abuso dessa possibilidade.

Se um casal está se cuidando e entra naqueles 1% que pode dar errado dos anticoncepcionais, sem trêta, sem a garota furar a camisinha pra engravidar, sem deixar de tomar anticoncepcional, etc, acho que é melhor abortar do que ter um filho que não é desejado e que vai ser rejeitado pelos pais (ou, mto possivelmente, vai ser rejeitado pela mãe e tlvz nem conheça o pai).

Lei pra tornar todo e qualquer aborto ilegal é absurda! Imagina ter de levar uma criança filha dum estupro nas costas a vida toda? O número de crianças encontradas em lixões, lagos, e latas de lixo aumentaria enormemente.

*Acho que consegui resumir... se não, complemento depois se houver dúvidas.


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Vanessa Versiani
No PF desde: 19/11/2009

Ah, alguém pode ler oq escrevi aí em cima e se perguntar: qual a diferença entre um filho gerado por acidente de um que não é desejado mas os pais não se cuidavam?

Simples: Se não se cuidavam a responsabilidade por ter engravidado é totalmente deles. De ambos, pq os homens também podem fazer sua parte pra evitar uma gravidez indesejada.

Embora nos 2 casos o filho possa sofrer rejeição dos pais, no caso de quem não se cuida a responsa é totalmente dos pais. E se o povo não fosse tão bocó de achar que mães são sempre perfeitas e são as únicas responsáveis pela educação dos filhos, é bem provável que a lei Maria da Penha seria melhor utilizada para proteger as crianças das agressões físicas e psicológicas que sofrem de pais e mães inconsequentes e irresponsáveis.