O backlash silencioso

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Belle D´Jour
No PF desde: 19/07/2010

Quote:
Antes mal- educado que tapado


Pois para mim nada pode ser mais tacanho do que esta fé cega na \"ciência\" sem que se questione sob quais parametros e métodos a pesquisa foi executada; sobretudo quando ela é divulgada na reportagem de uma revista não cientifica de origem duvidosa ...Mas enfim, melhor deixar pra lá. Não discuto com gente que deve idolatrar Veja e Olavo de Carvalho.


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Gisinha
No PF desde: 05/03/2009

Belle, pois é..


Como diria uma amiga minha: \'\' VEJA só que mentira\'\'


beijos.


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Aprendiz42
No PF desde: 26/02/2011

Postado pela autora do tópico:


“Sugerir numa sociedade como a nossa que a mulher fique em casa, somente cuidando de filhos 24 horas por dia, se não for sabotar as conquistas femininas, seria o que?”


O que o autor do artigo disse :


“...O direito à maternidade e à paternidade é uma questão de justiça social. Em algumas sociedades, como nas Filipinas e na África do Sul, os pais são forçados a viver longe dos filhos por razões econômicas...

....Os avós são tão bons quanto os pais, e parentes fazem um trabalho melhor que qualquer creche na maior parte dos casos. É por isso que estou fazendo campanha. Até as pessoas mais ricas têm seu papel nessa mudança, pois dão o exemplo...

...Ser mãe ou pai não é coisa fácil: é algo para aprender. Se deixar a criança em uma creche for inevitável, os seguintes fatores devem ser levados em conta: quanto menos crianças por cuidador, melhor; equipe perene (para uma relação estável) e cuidadores bem pagos (para que eles se sintam bem ali). Minha pesquisa mostrou o efeito das horas em uma creche sobre as crianças. Até 1 ano de idade, não se recomenda creche por nem um minuto. Até os 2 anos, dois dias curtos (meio período) por semana. Até os 3 anos, três dias curtos por semana são aceitáveis...”


Onde é que foi sugerido que a mãe tem de ficar em tempo integral 24hs x 7 dias apenas exercendo a maternidade ?


Belle, estamos comentando o mesmo texto ???


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ZéKetrefe
No PF desde: 27/04/2011

Belle,

Percebe-se que vc é uma pessoa estudada e versada em algumas disciplinas...

Mas em interpretação de texto, tu viaja.

Contrapor “conquistas femininas” com pesquisa de desenvolvimento de bebês que são dispensados em creches antes de uma idade adequada...?

Se não fizesse nenhuma diferença a idade do rebento para adentrar numa creche, então, para quê os pedagogos ?

Qualquer problema manda logo para um clínico geral, certo ?

E para ser coerente, finda a licença maternidade, escola neles, em tempo integral, pois a “mamis” não tem mais nenhum minuto a perder com esse estorvo-produto, e qto antes as realizações forem conquistadas melhor, certo ?

Lamento, sinto muito mesmo, mas aquela mãe que abandonou o filho recém-nascido numa lixeira, deve ser pra ti uma mártir pra causa, certo ?


Ainda bem que Vida tem prazo de validade... odiaria viver num mundo em que os seres humanos não nascerão mais...serão cultivados.


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Belle D´Jour
No PF desde: 19/07/2010

Aprendiz e Zequetrefe,


É justamente porque não me baseio apenas na reportagem, que posso falar. Conheço algumas pérolas deste \"pesquisador\", como o livro Criando Meninos e outros dois que não me recordo o nome. Não consigo concordar com nada do que ele diz...Como cientista que tbm sou, sei distinguir a \"boa ciência\" do oportunismo e o que este sr faz me pareceu até agora somente a segunda opção.

Sr Zequetrefe, por favor, menos, muito menos. Sim sou uma pessoa estdada, letrada e para te dizer a verdade questões de gênero são a minha especialidade. Acredite: não há absurdo algum em contrapor questões femininas com a educação de crianças. O cerne da reflexão feminista começa com esta relação, mais especificamente com Simone De Beauvoir, quando em o Segundo Sexo, fala sobre como a sociedade constroi os papéis de gênero e como estes estão relacionados a biologia (homem provedor e sujeito criador de cultura/mulher fêmea reprodutora perpetuadora da espécie. A partir daí ter-se-ia criado uma assimetria de gênero absurda que nem 50 anos de feminismo resolveram. A mulher continua presa ao que a sociedade entende como seu papel que é o de prioritariamente gerar e criar filhos. As demais questões como o trabalho se tornam secundários. Esse tipo de idéia se encontra ainda se perpetuando pela mídia e por \"especialistas\" como este pedagogo ao determinar, ainda que sutilmente (viu Aprendiz, nem sempre as coisas são assim, literais) que é o papel da mulher e somente dela a tarefa de criar filhos da maneira como eles querem (e não a que achamaos ser melhor). São campanhas de amamentação, de como ter o melhor parto natural e de como criar os filhos a todo momento que somos bombardeadas. Não discordo em nenhum momento que amamentar seja bom e ajude o rebento a produzir anticorpos, nem que o parto natural seja o melhor, e tampouco que quanto mais a criança possa ficar com os pais, tanto melhor para ambos. Mas vem cá: como é que vcs acham que as mulheres que não podem ou não puderam proporcionar tudo isso aos seus filhos se sentem? É culpa, culpa, e culpa. E é uma culpa que se reproduz a todo momento. E isso cala as mulheres. Todas são literalmente obrigadas a fingir para parentes e pessoas como vc que não se importam de engordar como uma porca durante a gestação, que amamentar é lindo, um orgasmo e que está se moendo de remorso , fazendo o mea culpa de péssima mãe por colocar os filhos na creche. Pois é isso que pessoas como vc esperam ouvir...Certo?

Por isso entendo seu espanto como uma voz como a minha se levanta contra este tipo de determinismo. Meu corpo gera filhos, mas não sou obrigada a gostar disso. Não acho amamentação uma explosão de prazer e não me sinto culpada de deixar meu bb em uma creche. Amo meu filho demais, mas acharia um horror ficar em casa sem trabalhar só para cuidar dele durante tres anos. Só quem passou pelo desemprego, pelo ócio compulsório sabe o que é isso. Nenhum ser humano hoje está preparado para ficar em casa sem trabalhar, seja homem ou mulher.

Por isso, quando deixo meu bb na creche a tarde para poder ter minha cinco horas livres para trabalhar é nele que estou pensando. No fato dele no restante deste tempo, ter uma mãe presente, carinhosa, atenciosa e não uma ingrata depressiva que trata o filho como estorvo porque deposita nele todas as frustrações de sua vida.

Só uma coisa: antes de sair vomitando esse monte de asneiras e ofendendo as pessoas é melhor lembrar que do outro lado existe um desconhecido que vc não conhece, não sabe da vida e portanto não tem cacife nenhum para julgar como está fazendo com minha pessoa.


pensamentos deste tipo.


Quote:
E para ser coerente, finda a licença maternidade, escola neles, em tempo integral, pois a “mamis” não tem mais nenhum minuto a perder com esse estorvo-produto, e qto antes as realizações forem conquistadas melhor, certo ?

Lamento, sinto muito mesmo, mas aquela mãe que abandonou o filho recém-nascido numa lixeira, deve ser pra ti uma mártir pra causa, certo ?


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Gisinha
No PF desde: 05/03/2009

Belle, mandou bem, muito bem mesmo!

Isso que dá querer tirar onda de gente culta, se ferrou, mequetrefe!


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Belle D´Jour
No PF desde: 19/07/2010

Veja só, Gisinha como as coisas se perpetuam até pelos meandros mais sutis. O mais interessante disso tudo é o fato de que mesmo em um site feminino, o patriarcado tentar nos disciplinarizar, buscando nos calar e nos cobrar o papel que acredita ser tão somente nosso...


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Gisinha
No PF desde: 05/03/2009

Sim, Belle, chamo-os de invasores!!!


Alexandre Pinheiro
No PF desde: 29/03/2011

Acho que não existe um manual para felicidade, ou seja, cada pessoa acha e se realiza como bem entender, como se sente bem.

Minha esposa por exemplo sempre trabalhou fora, num cargo muito estressante mas que a realizava. Depois que engravidou resolveu largar o bom emprego e com ótimo salário para aproveitar a gravidez e cuidar da nossa filha.

Hoje vejo minha esposa muito mais tranquila, feliz e segura em relação a educação da nossa filha.

Temos uma empregada todos os dias e minha esposa cuida dela, das finanças da casa e ainda sobra tempo para ela cuidar de mim hehehehe.

Ela é livre e sabe que poderá voltar a trabalhar a hora que ela quiser, visto que é muito experiente e estudada, mas, acredito que pela empolgação e bom humor dela isso pode demorar a acontecer.

Por isso não podemos julgar o que é certo ou errado em relação a felicidade de alguém, pois, o que é bom para alguém pode n~~ao ser tão bom assim para outra pessoa.


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ZéKetrefe
No PF desde: 27/04/2011

\"E vcs o que acham? Há uma \"polícia\" sobre as mulheres nos fazendo sentir mais culpadas ou é paranóia minha?\"


A questão era sobre o texto, mas percebe-se que vc tem um pré-conhecimento do autor, sua obra e a natureza de suas pesquisas e nutre , como direi ? Aversão? pelo autor e seus livros.

O texto em si, como bem lembrou o sr Aprendiz, não permite nem motiva esse tipo de interpretação, de teoria separatista e sexista ; sequer faz questionamentos sobre a atual posição da mulher/ mãe na nossa ou em outras sociedades. O foco era sobre a precoce “dispensa” de rebentos em creches antes dos 3anos e o quão prejudicial isso poderia ser no desenvolvimento dos mesmos.


Respondendo a pergunta inicial...acho que é “pura-nóia” sua, mas como vc já disse que se ofende com pensamentos diferentes, apelando inclusive para a minha falta de conhecimento da sua pessoa...

Julga uma verdadeira afronta, uma opinião de homem num “site feminino”, o que me obriga de novo a discordar.

O site antes de ser feminino, é público, e não traz nos seus termos, qualquer menção de restrição deste tipo de opinião, em qualquer tópico, a qualquer tempo.

Quanto as suas questões pessoais, com seu corpo pós-parto e as culpas que lhe são ou foram impostas , lamento, mas não tenho formação nem conhecimento para opinar.

Se isso é trollar, prazer sou Shrek


PS: \"Toda unanimidade é burra\", portanto, deviam é me agradecer por elevar o nível intelectual deste tópico hahahahaha