Belle, tenho certeza de que é uma ótima mãe;

Hoje em dia, várias mães deixam seus filhos em creches ou escolinhas, e nem por isso essas crianças são mal cuidadas, claro que depende do estabelecimento, mas creio que você, como boa mãe, pesquisou muito bem antes de escolher este local, enfim, não vejo motivos para criarem polêmica em cima de uma situação que nos é tão corriqueira.

beijos.

Desculpem desviar um pouco o foco, mas faço uma observação para esclarecer e evitar a propagação da desinformação.

Especialmente àqueles que recebem emails sempre ao final assinados por Arnaldo Jabor, L. F. Veríssimo e afins, normalmente em tom indignado e denuncista, e ADREDITAM no conteúdo dos mesmos, saindo depois por aí REPETINDO A DESINFORMAÇÃO recebida como se fosse a verdade absoluta:

O \"auxílio-reclusão\" NÃO foi criado pelo Lula.

E mesmo que tivesse sido, não haveria motivo para se envergonhar dele. Se trata de um benefício previdenciário destinado aos dependentes do apenado existente no texto da Constituição e na Lei de Benefícios da Previdência (Lei 8213, art. 80, lei esta que é de 1991). E ao contrário do que é dito aos quatro ventos, não basta ser preso para recebê-lo, basta ler o indigitado art. 80 da LBP para ver que é bastante restrito. E visa preservar uma garantia constitucional existente nas legislações de todos os países civilizados do mundo, de que \"a pena não pode passar da pessoa do condenado\", ou seja, se o sujeito delinquiu e foi preso, nem por isso seus filhos devem MORRER À MÍNGUA, de fome, sede ou frio. Essa garantia inclusive consta do texto da Convenção Americana sobre Direitos Humanos (“Pacto de San José de Costa Rica”) que é de 1969 e ao qual os países da OEA aderiram.

Ou seja, por mais que a direita conservadora queira culpar o Lula por não deixar as crianças dos apenados morrerem de fome ou sede (vai ver eles merecem isso né, quem mandou escolherem nascer do espermatozóide de um apenado, não devem ser humanos, devem ser menos que animais essas crianças não é verdade, que morram de fome então...lamentável), não foi ele quem criou tal benefício. E mesmo que o tivesse feito, estaria apenas cumprindo a Lei Maior, com a qual todos nós concordamos, gostando ou não, pois foi fruto de uma Assembleia Nacional Constituinte: a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

E para quem quiser se INFORMAR, aqui o link sobre o assunto no site da previdência: http://www1.previdencia.gov.br/85anos/docs/auxilio%20reclusao.pdf

Júpiter, alguns e-mails dizem que o benefício de 700 e poucos reais é por filho, quando na verdade é valor único. Não é?

Seguidamente recebo e-mails com informações falsas... já nem levo mais em consideração.

Estou afastada do fórum já há algum tempo por vários motivos. Dentre eles, a vivência intensa da maternidade, que se apresenta muito vívida mesmo que esteja ainda em período gestacional.

Somente por achar o tópico muito interessante e por haver uma identificação com a fase que vivo, resolvi postar.

Achei as opiniões do Alexandre Pinheiro e da Iani as que me deixaram mais confortável ao pensar no assunto, pois elas refletem a flexibilidade que eu considero indispensáveis nesse assunto.

Como profissional da área da saúde, tive oportunidade de estudar essa questão do desenvolvimento na primeira infância e, de fato, o que aprendemos é que o IDEAL seria crianças irem para creche após os 3 anos. Mas o ideal não é uma obrigação nem uma questão inquestionável. O contexto sempre deve ser analisado. E isso me parece ser a coisa de mais bom senso a ser feita dentro de cada família.

A Medicina, bem como a Psicologia, seguirão dando suas contribuições através de estudos científicos que norteiam a forma mais saudável, física e psiquicamente, de dirigirmos nossas vidas. Nem sempre a conclusão de um estudo científico deve ser seguida à risca, obviamente que não. Mas ela nos fornece subsídios para refletirmos sobre a forma que gerenciamos nossas vidas.

Não questiono, de forma alguma, os benefícios do parto normal em relação às cesarianas (feitas de forma eletiva, sem uma indicação médica mais específica), da mesma forma que não questiono a superioridade do aleitamento materno em comparação ao uso das fórmulas infantis. Essas questões, do ponto de vista científico, já foram mais do que esmiuçadas e estão bem manjadas, por sinal. Sou tranquila em dizer isso pois considero o parto normal e o aleitamento materno práticas saudáveis e de primeira escolha, e não as vejo como \"obrigação imposta pela sociedade machista e repressora\". Por outro lado, vejo também com naturalidade as cesarianas e os desmames precoces pois sei que cada caso é um caso, e nem sempre temos condições de optarmos pelo que é julgado o melhor à luz da ciência. Eu mesma nasci de cesariana, não fui amamentada por muito tempo e não trago nenhum ressentimento ou problema em relação a isso. Ou seja, a ciência dá sua contribuição revelando o que é melhor do ponto de vista médico-científico, segue que pode ou quem quer. Simples assim.

Acho que o futuro é esse: liberdade de escolha com conhecimento de causa. Que cada mulher e cada família tenham a liberdade de escolher como criarão seus filhos avaliando as recomendações profissionais e adequando-as à sua realidade individual.

Acho que conhecimento/informação, aliados à boa intenção, são indispensáveis nesse processo de gerar e criar uma criança.

Um abraço aos amigos, saudades