Homossexualidade - dúvidas

74 respostas [Último]
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Júpiter
No PF desde: 08/07/2010

Como eu queria ser um desses liberais. Esses, é certo que vivem melhor, pois tem menos preocupações. Mas ainda prefiro a fidelidade. Gosto de saber que só eu estou transando com a minha mulher (que hoje não existe, pois estou solteiro). Mas para quem gosta do contrário, nada contra, seja feliz.


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Belle D´Jour
No PF desde: 19/07/2010

Jupiter e Dr Pessoa,


Criei um post que fala sobre isso, deem uma olhada em\"amores contingentes\", amores necessarios, na categoria mulher. abs


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Australopithecus
No PF desde: 10/02/2010

Quote:
Porém, o melhor, é que após termos nos momentos de ternura e sexo, quando encontro com meu namorado vamos à loucura. Meu relacionamento com meu namorado melhorou demais depois que passei a ter meu relacionamento feminino.


Quote:
Por favor entendam que meu relacionamento com a Kioto dá um grande impulso em nossas relações com nossos homens. Agora, devo admitir que a Kioto me come muito bem e eu também a deixo plenamente satisfeita. Ficamos assim carregadas para os nossos homens.


Quote:
Trazemos energia de um para outro e vice versa. O faço com a Kito presenteio ao Pedro. E dele levo tudo o que fiz com ele e fgaço com a Kioto.


Haha Sensacioanal!


Quote:
Fizemos muito sexo. Eu nela e ela em mim. Gozamos intensamente. A noite encontramos com nossos homens e foi um verdadeiro vulcão.


Chamem os bombeiros e a defesa civil! Ademilde e Kioto são vulcões incontroláveis prontos a destruir o planeta com seu fogo!!!!


Ademilde
No PF desde: 10/09/2010

Prezado Australopithecus,

Como você deve saber o Australopithecus é pré histórico e extinto. Eu não. Estou tentando um contexto que estou dividindo com todos, em aberto, esse é o meu nome. Claro que Kyoto é um apelido por que acho que não devo expô-la. Ao trazer esse assunto à discussão vi muito poucas pessoas que tentaram (pelo menos tentaram) me entender. As críticas, muitas delas contundentes tem forte contexto social. Muitas vezes parecem conduzir um forte trauma educacional onde tudo é feio e engorda. O que estou tentando levar à discussão é uma forma de relacionamento onde tanto eu como a Kyoto somos agentes transmissores de paixão e encantamento. O que trocamos entre nós, é levado para nossos parceiros. Nos fazemos isso. Quando estamos juntas e fazemos sexo entendemos que é uma relação erótica e não uma relação homossexual. Nós não abandonamos nossos papéis. Jamais quis ser homem e agir como tal e a Kyoto também não. Nosso erotismo é totalmente feminino. Eu possuo a Kyoto como mulher e ela me possui como mulher. Nossos comportamentos são totalmente femininos. Somos mulheres o tempo todo. E o strapon não é um órgão sexual. É apenas um brinquedo que nos estimula. Imaginemos a masturbação. Quando nos masturbamos imaginamos algo. Criamos uma fantasia. Não seria isso então um pecado por pensamento? Não creio que o seja. Talvez nós sejamos uma para outra como uma masturbação a dois. Se ela me penetra como mulher, se sente como tal, age o tempo todo como mulher, não assume em tempo nenhum um papel fora de sua sexualidade, ou seja quer ser homem e eu a mesma coisa, podemos ser consideradas homossexuais? É isso que estou querendo discutir. Como duas mulheres podem ter uma pela outra um forte sentimento e, a partir dele, passar a uma relação erótica?


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Australopithecus
No PF desde: 10/02/2010

Então, mana, extinga-se de prazer na cama com Kyoto e com seu marido (se juntos ou seperados só o futuro dirá). A vida é curta. Falo por experiência própria :-)


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Belle D´Jour
No PF desde: 19/07/2010

Bom, Ademilde, vamos lá, vou tentar responder sua pergunta.

Primeiro lugar: porque esta preocupação em classificar o prazer, em inseri-lo em categorias tão fixas que não cabe dentro daquilo que vcs estão vivendo?

Difo isso porque hoje em dia, as teorias de gênero mais modernas tem refutado este tipo de fixidez em favor de modelos não normativos. O que vc está tentando fazer é ver onde se encaixa sua relação com a kyoto dentro de categorias dadas por um modelo heteronormativo, onde existe a mulher, o homem e tudo o que não se encaixa nisso. Para fora desta matriz vc tem um espectro de gêneros mais ou menos inteligiveis de acordo com sua \"proximidade\" as categorias \"homem\" e \"mulher\": gays (homens que gostam de homens), lésbicas (mulheres que se relacionam com mulheres), travestis, transex. Contudo, a forma com que estes generos se identificam não dependem só do que \"eles fazem\" entre quatro paredes, mas também de como agem em sociedade, como vivem e se vestem. e também a qual sexo anatomico pertencem.

Por exemplo: vi um caso de um casal gay, onde um deles já havia feito a cirurgia para se tornar \"mulher\". Seu parceiro, também estava com a cirurgia agendada. E por mais que se amassem, o relacionamento estava fadado ao fim, pois o parceiro que se tornou mulher primeiro não gostava de ter um parceiro \"mulher\".

Entende a complexidade da coisa? Entra nisso: 1. a anatomia, o [*****] como instrumento de prazer, 2. o corpo masculino, igualmente, 3. os modos de agir como homem ou mulher e 4. a forma com que o casal se identifica. Anatomia, performance e desejo. Não dá para se falar hoje em dia em generos sem considerar estas tres variaveis. Dentro disso, o \"homem\" e a \"mulher\" deste modelo heteronormativo são aqueles que possuem um alinhamento perfeito entre estas tres variaveis. São generos inteligiveis. E aqueles fora disso? O que são? Olha, hj eu diria que diante de tanta complexidade, qualquer tentativa de classificar aquilo que foje a matriz hetero é falho, como vc e Kyoto estão aí para mostrar. Desejo, performance e até mesmo a anatomia são instáveis, absolutamente. É por isso que as minorias estão lutando pelo seu reconhecimento de modo que ele cada vez mais não seja legitimado pelo que entendemos como homem ou mulher.

Bom sou prolixa, mas espero ter ajudado. Qualquer duvida escreva.


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Belle D´Jour
No PF desde: 19/07/2010

E cada vez mais este espectro tem alargado: sei também de um casal onde era ela lésbica e ele gay e se amavam loucamente. Enfim, cada vez mais caminhamos para o fim das classificações, como preconizou Richard Rorty sobre o pós modernismo. Claro que precisamos de um grau minimo de inteligibilidade para aquilo que acreditamos ser ou fazer. Porém, esta inteligibilidade tem sido legitimada cada vez mais no plano pessoal e político e não mais na esfera do Direito, da medicina e da psicologia.


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Australopithecus
No PF desde: 10/02/2010

Quote:
somos agentes transmissores de paixão e encantamento


Eu acho que a indústria cultural pornô abduziu a civilização ocidental.


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Belle D´Jour
No PF desde: 19/07/2010

Será, Austra, que foi só isso ? E os séculos e séculos de repressão sexual não contam?


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Australopithecus
No PF desde: 10/02/2010

Então, Belle,


Eu mesmo fui abduzido.


Mas o que seria da nova economia sem o retorno do reprimido, né?