oi gente, faz meses que acesso esse site, há alguns dias fiz o meu cadastro, e agora, finalmente decidi que preciso falar. sou uma mulher de 42 anos, mãe de dois filhos adolescentes, casada há 22 anos. meu marido era um mecânico de caminhões, com o tempo, seu trabalho e seu esforço, se tornou empresário, dono da maior oficina (não-autorizada) para caminhões na região metropolitana de uma capital que não vou dizer qual é porque... vai que tem algum conhecido aqui (rsss!). desde que meu marido abriu a empresa e ela começou a dar certo, temos uma vida muito boa. consegui me formar em pedagogia praticamente sem nenhum esforço, pois temos empregada, tinha babá pras crianças qdo elas eram pequenas, uma casa linda onde eu não preciso limpar nada... o meu trabalho é apenas voluntário, com crianças e adolescentes órfãos de uma instituição aqui da minha cidade. eu tenho uma vida muito boa, carros novos, coisas materiais que eu nunca pensei que teria quando casei, pois como eu disse ele era um simples mecânico e nós viemos de famílias muito humildes... bom. acontece que meu marido tem um amigo, de infância, os dois só não são sócios porque o amigo não entende nada de mecânica, mas como é muito bom em administração (mesmo sem ser formado), é o braço direito dele na oficina. acho que podemos dizer que é tb graças a ele que temos a vida que temos hoje. esse amigo sempre foi muito presente na nossa vida, ajudou a escolher o terreno pra fazermos nossa casa, pesquisou preços mais em conta até da banheira quando estávamos construindo, sempre esteve presente nos aniversários das crianças, só não foi padrinho de nenhum dos dois porque eu sempre fui contra colocar homens solteiros como padrinhos... coisas da minha mãe (rss!). e ele sempre foi solteiro, a vida inteira nunca teve namoradas, nada... nem parecia ser do tipo mulherengo... de maneira nenhuma eu jamais vi nenhum problema na amizade dos dois, apesar de notar que ele não me dispensava a mesma atenção que dava ao meu marido, o que pra mim era normal, já que os dois eram amigos de infância e não eu... bom, gente, vamos ao que interessa! eu tenho compromissos na instituição onde trabalho quatro vezes por semana, três dias de manhã e um de tarde, na quarta-feira. as crianças (mania de mãe falar crianças pra quase adultos rsss) estudam de manhã e toda terça é folga da empregada pq ela está fazendo um tratamento de saúde. bom.. na fatídica terça-feira onde meu mundo desmoronou, eu e meus filhos tínhamos preparado uma apresentação no powerpoint sobre os números da instituição, pra apresentar nas empresas e explicar formas de ajudar o orfanato, uma coisa bonita e simples de se fazer (aliás, é impressionante como é bom ajudar as pessoas, mas não vou fazer propaganda de voluntariado agora, né? rss). aí cheguei no orfanato, fiz recreação (é como a gente chama quando conversa com as crianças e brinca com elas, sem corrigir o dever de casa, por exemplo...) por uma hora com uma turma dos 7 aos 9 anos... e fui me preparar pra uma reunião com a diretoria, onde ia mostrar a tal apresentação, e vi que tinha esquecido o notebook em casa. como ainda era cedo e eu não moro muito longe (cerca de 15 min), resolvi ir buscar o tal do notebook. chegando em casa vi que meu marido tinha voltado, pois o carro dele estava no pátio. não dei bola, talvez tivesse esquecido alguma coisa. deixei meu carro na rua, já que era rapidinho, e entrei em casa. quando entrei, ouvi umas risadas, risadinhas estranhas, homens conversando, e alguém gritando CHEGA!, pedindo pra parar, essas coisas. mas não parecia uma briga, parecia, gente, um horror: parecia quando eu faço cócegas no meu marido. corri pro quarto, a porta tava fechada mas não chaveada. entrei, vi os dois pelados, em cima da MINHA cama, na maior intimidade, e vi o tal amigo de quem falei, sentado em cima do meu marido que estava deitado de bruços, como uma mulher que fica de brincadeirinha com seu homem depois do sexo. os dois me viram, fizeram cara de apavorados, se vestiram e saíram da casa praticamente correndo. fiquei ali, sentada na cama, desolada, sem saber o que fazer. fazem seis meses, e até hoje ainda não sei o que fazer. ninguém nunca tocou no assunto. meu marido agora me cerca de todo tipo de atenções e mimos, o amigo nunca mais apareceu lá em casa (as crianças vivem perguntando dele), e meu marido nunca mais tentou me tocar (só de pensar nisso sinto um nojo terrível).. gente, não sei até quando vou conseguir aguentar essa vida, espero poder contar com seus conselhos... beijos a todos.