é por isso que retifiquei o que eu havia dito.

Estudar em escola pública não deve ser parâmetro... Teria que se analisar caso-a-caso e verificar a possibilidade da pessoa custear a Faculdade sem prejuízo ao seu sustento básico. Claro que seria mais trabalhoso, mas seria o \"justo\". Assim, os \"pobres\" teriam as mesmas chances dos \"ricos\". Ambos estudariam, cada um dentro de suas possibilidades.

Daí extraimos a capacidade econômica de quem estuda nos cursos chamados de \"elite\" na UFRGS. Direito, Medicina, Odonto, Informática, Administração, dentre outros, os mais concorridos. Só passa quem tem \"bala na agulha\", salvo raras exceções (cotas principalmente).

Não tenho opinião formada sobre ações afirmativas, mas o inconteste é q há muita coisa errada no ensino público do país.

Nossa... dá desânimo de ver que ainda há opiniões extremistas aqui no fórum... pobres coitados X ricos desumanos e outros estereótipos que nem sempre são verdadeiros...

Mas, enfim... Sempre estudei em escola particular, porque o ensino é melhor no Brasil (fato, mas fora do Brasil é muitas vezes o contrário) e meus pais tinham condições de pagar. Mas preferi me graduar em uma federal porque não queria que meus pais pagassem pra mim (meu pai sempre me jogava na cara o que pagava) e, além disso, meu curso era bem mais conceituado (melhor avaliado) na universidade em que fiz, o que me daria um melhor currículo. E meus pais mesmo assim tiveram que me sustentar naquela época, eu fora de casa, então acabei dando despesas igual. Mas se fosse na particular daria mais despesas ainda (na minha cidade não tinha meu curso).

Resumindo, penso no que a Themis falou: que quem tem condições de optar por particular, aí depende. Tem cursos que são melhor conceituados em certas particulares e outros em certas federais, então se tu fores escolher pensando na tua carreira, vais observar em que lugares teu curso é melhor (por mais inexata que possa ser essa avaliação antes de entrar no curso, mas dá pra se informar).

Eu fiz federal e pós na particular, então digo o seguinte: eu achei que os professores são bem mais exigentes na federal, cobram mais dos alunos, afinal tão lá sem pagar e ninguém tá avaliando o desempenho dos professores, são concursados. Mas a estrutura da particular é outra coisa (PUC), sem igual. Acho que a particular dá mais possibilidades ao aluno, alguns dos melhores profissionais vieram da particular, só que aí é tudo com o aluno, se tu fores um aluno relapso não vão dificultar tua vida, mas se fores um bom aluno podes \"conquistar o mundo\" (um mundo que nem sempre tens na federal, com recursos escassos).

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Sobre ter filhos, acho que cada um deve avaliar se quer e se pode. E acredito que, querendo e tendo o mínimo de condições mentais (ambos os pais), podem chegar a uma situação de vida em que estejam aptos a ter filhos, nem que demore até se ajeitarem. Rico tem pouco filho e pobre apinha os casebres de gente... isso é triste, devia ser o contrário. Acho que políticas de controle de natalidade são bem-vindas, especialmente em países de Terceiro Mundo, é uma questão social muito mais do que biológica ou cultural, simplesmente. Essas políticas já existem em alguns lugares.

Bye.

Voltando à questão do sistema de cotas, eu confesso que hoje sou a favor. E sou a favor pelo seguinte: quem não tem oportunidade de receber uma educação de qualidade deve, ao menos, ter direito a ter uma educação superior. É o tipo de ação afirmativa que, a curto prazo, tende a melhorar a vida de muita gente no que diz respeito a ter meios de encarar a vida com mais dignidade.

Eu estudei praticamente a vida inteira em escolas públicas (salvo até a segunda série, quando estudei em escola particular). Por morar em cidade de interior, tive a vantagem de ter um ensino fundamental de qualidade, mas meu ensino médio foi magistério, então não vi nada que cai em vestibular. Fiz cursinho um ano, não passei na federal, fiz vestibular em algumas particulares, passei em algumas e escolhi a Católica por ser a melhor. Eu queria ter passado na federal não apenas pela qualidade do curso, mas por estudar de graça - já que uma faculdade cara, para um filho morando em uma capital não saia nada barata.

Enfim, penso que muitos pais que tem condições de pagar bons estudos para seus filhos o fazem para que eles sejam aprovados em universidades federais e estaduais. Dificilmente vejo pais pagando escola e com a idéia de que poderão pagar faculdade, já que pensam que o investimento de hoje deve ser colhido no futuro. E quando vejo esse pessoal recebendo o melhor preparo, fica óbvio que sair de escola pública e passar numa federal é um sonho quase impossível sem o sistema de cotas. Por isso, sou a favor das cotas.

E, ao contrário de muita gente, não penso que o governo esteja beneficiando uns em detrimento de outros, mas compensando suas próprias falhas em quem não é culpado pela péssima educação que recebe. E vou mais além: me dói ver gente dizendo \'ah, mas eu conheço um gari/filho de empregada que passou na federal e hoje é juiz. Ele quis, ele correu atrás\'. Mas vale lembrar que correr atrás nem sempre significa que vamos chegar lá e nem sempre as condições externas nos permitem.

E sobre ter filhos, penso que aquele que se dispõe a ter um deve buscar sempre o melhor para seu filho. E não quero falar apenas de dinheiro, vida boa, mas dos melhores valores, da melhor forma de fazê-los entender que o mundo é uma selva, mas que isso não nos impede de ser humildes e nem de lutar com ética pelo que queremos (sem ser idiotas, claro).

Eisbrecher

Isso é uma coisa que me irrita tanto.

As crianças aprontando e os pais vendo e não fazem nada.

Me dá uma raiva.

Como é que eu vou gritar com os filhos dos outros?

Mas é isso que dá vontade de fazer.

É triste ver pessoas incapazes de controlar seus filhos. Sabemos como vai acabar essa história.