Ser Mãe

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Nandablue
No PF desde: 17/04/2010

Ouvia muitas coisas sobre a maternidade, coisas como padecer no paraíso, amor incondicional, noites mal dormidas, etc. Tudo muito ilustrativo, até, porém nenhuma definição chegou nem perto do que realmente sinto agora que estou vivendo a situação.


Sou mãe há 4 lindos meses. Amo meu filho. Muito. Mas as coisas parecem muito diferentes de tudo o que eu ouvia sobre maternidade. Não há nada que te faça entender algo como a experiência de viver aquilo. Não há teoria que supere a prática. A teoria é generalista, a prática é individual, pessoal, por isso é muito mais rica e, muitas vezes, muito mais real.


O que mais me surpreendeu foi como a mudança na minha vida foi profunda. Claro que eu sabia que minha vida mudaria, óbvio! Mas eu não tinha noção de que passaria a necessitar de "permissão" de terceiros para realizar tarefas tão simples e pessoais como tomar banho ou ir ao banheiro. Ou seja, minha liberdade de ir e vir foi tirar umas férias, por tempo indeterminado. Ninguém tinha dito como era isso. Se alguém falou, eu não havia compreendido bem.


Todo mundo diz que um bebê é uma grande responsabilidade, que não é fácil, blábláblá. E todo mundo acha que entende isso, mesmo que não tenha um bebê. Mentira. Só é possível entender quando se tem um!


Outra grande surpresa foi perceber o abismo que existe entre o comprometimento da mãe e o do pai nos cuidados com o bebê. Claro que eu sabia que a maioria dos cuidados era atribuição da mãe que, afinal de contas, tem direito a licença do trabalho para exercer o seu papel. Mas eu não imaginava como era isso na prática. E confesso ter ficado um pouco decepcionada com o que vi.


Sei que os homens-papais ajudam suas mulheres muito mais do que antigamente. Dizer que eles "ajudam" já mostra como o papel do pai é visto culturalmente... Corrijo a mim mesma: o que os pais fazem não deve ser visto como ajuda, mas como exercício de seu papel como pai, não é? Pois é, não sei, não é assim na prática.


Só para exemplificar: o pai, após o nascimento do bebê, segue com sua vida muito parecida com o que era antes. Segue suas atividades, com sua liberdade e individualidade praticamente intocadas. Já a mãe... Se eu estou cansada após uma noite em que meu filhote acordou 4-5 vezes e quero tirar uma soneca no meio da tarde, preciso pedir "permissão" para alguém, preciso que alguém fique com meu bebê e cuide dele para que eu possa descansar. Se meu marido está cansado, pelo motivo que for (que não seja o fato do bebê ter acordado à noite, pois isso ele nem vê!), ele deita e dorme, simples assim! Sem necessidade da permissão de ninguém, sem culpas!


Bem, venho aqui para colocar o assunto em discussão, debate. Qual é a idéia que vcs tem de "Ser Mãe"? Para aquelas que o são, como é a prática? Qual o papel do pai nisso tudo?


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Frésia
No PF desde: 30/12/2009

Ah! Eu sempre falei aqui que o pior de ter filhos é que perdíamos a liberdade total.

"Ser mãe é padecer no paraíso!"

Nanda,

Bem, eu na prática estava sozinha desde os primeiros dias (mais por opção, sempre detestei pedir ajuda. Não devia precisar né?). Para tomar banho ou ir ao banheiro como vc citou, tinha que levar minha filhinha junto ou aproveitar para ir rápido quando estava dormindo sossegada no bercinho, com medo dela acordar. Na maioria dos dias era só eu e ela em casa.

Então.. vou te dizer quanto tempo durou o meu “tempo indeterminado” , 1 ano mais ou menos. Depois as coisas melhoram.

Quote:
Outra grande surpresa foi perceber o abismo que existe entre o comprometimento da mãe e o do pai nos cuidados com o bebê.


Ainda mais nos primeiros meses, acho que eles tem medo de quebrar, tenho uma boa noticia, depois com o passar do tempo eles se envolvem mais.

Eu sempre falo que queria era ser pai, é um sonho!


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Nary
No PF desde: 20/08/2008

Adorei, o que vc colocou.. Maas não sou mãe...


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vica
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No PF desde: 25/08/2010

Nanda que bom ver vc por aqui.!!!!!


BEM VINDA, a realidade é essa mesmo, sou mãe de duas meninas, nunca tive sogra e nem mãe para me ajudar, era apenas eu e meu marido. Mas posso dizer que ele, era uma verdadeira pãe, pois me ajudou muito, mas a parte pesada fica com a gente mesmo não tem jeito. Mas acredite, vai passar, e no fim sentimos até saudade....BOA SORTE


Iani
No PF desde: 13/01/2011

Oi Nanda!


Gostei muito do seu texto. Sou mãe e costumo dizer que nada é tão definitivo na vida de uma mulher quanto a maternidade. Ao mesmo tempo, também não conheço outra coisa que limite tanto a nossa liberdade quanto filhos pequenos.


Sobre as diferenças entre os sexos, sempre repudiei a expressão "casal grávido" utilizada por muita gente: por mais que o homem participe, não é em seu corpo que acontecem certos fenômenos que vão modificando a vida da mãe: sono, desconcentração quando o nene se movimenta e por aí vai...


Com o nascimento, por mais participativo que o pai possa ser, amamentar é tarefa da mãe e enquanto houver amamentação exclusiva a liberdade de ir e vir fica ainda menor. Mas, excetuando a amamentação, todas as outras necessidades de um bebe podem ser atendidas pelos pais. Contudo, muitas vezes eles não sabem como cuidar de alguém tão pequeno!


Fique atenta para não monopolizar o cuidado, nem ser demasiadamente crítica com o jeito de seu companheiro no trato com a criança. Outra coisa, aprenda a pedir auxilio a ele, às vezes os pais não auxiliam mais porque não vêem como contribuir.


Nos primeiros meses, o dispêndio de tempo é maior, os filhos são mais dependentes das mães. Em contrapartida, em nenhum outro momento de suas vidas eles serão tanto de suas mães (estou falando de posse mesmo!). Curta isso, pois em alguns meses você já começará a peceber o quanto é verdadeiro que criamos os filhos para o mundo.


Outra coisa: a maternidade é para sempre, mas a nossa liberdade recebemos de volta com o crescimento deles.


Felicidades para você e seu filho!


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Kathya34
No PF desde: 06/06/2010

Oi Nanda!

Bem, que ser mãe é maravilhoso, é recompensador, é um fato.

É difícil é encarar que a maior parte da responsabilidade é nossa, e por mais que haja um séquito de auxiliares, somos nós que amamentamos e é da nossa presença de que o bebê necessita mais e fora os olhares de expectativas e avaliação sobre nós as mães. Tem horas que não dá pra ver muita magia nas situações...

No meu caso, o pai pouco fez, minha mãe que fez o papel de "mãerido" me orientando, pegando junto, trocando... Depois de uma semana depois do parto minha mãe mandou que eu fosse sozinha ao supermercado pra respirar um pouco.

Parece que eu tive foi que toda a liberdade que eu tinha conquistado de uma hora para hora tomou doril e virei aquela adolescente que pedia "posso ir no shopping, posso arrumar as unhas, posso ir ao banheiro"? Ficar 2 horas falando besteira com as amigas no telefone, difícil, pois eles tentam pegar o telefone da mão da gente, se estão no colo agarram os cabelos, não param no carrinho, choram...Me sentia às vezes um substantivo: mãe.

Mas aí, no passar do tempo ela foi para escolinha, aprendeu a caminhar, a se comunicar, a entender o "não", a gostar de ficar com outras pessoas que a querem bem, eu me senti mais confiante para deixá-la com alguém... Neste momento minha vida foi meio que entrando na normalidade, onde já senti que a filha meio que "entrou" no esquema e as coisas passaram a fluir melhor.

Resumindo, o que posso dizer, é que essa fase em que eles são pequenos é mais puxadinha, mas que vai aliviando conforme eles crescem e vão ficando mais independentes. Dá uma pena deixá-los com alguém por 30 minutos e ir ao mercado sozinha, mas acredite é necessário e precisamos desse tempo também.

Quanto ao pai... Não tem muiuuuuto o que ele possa fazer para participar mais nesta fase, mas veja também se você dá espaço e demonstra confiar nele para que ele absorva mais algumas tarefas. Tenho uma amiga que teve neném, que está sempre com a filha no colo, que diz que não consegue "ouvir a filha chorando quando está no banho" mesmo ela estando aos cuidados do pai.


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Belle D´Jour
No PF desde: 19/07/2010

Ah, Nanda, que bom que vc resolveu abrir o tópico! É...também tive essa sensação de que há alguns segredos sobre a maternidade que só ficamos sabendo quando nos tornamos mãe. É uma delicia e vc vai ver que na medida em que o bichinho cresce vai ficando ainda melhor, porque ele vai interagindo cada vez mais com vc; chegará um momento em que haverá uma cumplicidade imensa entre vcs, brincadeiras só de vcs dois, enfim..é muito bom. Mas como sempre digo, é isso aí e parte da nossa liberdade vai embora mesmo, ao menos por um tempo. E ela nunca volta a ser como antes.

Tive a sorte de ter ao meu lado um marido maravilhoso e acho que minha experiência deve ter sido meio fora do normal, porque ele tomou para si muito, mas muito mesmo da responsabilidade de ser um pai. E isso me aliviou muito. Ele e o meu mais velho possuem uma rotininha só deles, sabe? Ás seis horas é ele quem dá o mamá e fica com ele até eu acordar, enquanto isso, veêm Tv juntos, vão ao mercado, fazem o café...A interação deles é uma coisa linda de se ver (eu cheguei até a sentir inveja, rsrsrsrs). Quando ele estava com um ano e quatro meses, pude me ausentar por quatro dias para prestar um concurso em outro estado, que meu marido, com o apoio de minha sogra, providenciou tudo: era ele quem se preocupava o que ele ia comer, se já tinha mamado, se tinha dormido, enfim...Com meu mais novo de apenas três meses, ele também se divide bastante, e tem me ajudado demais.

Mas ainda assim, mãe é a mãe. E chega um momento em que mesmo estando ótimo com o pai, ele quer a mim. E é maravilhoso acordar todos os dias com ele me chamando: "mamain, afé!". E mesmo tendo toda a ajuda do mundo, mesmo não sendo um abismo tão grande, a diferença é que parte de nossa individualidade se esvai para forma a esses filhos, para molda-los. A grande verdade é que os filhos nos obrigam a sair de nós mesmas, a deixar de sermos autocentradas.

Eu senti muito isso e até brinco dizendo que hoje em dia até uma saidinha para comprar fraldas está valendo, rsrsrsrs. Até me maquio para ir a farmácia. Mas felizmente estou bem consciente de que nos próximos 3, 4 anos não dá para esperar muito: se eu ficar com a gana de sair muito com o marido, ir a festas, barzinhos, só vou me frustrar. É o momento deles, agora. O lazer então tem sido parquinho, casa das avós, teatrinho...E mesmo assim, é um evento. Bagagem, carrinho, sling, cadeirinha, troca de roupas, mamadeiras, afff! Uma escapadinha ou outra até vai, mas bem de vez em quando porque também não dá para ficar alugando as pessoas e outra: no meu caso são dois pequenos. Uma loucura!

Nosso dia termina ás 19 hrs, mais ou menos, horário que o mais velho costuma dormir. Então tenho aproveitado esse tempo para tocar meus projetos, estudar, etc...enfim, é mais ou menos isso.

Mas ter filhos me fez entender o porque de tanta criança birrenta e mal educada por aí: porque a grande maioria das pessoas que pretendem ter filhos é despreparada, não sabe da missa a metade na hora H acaba não aguentando o tranco. Educar não é fácil. E criança precisa ser educada a todo momento; aí vai muita conversa, saber ser dura sem perder a ternura (hahaha), correr atrás a todo minuto, é um trabalho do cão, uma canseira. Cadê que as pessoas estão a fim de fazer isso? Só as realmente muito maduras, porque uma grande maioria quer é sossego e deixa a criança ser educada nas mãos de terceiros que não educam, porque só quem educa é mãe e pai..


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dudy
No PF desde: 02/07/2008

oi Nanda, que bom vê-la por aqui, estava com saudades! Bem-vinda ao mundo das mamães, fácil não é, mas acredito ser a maior experiência de amor de uma vida.


Nanda, no primeiro filho a coisa pega, assim como a Belle, não posso reclamar do meu marido, ele foi muito participativo no primeiro bebê, acordava na madrugada, trazia a nossa menina para mamar, nanava ela, tinha uma calma de monge para acamá-la quando chorava, mais do q eu até...


Concordo com as garotas q falaram de vc delegar algumas tarefas a ele e confiar na ajuda recebida, elogiá-lo também faz com q ele queira participar mais... peça ajuda, ser pai é pegar junto, acordar na madruga também, tipo combinar uma noite q seja inteira sua para descansar e ele q terá q fazer o q tiver q fazer... O melhor é tirar o mama da noite, eu apliquei o ciclo do sono no segundo mês e digo q funciona, tente...


Lembro de um episódio qdo ela já tinha uns 6/7 meses e fomos para praia, e meu marido queria fazer as coisas q sempre fez, acho q não havia caído a ficha q com um bebê o nosso verão seria diferente dos outros, daí tive q puxar p/ uma conversa, não achava justo, teríamos q encontrar um meio-termo e a conversa deu certo. Acho q isso vc deveria fazer com seu marido também, sentar e conversar, mostrar suas angustias, suas frustrações, e quem sabe um dia ele vai no futebol e no outro dia ele fica com o bebê e vc sai para passear, ou ir na casa de uma amiga, pq ele precisa saber cuidar do filho por 3 horas sem a sua presença sim.


Agora falando um pouco do segundo filho, nossa como tudo é mais tranquilo, até acho q meu marido não é mais tão participativo, mas tudo é tão mais simples, mais fácil q acabo por nem cobrar tanto sua ajuda, tenho curtido demais meu pequeno, a maternidade fica com outro sabor, é só alegria, claro q o trabalho dobra com dois filhos, mas a gente dá um jeito.


Nanda, logo tudo passa e vc nem lembrará mais dos perrengues, pode crer.

bjooo


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BAYMA
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No PF desde: 18/02/2010

Muito lindo !!!

fico imaginando o dia que poderei compartilhar essas mesma alegria ,sei que to nova ainda para ter filho agora ,mas mi pego sentindo vontade e falta e saberei que minha vida estara completa com um filho ,e fico mais feliz ainda de ler depoimentos tao magnificos ...........


vcs sao meu espelho de mae


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cornelho
No PF desde: 11/12/2010

tudo no tempo certo e melhor


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cornelho
No PF desde: 11/12/2010

não sou melhor do que ninguem mais sempre ajudei minha esposa troque frauda dei mamadeira lavei ate roupa dei banho tomei conta pra ela dormir muintas vezes mais reconheço que a mulher tem uma carga muinto maior mais o homem deve ajudar a esposa em tudo