Psicose pós-parto - 'Estava cheia de vontade de matá-lo'

17 respostas [Último]
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_Ana_
No PF desde: 19/09/2010

matéria interessante sobre depressão e psicose pós-parto detectados em muitas mulheres... em níveis maiores e menores...

procurem ajuda quando identificarem sinais...

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A psicose pós-parto, uma doença mental devastadora, mas pouco compreendida, afeta uma em cada 500 mães e pode resultar em suicídio ou mesmo em assassinato de bebês. Assista ao vídeo.

O período que sucede o parto é o momento em que as mulheres estão mais propensas a doenças mentais, tais como depressão ou psicose. Mas há tratamento.

A BBC entrevistou pessoas afetadas por esta doença que, muitas vezes, passa despercebida porque médicos e enfermeiras não estão preparados para identificar os sintomas ou porque, por medo do estigma, é escondida pelas mães.

A maioria das mulheres com a psicose pós-parto não tem história familiar ou pessoal de doença mental, alertam os especialistas.

'Estava cheia de vontade de matá-lo'

Jo Lyall era uma dessas mulheres. Depois que seu segundo filho, Finlay, nasceu, Jo passou por um episódio assustador. Uma noite, poucos dias depois de deixar o hospital, ela esteve a ponto de estrangular o bebê:

"Coloquei ele adormecido na cama ao meu lado, e meu cérebro simplesmente desligou", disse ela. "Era como se alguém tivesse desligado um interruptor na minha cabeça, e eu olhei para ele e estava cheia de vontade de matá-lo."

"Eu coloquei minha mão em seu pescocinho, ainda não forte o suficiente para manter a própria cabeça, e comecei a apertar. Eu não queria machucá-lo. Sabia que não devia fazer isso, mas eu queria saber se era capaz".

Jo sabia que algo estava errado, mas tinha medo de procurar ajuda, por pensar que perderia a guarda dos filhos.

Sem tratamento, ela começou a planejar como matar a si e seus dois filhos.

"Um dia, pensei em sufocar os garotos enquanto eles dormiam após o almoço", disse ela.

"Tinha que ter certeza de que os meninos e o cachorro estariam mortos antes que eu tirasse minha própria vida, porque eu não podia arriscar que sobrevivessem sem mim", acrescentou.

Jo fez várias tentativas de suicídio, mas depois de seis meses em um hospital psiquiátrico e quatro anos sob medicação, está totalmente recuperada.

Ela faz campanha pela maior consciência dos sintomas de psicose pós-parto, para permitir que médicos e parteiras ofereçam um melhor tratamento para mulheres doentes.

"Eu sobrevivi, em grande parte, devido a um médico e a uma quantidade extraordinária de sorte", disse ela. "Mas as mulheres não deveriam ter que confiar na sorte para sobreviver a uma condição tratável".

*

Tinha desejo de machucá-lo'

Os especialistas não sabem a causa exata de psicose pós-parto, embora acredite-se que as grandes mudanças hormonais que se seguem ao nascimento do bebê tenham um papel importante, juntamente com a genética.

A proporção de jovens mães em risco é grande. E mulheres com transtorno bi-polar têm 50% de chances de se tornar gravemente doentes nas semanas após o parto.

Shelley Blanchard estava nesta categoria. Por isso, sua equipe médica não só monitorou sua saúde física enquanto o nascimento do bebê se aproximava, como também o seu bem-estar psicológico.

Shelley foi apoiada nos estágios finais de sua gravidez e nos primeiros meses da maternidade por uma equipe que incluía o Dr. Nick Best, psiquiatra perinatal especializado em cuidar de mulheres grávidas e jovens mães com problemas de saúde mental.

Best fez visitas regulares a Shelley, assim como a enfermeira psiquiátrica de sua comunidade.

'Uma pessoa pode passar da situação normal à psicótica, delirante e paranoica no espaço de apenas dois ou três dias', disse Best.

Shelley também começou um tratamento com drogas anti-psicóticas na mesma noite que ela deu à luz o bebê Oliver.

Mas algumas semanas depois do nascimento, o humor de Shelley começou a piorar e ela parou de tomar os medicamentos anti-psicóticos porque a deixavam sonolenta.

"Comecei a ter pensamentos desagradáveis sobre Oliver, tinha desejo de machucá-lo, de jogá-lo pelas escadas ou soltá-lo de propósito", disse ela.

"Eu estava tão assustada, não queria machucar meu filho, mas os pensamentos foram ficando mais fortes e mais frequentes, então tive que buscar ajuda."

Ela contatou a equipe médica e foi internada em uma unidade especial em Winchester, onde as mães e seus bebês podem ser mantidos em segurança durante o tratamento.

Três meses mais tarde, Oliver e Shelley estavam em casa novamente, recuperados.

"Se eu não tivesse ido para a unidade, acho que provavelmente teria acabado por tomar uma overdose, e teria possivelmente me matado. Eu estava fora de controle", disse Shelley à época.

"Foi um tempo tão sombrio, mas consegui aprender um pouco mais sobre mim. Estou realmente me sentindo muito bem agora, poderia até dizer que estou me sentindo fantástica."


video http://www.bbc.co.uk/worldservice/emp/pop.shtml?l=pt&t=video&r=1&p=/portuguese/meta/dps/2012/08/emp/120822_posparto_rp.emp.xml


http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2012/08/maes-que-quiseram-matar-filhos-falam-dos-perigos-da-psicose-pos-parto.html


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Kathya34
No PF desde: 06/06/2010

Eu estou aqui pensando se além da questão hormonal, de trazer à vida um outro ser, o fato dele ser nitidamente indefeso e dependente, não traz uma sensação de poder que gere um "tilt" na mãe.


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Poivre
No PF desde: 12/01/2011

Li essa matéria hoje e fiquei pensando que não posso imaginar o que passa na cabeça de uma mãe quando decide fazer algo contra o próprio filho. É uma doença realmente horrível e devastadora.


Fico pensando também se é possível uma cura total dessa enfermidade. Vai o exemplo da brasileira, que morava em Portugal, sofria de depressão, matou a si e aos filhos, de 10 e 13 anos, num incêncio que ela mesma provocou dentro de casa. Li isso hoje no G1 também...


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Australopithecus
No PF desde: 10/02/2010

Num li, muito grande. Dá pra resumir? :)


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Poivre
No PF desde: 12/01/2011

Minha boa ação do dia.


A matéria fala sobre mães que sofreram de psico-se pós parto. (lógico, hehehe..) Há uns dois relatos de mães que tiveram ímpetos de matar seus filhos; falam dos sentimentos que viveram, de como se curaram, etc. O primeiro relato é de uma mãe que, preliminarmente, não tinha nenhuma doença mental e sofreu da psicose. O segundo caso é de uma mulher que, se não me engano, é bipolar (bipolares tem mais chance de desenvolver a doença nas semanas seguintes ao parto), e também sofreu da enfermidade.


Aparentemente, as duas estão curadas, depois de um período de tratamento.


Resumidamente, é isso. :)


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Australopithecus
No PF desde: 10/02/2010

Ah, muito gentil! E boas ações resultam em coisas boas :)


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Nary
No PF desde: 20/08/2008

Não vi essa reportagem...


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_Ana_
No PF desde: 19/09/2010

Poivre

acredito que cura não exista, mas existem tratamentos...

no caso relatado na matéria e que virou livro, a mãe deixou de tomar a medicação...


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Kathya34
No PF desde: 06/06/2010

Quote:
Num li, muito grande. Dá pra resumir? :)


Oi Austra! Fala sobre mães que matam ou tentam matar seus filhos após o parto... É um tópico interessante, para multiplicar a informação entre as suas bisnetinhas e austraquetes!


Poivre, acho que no pós parto é importante às pessoas próximas da mãe detectarem potenciais sinais de um problema como a depressão, por exemplo. Não ver como frescura, algo que vai passar, e ignorar alterações de humor, personalidade, que persistem ao passar do tempo.


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Poivre
No PF desde: 12/01/2011

É, Ana, ela deixou de tomar a medicação no período recomendado e teve vontade de matar o filho, né? Mas e depois? É nisso que fico pensando, acho que é mais ou menos como a Kathya falou, além da família precisar ficar de olho, é uma preocupação prolongada quase que pra sempre!


Eu nunca acreditei nessa teoria de quem são só os hormônios, pra mim tem outros fatores envolvidos, pré-disposição pra doenças mentais, etc


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Australopithecus
No PF desde: 10/02/2010

Quote:
Oi Austra! Fala sobre mães que matam ou tentam matar seus filhos após o parto... É um tópico interessante, para multiplicar a informação entre as suas bisnetinhas e austraquetes!


Só tenho uma bisneta, a Frederica. É minha maior e mais sincera fan , cara Kathya :)