Mundo das crianças...

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Miss Audrey
No PF desde: 04/02/2011

Lendo um livro (Educ. Ambiental de Valdo Barcelos) encontrei um trecho muito interessante sobre o \"mundo das crianças\". Compartilho com vocês (foi compilado) e gostaria de opiniões dos (as) colegas do PF...


\"A escritora belga Marguerita Yourcenar, num texto intitulado \'De olhos abertos\', se refere de maneira muito pertinente à forma como as crianças vivem seu mundo. A autora manifesta sua surpresa frente ao fato de como as pessoas adultas têm dificuldade em entender a maneira como as crianças demonstram viver num mundo que é somente delas. Esta situação é no mínimo, curiosa se pensarmos que todo adulto já foi um dia criança. Portanto, assim tb já se comportou. Então por que tamanha estranheza?

Os adultos em geral, e os profissionais da educação em particular, cometem via de regra, um engano crucial quando tratam das crianças e de sua educação: eles tendem a ver a criança sob o ponto de vista deles: adultos. Nostros casos, cometem um engano ainda pior: tentam, de todas as maneiras, se colocarem no lugar das crianças. Neste caso as consequências podem ser ainda mais deploráveis pois, ao fazerem isto, estão buscando se colocar no lugar que eles acham que gostaria de estar a criança que eles não são. A autora e escritora defende que as crianças se movem no mundo de uma maneira bastante vaga. Assim como se estivessem vendo tudo pela primeira vez, inclusive os adultos que a cercam. Sejam pais, professores, padeiro, etc. Para a criança são, todos, apenas adultos. Nós é que definimos o que é cada uma dessas pessoas e fazemos isto através de conceitos e valores tipicamente de adultos. Ora, as crianças têm uma vida própria e que é vivida em um mundo que lhes é seu. Os adultos estão convidados, ou não, a participar deste mundo conforme a vontade e decisão delas. Assim sendo, são elas que vão definir que papéis e que importância teremos, nós, adultos, no seu mundo. Fiquei pensando que talvez uma boa maneira de educarmos as crianças fosse, antes de ensiná-las isto ou aquilo, buscar entender que papéis as crianças dão para cada um de nós adultos no mundo em que vivem. E isto só poderia ser feito se buscássemos fazer parte das relações que as crianças estabelecem com as coisas e com o mundo que criam e que só a elas pertence. Que tal iniciar conversando mais com elas? Talvez começassemos, assim, a descobrir o que significa para cada criança ser pai, mãe, professor (a), motorista..., enfim o que somos e o que representamos ecologicamente para elas e que importância e que lugar teremos em seu mundo.\"


Valdo ainda acrescenta: \"As crianças são o futuro, certo? ERRADO. Crianças não são o futuro. Elas são o PRESENTE. Só existe um lugar e um tempo pra ser criança: é aqui e agora. No futuro serão tudo o resto que a vida lhes reservar, menos criança.


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precisofalar
No PF desde: 28/04/2008

Ótimo!!! Já enviei o link para minhas amigas educadoras!

O ruim é que crescemos... E daí vêm as cobranças, os compromissos, a neura, o descobrimento das coisas, da maldade, do errado...

Ai, ai, ai...

Mas sim, presente!


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lu_alves
No PF desde: 05/03/2011

Miss Audrey, excelente texto. Talvez você possa nos ajudar a entender o que as crianças com TDAH são. Será que não apenas crianças \'normais\' que não se adaptam ao modelo onde a pressão para o estudo inicia cada vez mais cedo? Vale a pena medicar as crianças para transformá-las em um padrão que a sociedade espera? Sei que o tema é complexo, mas eu iniciei meus estudos aos 7 anos e não me recordo de já estar cansada para isto, estava ansiosa e feliz pelas descobertas. Até que ponto hoje onde uma criança de 7 anos já tem as vezes 5 anos de escola não é também vítima de um modelo talvez não tão correto.


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Miss Audrey
No PF desde: 04/02/2011

Lu, só vi sua mensagem agora...


Meus estudos sobre comportamento estão mais direcionados a jovens e adultos, ainda estou engatinhando sobre comportamento infantil, mas o que posso te apurar que as crianças com TDAH possuem alterações a nível neurobiológico, de natureza genética

e quem nem padrões culturais, educação informal e ou ainda pressão psicológica provocam este transtorno.


Agora, em relação a idade que devem iniciar os estudos precisa ser avaliado caso a caso, acho que impor é fazer este estado persistir de forma intensa durante outras fases da vida destas crianças. Já a medicação, não concordo, existem outras formas de tratamento, através da arteterapia, por exemplo, que traz ótimos resultados.


Vou buscar mais informações sobre TDAH com outros colegas pesquisadores e posto aqui...abraço.