KVetinha, olha que lhe considero muintcho (Essa Gabriela, quando baixa... afemaria),

fiz exatamente isso na última festa, mas com uma só diferença: fui cumprimentá-la. Cercei ela pela direita, depois pela esquerda, e a pomba-gira rodopiando de mim que nem louca. Quando não deu mais pra escapar e ela ficou ali, encurraladinha, ainda fez de conta que não estava me vendo - só que eu estava plantada a cinco centímetros de distância, esperando pra dar um beijim azedo.

Fiz isso pra deixar claro pra todos - quer dizer, todas, porque na família do meu marido quem manda mesmo e quem cria caso é a mulherada - que não partia de mim o problema, deusulivre.

Ela, depois de uns dois minutos, foi obrigada a me cumprimentar, porque eu tinha me plantado dum jeito que só a retroescavadeira da prefeitura me desapropriava. Aí me deu um beijo murcho, de quem já tem os peitos de ovo frito, e ainda me disse: "Oi, Girlie (complete aqui meu apelido familiar... que um dia hei de contar, porque também, quer saber, tô de saco cheio de pseudônimo).

Depois ficou muito estranho o clima da festa. Ela com a trupe dela (marido, filhos e namorado da filha) no canto deles e de vez em quando socializando pra tirar fotos. Lá pelas tantas ela dá um grito, mas um senhoooor berro, pedindo pro marido tirar uma foto das coxas gostosas dela, que tinham dado tanto trabalho pra conseguir, e ficou todo mundo se olhando com cara de isso é um assalto.

Na hora do discurso (porque a festa era em homenagem à avó de 95 anos, matriarca da família), meu marido é que foi escalado pra falar. Pois ela, marido e filhos SE RETIRARAM e ficaram mocozados láááá num cantinho do quintal da casa onde era o aniversário da voinha, coisa mais bagaceira isso.

Até então eu tava muito bela, muito jovem, fresca e Sempre Livre, porque quem estava dando ataque e fazendo vexame não era jo. Mas, sei lá... acho isso tudo tão mil novecentos e repórter esso... que saco, sabe. Não sei aguentar essas paradas por muito tempo. Prefiro uma boa briga.

Meu marido diz, com razão (aleluia, sisters), que meu grande problema é não saber lidar com a raiva.

Eu tô com raiva agora, quero sangue, quero jogar sal na ferida e cal no terreno da casa dela.

Não tenho, no entanto, recursos pra analisar porque tanto ódio no meu little heart.

Júpiter, meu ídolo (tu sabe que meu coração por ti gela, kkk),

sabe o que é? Achei meu marido muito frouxo. Se é comigo, se é um primo meu que chama ele de mau caráter, estou amanhã mesmo nas páginas policiais segurando ele pelos bagos.

Não deixava barato, naum.

Esperava reciprocidade. Acho desleal uma pessoa que se encolhe assim. Disse isso pra ele, Fiquei mais louca da vida ainda quando, naquela primeira festinha em que nos vimos, ele ficou todo-todo de papo com a tal prima e o marido gagá dela. Imagina só a pessoa ficar falando naquela hora que não su-por-ta olha na minha cara o que não deve ter achado de ficar batendo papo com o meu marido. Só pode ter pensado que ele endossava a opinião dela de que eu sou uma boa bisca.

Bem, eu pensaria isso, se fosse ela, mas entre nós há uma boa distância de anos (sou mais jovem), de estudo (eu sou adEva, né, dá licença) e de mpusculos (porque, afe, continuo com minhas muxibinhas).