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Pai/Mãe: modelo?
dom, 12/12/2010 - 17:04
Oi colegas...
Esse tópico é um misto de \"preciso falar\" e \"gostaria de saber\"...
Tenho 30 anos de idade e pelo menos até meus 20 anos eu tinha minha mãe como um modelo a ser seguido, tinha muita admiração e orgulho dela. (Meu pai... era o contrário... não me despertava tanta admiração.)
Com o tempo, vivências, amadurecimento, fui percebendo a minha mãe de uma forma diferente... Fui vendo nela características que em absoluto não se encaixam no que tenho como valores. Hoje, apesar de amar e respeitar muito a minha mãe, ela é um modelo do que eu não quero ser.
Junto com a imagem da mãe-modelo morreu pra mim a idéia de qualquer herói. De qualquer modelo a ser seguido. Me sinto mais livre e forte pra rejeitar julgamentos, pra me preocupar menos com aceitação, e ainda dei uma \"turbinada\" na minha auto-estima (que, sempre sem querer, eles puxaram e puxam como uma âncora bem pra baixo)
Gostaria de saber de vocês... como é a imagem que vocês têm dos seus pais, se têm neles um modelo (positivo ou negativo), se foi sempre assim, se já mudou, quando e como mudou...
dom, 12/12/2010 - 17:30
#2
Lunaticazinha,
que idade tu tens?
Foi sempre assim? Ou você já teve profunda admiração por algum dos dois?
dom, 12/12/2010 - 18:00
#3
Nunca não posso dizer, pois se é criancinha a a gente admira muito o pai ( principalmente). Mas foi só eu criar juízo que eu notei que eu nunca iria querer ser como eles.
Ah, tenho 28 anos.
dom, 12/12/2010 - 20:04
#4
Meus pais já estão mortos, eles foram fundamentais na minha vida, minha mãe me fez gente, meu pai, mais afastado contribuiu com a parte financeira porque para ele era difícil ter um envolvimento afetivo por limitações dele.
Sou o que sou devido aos dois, eles deram o que tinham de melhor para mim, e me serviu muito, algumas coisas não serviram, essas eu deletei, sem mágoa, sem vingança, apenas não fechavam com a minha personalidade e as minhas convicções.
Que bom que você pode dar-se conta daquilo que servia e o que não te servia, dissociou-se da âncora que eles, por vezes, lançavam ao mar levando a tua auto estima junto.
Ser pai é uma tremenda responsabilidade e nem todos estão preparados para tal.
dom, 12/12/2010 - 21:10
#5
Moça
Acho que voce começa a perceber que os seus pais, são seres humanos normais, eles não são super heróis
Eles erram e acertam, assim como todo mundo
com qualidades e defeitos
Não coloque ela em um pedestal, coloque ao teu lado. Ajude-a quando ela estiver fraquejando, console-a. Ela tem momentos de alegrias e tristezas assim como você.
Perdi meu pai há bastante tempo, e minha querida mãe há 4 anos. É uma sensação terrível, ficamos sem chão.
Aproveite bastante sua mãe, mime-a muito. E tente compreender que ela irá errar em algum momento
Todos nós erramos.
dom, 12/12/2010 - 21:49
#6
Acho que foi por aí, Ana...
No fim das contas meu pai deixou de ser o demonio e minha mãe deixou de ser a santa. Hoje os vejo como seres humanos que são, com incontáveis qualidades e defeitos.
Talvez minha idolatria pelos meus pais é que tenha durado demais.
Mas ainda tenho dúvidas de se/como/quando isso aconteceu com outras pessoas.
Tenho a sorte e o privilégio de ter meus pais vivos, e aceitar esse caráter humano deles me permitiu inclusive ter uma relação bem mais saudável e madura.
dom, 12/12/2010 - 22:24
#7
Moça
que bom,
é um divisor de águas quando conseguimos aceitar a humanidade deles
perdoar seus defeitos e ver suas qualidades
aproveite bastante o teu tempo com eles.
bjim
dom, 12/12/2010 - 22:34
#8
Eu não vou conseguir escrever tudo que sinto pelos meus pais, nem o que eles representam na minha vida. Vou começar a chorar, mesmo que seja de alegria e saudade. Eles não moram aqui em Porto Alegre, infelizmente. Sinto muito a falta deles no meu dia a dia.
Eles são quase tudo para mim, pois tudo só Deus mesmo. Meu amor por eles é imenso e a recíproca é verdadeira. Falham como todo o ser humano, mas nosso amor cobre todas as imperfeições. Eles são meus modelos!
seg, 13/12/2010 - 09:15
#9
Acho que a Ana foi no ponto! Nossos pais são seres humanos.
Tenho 28 anos e há um ou dois comecei a entender isso! E como tudo faz mais sentido após ter caído o mito dos \"pais heróis\"!
Minhas irmãs são bem mais velhas então cresci quase como filha única. Recebi muita atenção e amor de todos, cada um do modo como lhe competiu! Mas passei a infância e a adolescência meio que num mundo à parte. Meus pais, e especialmente meu pai, eram meio estranhos para mim.
Não havia confidências, demonstrações de carinho, enfim, não havia muito diálogo. Meus pais, acredito, sentiam-se presos a algumas crenças, ou problemas imaginários, que acabaram deixando-os frustrados em alguns aspectos, e isso, claro, refletia-se na família.
Sempre fui bem \"na minha\", aparentemente nunca liguei para essa falta de proximidade, era bem tímida mas não sentia falta de maiores interações sociais. Acho que tentava compensar um pouco isso exigindo de mim mesma que fosse a melhor aluna da escola, que sempre me destacasse nas várias atividades que fazia. Era um jeito de tentar encontrar meu lugar no mundo.
Passei minha adolescência e parte da minha vida adulta \"odiando\" meus pais e tentando me livrar de um certo sentimento de culpa que eles me legavam por suas próprias frustações. A jornada foi longa, até que, talvez por já ter construído minha independência financeira e morar longe deles, percebi essa coisa simples: eles são seres humanos!
Hoje posso dizer que eles foram e são os melhores pais do mundo! O exemplo de luta, de garra, de trabalho, de honestidade, de fé na vida, que eles me deram, é sem igual! Eles são a razão de eu ser tudo o que sou hoje! Fizeram, a meu ver, algumas escolhas equivocadas, das quais eu procuro (e hoje já consigo) me afastar.
Com minha mãe acho que já me resolvi bem! Consegui expressar para ela o que ela representa para mim. E ela também compreendeu a importância de eu fazer minhas próprias escolhas. Com meu pai, o processo tem sido mais lento. Às vezes temos desavenças. Mas tenho percebido a importância de me empenhar para aproveitar a grande companhia dele enquanto há tempo! Mas sem culpas!
Nem pretendia falar tanto, mas, Moça, acho que levantaste um assunto muito relevante! Espero que minha experiência tenha acrescentado um pouco às respostas.
seg, 13/12/2010 - 09:27
#10
Apartir do momento que começamos entender essas coisas ( que você realatou) acredito que nosso processo de maturidade está avançando, começamos a nos libertar de certas \"crenças\", quero dizer que embora todos amem seus pais não precisamos ter como modelos eternos.
O tempo passa, as gerações também, alguns acompanham a maioria não, o que era bom ontem hoje não faz a menor diferença.
Dos meus pais herdo o amor, caráter, honestidade e a dignidade.
O resto a vida se encarrega de nois ensinar, e nós nos encarregamos de ter a força e a vontade de aprender.
Você tem 2 caminhos, 1 é se lametar que a vida e seus pais não lhe deram oportunidades ( famosos gabrielões), o outro é você querer aprender e correr atrás do que você quer, simples porém muito difícil, e que falou que iria ser fácil !?
Eu tenho em meus pais um modelo....
A NÃO SER SEGUIDO. Me serve de referência pra quase tudo.
Mas o amor é incondicional.