Mãe pede que filha viciada em crack seja esterilizada

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Júpiter
No PF desde: 08/07/2010

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk


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_Ana_
No PF desde: 19/09/2010

um texto do Drauzio Varela sobre o assunto:

Quote:
DE VOLTA À NATALIDADE

Drauzio Varella

O problema mais grave do país talvez seja o da natalidade entre a população pobre. Tenho consciência plena de que essa afirmação é considerada politicamente incorreta e que me traz problemas com certas alas da intelectualidade todas as vezes que a faço. Mesmo assim, vou insistir nela.

Nove meses de gravações de uma série sobre gravidez, realizadas para a TV em cinco cidades brasileiras, fortaleceram em mim a convicção de que, se não tomarmos providências imediatas, a violência urbana nas próximas décadas nos fará sentir saudades da paz que ainda desfrutamos em lugares como São Paulo e Rio de Janeiro.

Numa época em que dispomos de métodos eficazes de contracepção, o número de gestações indesejadas nas classes mais desfavorecidas é tão exagerado que cabe perguntar: por que razão os responsáveis pela elaboração de políticas públicas fogem desse assunto como o Diabo da cruz?

Além do descaso, só encontro duas explicações para a omissão: ingenuidade ou falta de coragem para contrariar a igreja.

A ingenuidade está na interpretação apressada das estatísticas que mostram queda das taxas médias de natalidade.

Realmente, mesmo as mulheres mais pobres têm hoje, em média, menos do que a meia dúzia de filhos de 50 anos atrás. Mas, naquela época, 70% da população vivia em zona rural, onde a criança de sete anos já pegava na enxada para ajudar no sustento da família. Hoje, com 80% dos habitantes nas cidades, três ou quatro filhos pequenos por acaso contribuem para melhorar o orçamento doméstico?

Outra distorção ao analisar taxas médias está em não perceber o que acontece com determinadas subpopulações.

Por exemplo, segundo o IBGE, as mulheres com formação universitária têm, em média, 1,4 filho (como nos países desenvolvidos), enquanto as analfabetas e as que cursaram apenas um ano escolar têm 5,6 (a mesma taxa da Namíbia).

O que mais choca, no entanto, é que não é preciso formação acadêmica para avaliar a gravidade do problema; a realidade está a menos de um palmo de nossos narizes. Quem de nós não conhece de perto uma mulher com muito mais filhos do que poderia sustentar? Casas sem reboco, mocinhas grávidas e criançada na rua saltam à vista de quem chega à periferia ou entra numa favela de qualquer cidade brasileira.

Não é preciso consultar o IBGE para constatar que existe uma epidemia de gravidez na adolescência no país, basta ir à sala de espera de uma maternidade do SUS. Na favela da Maré, a maior do Rio de Janeiro, elogiei a beleza da menina no colo de uma moça de cabelo cacheado. É minha neta, respondeu. Tinha 31 anos.

Cada bebê assim nascido tira a mãe da escola e empobrece a família dos avós, porque os homens de hoje dificilmente assumem paternidades não desejadas. Quem já pôs os pés numa cadeia sabe o quanto é difícil encontrar um preso que tenha sido criado em companhia de um pai trabalhador; a maioria esmagadora é de filhos de pais desconhecidos, ausentes, mortos em tiroteios ou presidiários como eles.

Os que menos filhos deveriam conceber são justamente os que mais os têm. Por quê? Por sem-vergonhice? Por maldade, só para vê-los sofrer?

Esses bebês indesejados pelos pais vêm ao mundo como conseqüência da ignorância e da dificuldade de acesso aos métodos de contracepção. Embora no papel o programa brasileiro de planejamento familiar seja considerado dos mais avançados, na prática ele chega capenga à população de baixa renda. As pílulas distribuídas nos postos de saúde são as mais baratas do mercado (e que mais efeitos colaterais provocam); os anticoncepcionais em adesivos a serem trocados apenas uma vez por semana, ideais para vencer a indisciplina das adolescentes como os estudos demonstram, não estão disponíveis; os dispositivos intra-uterinos (DIU) são virtualmente ausentes; e camisinha à vontade, só no Carnaval.

Conseguir vasectomia ou laqueadura de trompas pelo SUS, então, é o verdadeiro parto da montanha. Há que marcar consulta com os médicos, com a assistente social e com a psicóloga.

São meses de peregrinação pelos corredores dos hospitais públicos que mães ou pais de cinco filhos são obrigados a fazer, para ouvir perguntas como: e se você se separar de sua mulher e se casar com outra mais jovem? E se seus filhos morrerem e você quiser outros?

Na cartilha que o Ministério da Saúde distribui às gestantes, está garantido acesso à laqueadura a toda mulher com mais de 25 anos que tenha dois ou mais filhos, gratuitamente, pelo SUS. Você sabia, leitora?

De que adianta garantir a existência teórica de um direito, se, na prática, ele é desconhecido por todos? Se o acesso a ele é vedado de forma tão cruel pela burocracia oficial, que até hoje são comuns práticas odiosas como as de políticos trocarem laqueaduras por votos em véspera de eleição, e médicos do SUS cobrarem por fora por esses procedimentos?

Que ideologia insana ou princípio religioso hipócrita justifica o fato de nossas filhas atravessarem a adolescência sem engravidar, enquanto as filhas dos mais pobres dão à luz aos 15 anos? Termos um ou dois filhos, no máximo, enquanto eles têm o dobro ou o triplo para acomodar em habitações precárias?

A falta de recursos para programas abrangentes de planejamento familiar é desculpa irresponsável! Sai muito mais caro abrir escolas, hospitais, postos de saúde, servir merenda, dar remédios e arranjar espaço físico para esse mundo de crianças.

E, mais tarde, construir uma cadeia atrás da outra para enjaular os malcomportados.


http://drauziovarella.com.br/mulher-2/gravidez/de-volta-a-natalidade/


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kvet
No PF desde: 05/06/2010

Depois disso, não tenho mais nada a dizer.


Aliás, tenho:


Ohh, paisinho de m.e.r.d.a esse!!!


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Nandablue
No PF desde: 17/04/2010

Eu não penso nada diferente do que o Drauzio careca falou. É tudo verdade.


Ele defende mais investimento em programas de planejamento familiar. Menos burocracia. Mas, em nenhum momento, ele falou que devem ser realizadas laqueaduras compulsórias pelo país a fora. Se a mulher concorda, maravilha! Se ela não quer, não pode ser obrigada! Para essas, deve ser facilitado o acesso a pílulas, injeções mensais, injeções trimestrais, adesivos, DIU, implante, preservativos. Não é por falta de opção de método anticoncepcional que vamos sair esterilizando a população de baixa renda.


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carlita carlinha
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No PF desde: 03/12/2012

"Enquanto todo mundo fala bonito defendendo os direitos humanos da dependente quimica, quem é que está se virando para sustentar e criar 3 crianças??" É A MAIS PURA VERDADE.


Concordo totalmente com a avó das crianças se tem recurso para isso, porque não ir atrás da justiça? Infelizmente aqui no Brasil a justiça é cega. Se a justiça apoiasse esse tipo de situação da vó, tenho certeza o pais não seria um caos como é.


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precisofalar
No PF desde: 28/04/2008

Uma pessoa que usa drogas, até onde sei, vai perdendo sua capacidade de raciocinar (supostamente os drogados... hehe, pq há muitos que também perdem a capacidade, mas ai é outro caso). Assim sendo, salvo em alguns momentos de sobriedade, poderá tomar decisões...

Acho que a mãe está correta em pedir laqueadura para a filha, mesmo que ela, um dia, consiga sair das drogas, 3 filhos já está de bom tamanho, né?

Tb curti o tópico _Ana_.


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_Ana_
No PF desde: 19/09/2010

:)


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No PF desde: 19/09/2010

Quote:
Vcs não percebem que abrir a barriga de uma mulher e ligar suas trompas contra a vontade dela é uma mutilação, uma agressão? Então quem sabe não se costura o intróito vaginal, daí ela fica impedida de fazer sexo e não engravida?!


desculpe, mas onde eu disse que as mulheres pobres não podem ter filhos?

o grande problema é a QUANTIDADE de filhos...

a minha idéia de controle de natalidade é o governo procurar estas mulheres que já tem filhos, e sem condições financeiras para outros tantos, e disponibilizar acesso rápido e facilitado para elas...

porque atualmente no papel está tudo lindo... mas como pelo comentado pelo Varela, a realidade é bem diferente...

quantas destas mulheres, que em geral são as provedoras da família, podem perder dias e dias em consultas infindáveis e desmarcadas a todo instante?

e se a assistente social tiver que ser mais contundente que seja....

quantas e quantas normas e leis aguentamos pelo bem geral de todos? descontrole de natalidade deve ser tratado como questão se saúde, e não somente questão moral ou religiosa...

na minha opinião: é um DIREITO de todas as famílias terem filhos e um DEVER de cada família de ter somente os filhos que possa dar um mínimo de subsistência...


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Nandablue
No PF desde: 17/04/2010

Vc deu a entender isso nessa passagem:


Quote:
na minha opinião é uma questão de lógica... se não tem como dar uma subsistência básica ao teu filho, pra que ter filhos? por que colocar uma criança no mundo para passar fome e dificuldades?


Agora vc diz:


Quote:
desculpe, mas onde eu disse que as mulheres pobres não podem ter filhos?o grande problema é a QUANTIDADE de filhos...


Então quer dizer que um filho pode passar dificuldade? O que não pode são três passando dificuldade? Um pode?


Vc não percebe que é tudo muito subjetivo? Como pode haver uma lei que vá dizer quantos filhos uma pessoa pode ter? Como alguém poderá determinar quem esta apto para ter filhos? Quais os critérios que serão usados para determinar quantos filhos cada família poderá ter? Não percebe que isso e inviável?


Gente, até parece quer sou contra o planejamento familiar! Bem capaz! Muito pelo contrario! Eu já trabalhei na saúde publica, eu já convivi com famílias necessitadas de tudo e cheias de filhos. Eu já vi com meus próprios olhos. Já presenciei muita coisa. Ja fiquei revoltada contra o sistema, contra a falta de responsabilidade das pessoas, contra tudo! Nem por isso, acho certo tratar as pessoas como ANIMAIS e sair esterilizando indiscriminadamente.


Ah, e antes que vc pergunte, não, eu não estou dizendo que vc falou que as pessoas devem ser tratadas como animais. Mas, modéstia à parte, eu sempre fui boa aluna em interpretação de texto. E, lendo o que a maioria postou aqui, entende-se que as pessoas não devem ter o seu direito de escolha respeitado e devem ser impedidas de procriar custe o que custar. O fim justifica os meios, não é verdade?


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_Ana_
No PF desde: 19/09/2010

desculpe mas voce está embaralhando tudo...

uma coisa é a conscientização de cada mulher e/ou família... esta reflexão engloba todas as pessoas, afinal para ter filhos não basta oferecer comida...

aliás como eu já tinha escrito em outro post:

Quote:


antes de ter filhos as pessoas deveriam se perguntar se tem estrutura financeira, psicológica e emocional para tê-los... mas aí já é uma utopia, né... achar que grande parte das pessoas, mesmo com bom nível de educação, façam esta análise antes de jogar crianças pelo mundo...


outra coisa é o governo criar critérios para a QUANTIDADE de filhos de cada família, baseados na capacidade financeira e etc... e oferecer além de informação, meios rápidos e eficazes ...


Quote:
Então quer dizer que um filho pode passar dificuldade? O que não pode são três passando dificuldade? Um pode?


outra questão de lógica na minha opinião onde come 1 , não comem 3....