Etapas práticas para efetivar o fim do casamento

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joiarara
No PF desde: 05/09/2010

Faço terapia uma vez por semana. Tento lidar com a assertividade, dizer exatamente o que preciso e quero com cuidado mas sem maiores temores, apenas protegendo minha dignidade de eventuais atitudes mais inflamadas, comuns quando tocamos em assuntos delicados e que representam mudança significativa na vida de tantas pessoas, em particular no estilo de vida do casal envolvido.


Converso exaustivamente sobre isso, mas ainda fico trêmula inteira quando a noite cai. Quando ele chega em casa. Quando tento ordenar mentalmente o que vou verbalizar. Ainda não conversei.


Houve uma discussão no domingo que jamais poderia utilizar para justificar minha decisão, uma vez que já está sendo amadurecida há tempos.


Não o amo mais e acredito que ele também não me ame. De sua parte posso esquecer qualquer movimento em direção ao divórcio. Tentei abordar há meses atrás conversando, mandando email, mensagens no celular. Usei termos como \"Não nos amamos e você sabe disso\"/ \"Paremos por aqui para termos a mínima possibilidade de tentarmos nos refazer\"... Nada!


Abordo a falta de atividade sexual e ele diz que vai melhorar, que espera que eu \"melhore\". Detalhe: no dia do meu aniversário (último dia em que fizemos amor) eu parti para cima e praticamente o obriguei, embora ele quisesse fugir. Não me senti bem. O sexo não foi legal. Desisti a aprtir daí de investir. Há quase quatro meses...


Não quero mais tentar consertar esse casamento. Quero dizer a verdade, que não o amo mais e que quero me separar por isso. Sem revolver passados e faltas cometidas por ambos. Sem melindres.


Parece fácil... Faço terapia! É só chegar e dizer: estou saindo... Tão simples!


Então porque sinto um nó na garganta sempre que penso nisso, falta-me o chão, penso em fugir na calada da noite; fugir dele e do assunto. Tenho pesadelos... Domingo senti uma raiva dele que até diria isso e mais, mas quanta covardia! Depois ele foi tão gentil que meu estômago embrulhava de ânsia, de culpa.


Mas vou me separar, sem dúvida!


Alguém já conseguiu atravessar esse mar revolto e contar um pouco dessa história?


Alguém se aventura a trazer uma luz, um preâmbulo para que possa introduzir uma conversa tão difícil?


Ou uma palavra de força. Preciso! Terapia nenhuma substitui essa corrente diária de amigos virtuais e fiéis do PF!


Abraço.


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Belle D´Jour
No PF desde: 19/07/2010

joiarara.


Nunca passei por isso, mas acho que consigo imaginar minimamente o que vc sente, até pelos relatos que tenho lido de vc.

Não é simples esta decisão, nem comunica-la ao marido.

Claro que mesmo estando decidida, dá um nó na garganta...

Porque no fundo, mesmo não havendo amor, vc sabe que toda separação é algo profundamente doloroso.

São anos de vida comum e agora, um futuro incerto pela frente. Vc vai deixar seu porto seguro, não sabe como sua filha ou a família reagirá e não sabe por fim, como será viver só daqui para a frente (conseguirá controlar esta doença só?Encontrará um grande amor?). São dúvidas e mais dúvidas, por enquanto.

Mas o tempo somente irá se abrir para vc poder visualizar o sol, as estrelas e a lua, quando vc realmente tomar esta atitude. Feito isso, as coisas vão se aclarando, vagarosamente. Vc vai viver seu luto (e para isso, tem o apoio de sua psi), e depois vai se refazer. E aí, talvez se pergunte porque demorou tanto para tomar esta decisão.

Só o que posso te dizer é: FORÇA! Procure seu Deus, se conecte com as forças do universo que ele conspirará a seu favor.

Beijos e fique bem.


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Belle D´Jour
No PF desde: 19/07/2010

No mais, não existe a \"hora certa\" para este tipo de conversa. Ela sempre será dolorosa. Por isso, tome coragem e sinta-se tranquila e confiante de que no momento em que vc decidir conversar, todas as forças e energias estarão a seu favor. A começar pelo pessoal daqui.


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_Ana_
No PF desde: 19/09/2010

boa sorte


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Dr. Pessoa
No PF desde: 21/12/2009

Joia:


Gostaria de te ajudar, mas sou contra separações familiares. Só aceito em último caso. O desamor é o principal motivo, pois nascemos para a felicidade. Ratifico que qualquer decisão...sou parceiro.


Mas se me permites, não vou me pronunciar sobre o tópico por falta de conhecimento e não desejar que tomes essa atitude, embora pareça inevitável.


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_Ana_
No PF desde: 19/09/2010

e não falei das questões práticas........


não foi em um rompante de raiva, que falei

escolhi falar em um sábado pela manhã, assim dava tempo para nos recuperarmos um pouco , para voltar a trabalhar na segunda-feira mais calmos


simplesmente eu disse que gostava muito dele, mais como pessoa

e não mais como marido, como meu companheiro

e sentia o mesmo nele

no inicio, como foi pego de surpresa, ele relutou

quis discutir

pedi para ele refletir sobre os sentimentos dele e sobre os meus

ele foi dormir fora (na casa de um amigo)

e quando voltou no domingo, já nos olhávamos diferente


tivemos discussões, ciúmes (é claro, a fila anda)

mas tudo com respeito...... sempre


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Mr.D
No PF desde: 19/07/2010

Joia, acredito que o melhor a te falar agora que ja esta bem decidida e nao tem volta mesmo é que quanto mais tempo se passar, mais traumas haverá. Tem que ser como injeção, ninguem gosta, dói um monte na hora mas resolve o problema muito rápido e depois para de sentir a dor.


Sucesso em tua nova vida.


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Si Cal
No PF desde: 06/08/2010

Querida, se tu queres separar SEPARE!!! nao precisa dizer, falar, nada


Esqueça as coisas praticas, casa, dinheiro, familia, etc. etc. etc. se ele nao quer sair de casa saia vc, se ele quer ficar com filhos, entre na justiça, enfim! TOME A ATITUDE e ponto final!.


Isso e oq eu acho que deves ser feito.


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joiarara
No PF desde: 05/09/2010

O Pessoa deixou uma canção da Maria Betânia para eu refletir...


Parece que em outras vidas fomos parentes, irmãos, sei lá, porque ouço sempre essa canção e amo demais a intérprete. Já havia comentado em outro tópico sobre gostos musicais o quanto a música nacional brasileira de qualidade me desperta, e mencionei justamente Betânia.


Chama-se \"Grito de Alerta\".


Si, é o que vivo. Não é fácil desatar um nó de tantos anos, envolvendo filho, famílias, doença crônica, companheirismo ainda que limitado.


Tomei a decisão e sei que devo agir sim, além de assumir todos os riscos e consequências. Por isso vim pedir palavras de apoio, vivências, luz, outros ângulos para a mesma questão... Tenho Transtorno Bipolar do Humor e fico em constante auto-observação para agir no momento certo e evitar descompensar, justamente para que suporte a separação.


Estou de férias e mais parece uma licença médica, tal a quantidade de vezes que preciso me deslocar para consultas, sessões, telefonemas terapêuticos... Tomo remédios todos os dias e esta semana por orientação psiquiátrica precisei dobrar a dosagem do antidepressivo (não é mais um bicho de sete cabeças pra mim), mas fico meio sedada, sonolenta. Não houve férias. Há um período de repouso e tomada mental de decisões difíceis que vão mudar os rumos de minha vida.


Hoje liguei para minha mãe mas não tive coragem de desabafar. Disse apenas que iria tomar umas decisões importantes e que depois conversaríamos.


Devagar estou agindo, a meu tempo, segundo orientações, de acordo com o que meu corpo e mente suportam. O importante é que não estou sob efeito de mania ou depressão, estou medicada e ainda que esteja sendo bem difícil (para não bipolares também deve ser), estou me movendo.


Um dia virei relatar que estou morando numa casa simples, menos confortável, menos cheia de aparatos tecnológicos (que ele adora), mas em paz comigo, devendo explicações a mim mesma, sem precisar brigar todos os dias por causa de falta de higiene ou de vida sexual, ou de intimidade, sem brigas por mesquinharias...


Um dia.